Blog do Chico Maia

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Devagar, jogadores que quase levaram o Mário Caixa a um infarto estão sendo dispensados pelo Galo

Foto: www.atletico.com.br

Mineiramente os jogadores que não interessam ao técnico Jorge Sampaoli vão sendo dispensados. Os que têm mercado, já em outros clubes, como Patric, no Sport Recife, outros na fila de espera de mão dupla. Edinho, por exemplo, ainda não foi anunciado como descartável pelo Galo, mas o Fortaleza está contando as horas, para buscar de volta o jogador, cujos 10% dos direitos ainda lhe pertencem. O lateral-esquerdo uruguaio Lucas Hernández, o volante paraguaio Ramón Martínez, Zé Welison, mais Di Santo, Ricardo Oliveira e Clayton, aguardam pretendentes. Hernández, Martinez e Di Santo, chegaram ao Galo por intermédio do então diretor Rui Costa, que sucedeu outro incompetente, Alexandre Gallo. Deveria haver consequências para quem contrata tão mal e faz péssimos contratos para os clubes, mas a impunidade reina nessa área do futebol. Interessante é que o venezuelano Dudamel, contratado por Rui, não mandou dispensar estes que agora o argentino Sampaoli dispensa.

A grande lembrança que tenho do lateral Lucas Hernández é do jogo contra o Bahia, dia 24 de agosto do ano passado, um sábado de manhã, no Independência. Pela Itatiaia o Caixa quase infartava e dizia a toda hora: “meu Deus, que jogador é este?”. “Nossa Senhora, alguém apresente a bola a este rapaz!”. O Galo perdeu de 1 a 0, mesmo apoiado por 22.401 atleticanos no Horto.


A crise que não perdoa ninguém: falta de jogos faz com que árbitros de futebol enfrentem problemas financeiros, físicos e mentais

O ex-árbitro Márcio Resende de Freitas (centro), em encontro de motociclistas na cidade de Fortuna de Minas, em 2010. Falei sobre ele aqui no blog na época: https://blog.chicomaia.com.br/2015/10/02/quando-ha-motivo-para-se-acreditar-na-lisura-da-arbitragem-brasileira/

Xingados e mal falados por “gregos, goianos” e até troianos, os apitadores são os todos poderosos com o apito na mão. E, mais recentemente, com um monitor de TV à sua disposição. Porém, seres humanos que são, passam por momentos terríveis com a pandemia. E óbvio, precisam contar com toda a solidariedade de todo o mundo. Reportagem da agência Globo, publicada pelo Diário de Cuiabá, relatou o drama e alternativas de soluções para a categoria, fundamental e decisiva em todo jogo de futebol:

* “Árbitros têm desafio financeiro, físico e mental; CBF antecipará taxas”

O livro “Em busca da excelência”, de Terry Orlick, é tratado como a Bíblia da preparação mental dos árbitros brasileiros. Dessa obra são retirados textos com os quais a psicóloga Marta Magalhães trabalha junto aos integrantes do quadro nacional. Mas essa tal excelência virou um desafio em tempos de quarentena. Não só psicologicamente. O isolamento coloca em xeque a preparação física, técnica e também o aspecto financeiro da turma do apito.

Como sem jogos não há remuneração, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) enviou na semana passada um pedido à CBF para amenizar o impacto financeiro: uma antecipação. A entidade topou adiantar o valor correspondente à cota de um jogo para cada árbitro do quadro nacional. A medida ja foi comunicada à classe nesta terça-feira. O montante a ser recebido individualmente leva em conta a categoria de cada um. Será aplicado o valor da maior taxa recebida pelo árbitro em 2019. Na Série A, quem é Fifa, por exemplo, ganha R$ 5 mil por partida como árbitro central.

Inicialmente, a proposta da Anaf era de que a CBF repassasse R$ 2 mil por mês a cada árbitro de elite. O valor também se aplicaria aos que estão na categoria master. Para quem pertence às categorias A e B, o valor mensal seria de R$ 1 mil. A base da pirâmide do quadro nacional receberia R$ 500.

O total do adiantamento, segundo estimativa interna da CBF, representará algo em torno de R$ 900 mil. O dinheiro será abatido de escalações futuras dos árbitros. O suporte financeiro não é obrigatório porque nem sequer há vínculo empregatício entre as partes.

“Juridicamente, os árbitros são prestadores de serviço. Mesmo com a profissão já reconhecida por lei, não há profissionalização. Ainda assim, muitos vivem só da arbitragem. Um árbitro Fifa que apita Libertadores viaja segunda-feira e volta na quinta. Como é que tem emprego assim? A CBF não tem número de quem vive exclusivamente da arbitragem. Pedimos compreensão”, disse o presidente da Anaf, Salmo Valentim. (mais…)


O discurso e a prática. Me engana que eu gosto. Até parecem socialistas pregando um Brasil com menos desigualdade social. Os discursos até parecem

Disse Tom Jobim no início dos anos 1990, que “o Brasil não é para principiantes”. Sem dúvida. Um ligeiro exemplo:

Discurso 1

* “… __ Nessa última década, que termina agora em 2020, o PIB do Brasil cresceu zero. Com o impacto da pandemia, aliás, vamos estar levemente negativos em termos de PIB nesse período. Na década de 80, a década perdida, o PIB per capita não cresceu. Agora, será o PIB que não vai crescer, o que significa uma queda do PIB per capita da ordem de 15%. O que é duríssimo – calculou. – Temos realmente que mudar, precisamos de reformas profundas. Precisaríamos estar crescendo mais rápido. Temos um estado extremamente ineficiente, uma desigualdade enorme…”

Discurso 2

* “… a crise traz a obrigação de trabalharmos para diminuir essa desigualdade colossal que nós temos… Talvez essa crise seja a oportunidade de trabalharmos mais juntos, com mais solidariedade. Nos últimos anos, um dos problemas foi a polarização, de ricos e pobres, de esquerda e direita. Eu esperaria que essa crise trouxesse mais bom senso, mais pragmatismo…”

Quem lê, pensa tratar-se de duas lideranças de esquerda, na pior das hipóteses, de centro esquerda. Porém, são, ninguém menos que Roberto Setúbal, um dos donos do Itaú/Unibanco (Discurso 1)) e Jorge Paulo Lemann, (3G Capital, AB InBevKraft Heinz e Burger King, entre outras) o segundo brasileiro mais rico do mundo, no discurso 2. Em um seminário virtual sobre a atual crise provocada pela Covid-19, em trechos publicados pelo O Globo. A propósito, a Guarda Municipal de Belo Horizonte fechou esta uma unidade das Lojas Americanas, na Rua Jacuí, por não respeitar as normas de prevenção contra a pandemia.

https://oglobo.globo.com/economia/jorge-paulo-lemann-que-eu-gosto-mais-que-toda-crise-cheia-de-oportunidades-24375730


Um “frango” determinante para a queda do Vanderlei Luxemburgo no Atlético

Foto: O Tempo

O Sportv reprisou Fluminense x Atlético pelo Brasileiro de 2010, um jogo emblemático naquela temporada. Comandado por Muricy Ramalho, o time carioca terminou campeão com 71 pontos. O Atlético, cujo técnico Vanderlei Luxemburgo foi demitido nesta partida, terminou em 13º com 45 pontos. O Cruzeiro foi vice, com 69; em terceiro o Corinthians, 68; Grêmio em quarto com 63.

Lembro-me demais deste jogo, realizado no Engenhão, e do momento vivido pelos dois times no campeonato. Um destes momentos marcantes, que nos fazem somar conhecimentos e conclusões sobre alguma coisa. Dizia-se na época que havia jogadores querendo derrubar o treinador.

O Galo era melhor em campo, desperdiçara uma oportunidade e tomou um gol aos 11 minutos, marcado pelo zagueiro Leandro Euzébio. O time não se abateu, partiu pra cima e empatou aos 19, por meio do Daniel Carvalho, e continuou fustigando o Flu. Até que aos 35, o goleiro Fábio Costa aceitou um chute “despretensioso” do Carlinhos. Ele pulou, tipo um saco de batatas caindo de lado; a bola passou por cima dos braços dele e entrou.  No segundo tempo o Fluminense marcou mais três gols. Com 5 a 1 no lombo, Luxemburgo foi demitido ainda no vestiário.

Depois do jogo as manchetes foram neste tom: “Com quatro gols de defensores, Flu goleia o Galo e derruba Luxemburgo”.

Muricy e cia. Passavam o Cruzeiro na classificação e iniciava a perseguição ao Corinthians pelo título. O Galo era o antepenúltimo. Os times em campo naquela noite:

Atlético

Fábio Costa, Rafael Cruz, Jairo Campos, Réver e Leandro, Alê, Zé Luís (Werley), Serginho (Neto Berola) e Daniel Carvalho, Obina (Diego Souza) e Diego Tardelli.

Fluminense

Rafael, Mariano (Thiaguinho), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos, Diogo, Fernando Bob (Valência), Deco e Conca (Marquinho), Rodriguinho e Washington.


Velhas práticas e necessidade de mudanças. O futebol em discussão

Foto: adorocinema.com/series

Em comentário aqui no blog o Alisson Sol fez observações interessantes sobre o texto do Breno Miranda e deu boas dicas de documentários que rolam na TV:

* “O problema é que toda teoria econômica se baseia em mecanismos básicos de transparência e equilíbrio que não existem no futebol. Eu recentemente assisti duas séries de TV sobre o futebol que mostram coisas interessantes. Na séria da Amazon Prime “Tudo ou Nada: Seleção Brasileira“, se acompanha o time durante a Copa América em 2019. Há alguns pontos interessantes sobre os esquemas táticos do time. Mas muito pouco dos reais “bastidores”.

Já a série da Netflix “Sunderland ‘Til I Die” mostra muito mais dos bastidores do que qualquer outra. Na primeira temporada, o Sunderland havia acabado de cair da “Premier League” para a “Championship”, que seria a “Série B” na Inglaterra. Pois bem: a diretoria e comissão técnica dão uma “cruzeirada” e o time… cai para a Série C. Vem a segunda temporada, e o time tem tudo para ao menos voltar para a Série B. Mas o melhor jogador do time, o jovem Josh Maja tem o contrato terminando em breve. O time precisando dele, e o que se mostra na série é que o agente o leva para a França, pois se assim o fizer, ganha uma excelente comissão. Mas o inexplicável é o seguinte: no último dia da janela de transferência, o time vai e gasta mais do que o dobro do que recebeu para vender antecipadamente seu melhor jogador de 21 anos em um substituto medíocre. Vão para o “playoff” para a terceira vaga de subida da “Série C” inglesa, e perdem no último jogo. Prejuizo: umas dez vezes o que teria gasto mantendo seu melhor jovem jogador. Fica a impressão de que alguém ganha algo para fazer decisões que literamente vão contra o mínimo de racionalidade. E os apaixonados torcedores… torcendo. Triste de ver.”

https://www.safc.com/


Altíssimos salários, baixo rendimento, ações judiciais e prejuízos. Bom momento para ideias e discussão de novos rumos para o nosso futebol

As fotos foram feitas por mim, no Estádio Monumental em Santiago, durante a Copa América 2015, no Chile, que teve como campeão o próprio Chile, dirigido por Jorge Sampaoli, vice a Argentina. O Brasil ficou em quinto lugar, eliminado pelo Paraguai, nos pênaltis, nas quartas de final. 

Com a bola parada os grandes veículos de comunicação poderiam discutir em suas “mesas redondas” e resenhas idéias para novos rumos do nosso futebol. Salários fora da realidade, a existência de entidades e competições que só encarem o esporte, calendários malucos, falta de transparência na gestão de clubes e federações nacionais e Sul-Americana, legislação arcaica, enfim. Ainda que nada mudasse de imediato, mas a simples discussão e apresentação de idéias já seria um começo, ou na pior das hipóteses, um calo pra incomodar a cartolagem. A programação das TVs ficaria mais atrativa e prestaria um enorme serviço ao futebol brasileiro.

Temas como estes abordados pelo Breno Miranda, a quem agradeço, hoje, aqui no blog:

* “… Eu tentei não comentar, porém não resisti e faço algumas observações sobre a administração dos “Recursos (Des)Humanos” do Galo.
Existe uma disciplina, ofertada na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE/UFMG) chamada Teoria da Informação e das Decisões. Nesta disciplina trata-se de assuntos relacionados à decisão de investidores, de administradores e dos donos de empresas. Mas o que tem isto haver com o futebol?
Bom, existe um tema que trata da remuneração dos “Agentes” (Gerentes, CEOs, Administradores e etc.) que são contratados para tomar decisões no lugar dos “Principais” (Os donos do negócio!). Neste tema, chega-se à conclusão de que não adianta pagar uma remuneração fixa para os Agentes, pois estes, ao perceberem que não há perda de qualidade do seu bem estar e tão pouco o aumento da sua satisfação nada fazem para melhorar. Sendo as pessoas racionais, ninguém irá fazer nenhum esforço adicional para que haja mais lucro, melhor performance da empresa ou que a mesma avance um pouco mais.
Uma das soluções propostas para solução deste impasse é a oferta de um contrato, desenhado pelo Principal, para que motive o Agente a tomar as melhores decisões na gestão da empresa. Portanto, o Agente ao aceitar o contrato, tem metas a serem compridas e bonificações por estas metas alcançadas.
Vejo que isto se aplica ao Galo e aos jogadores. Infelizmente é de difícil aplicação mas não impossível, porém a crise do COVID-19 pode abrir uma porta para uma mudança estrutural no futebol nacional.
Nada contra o jogador, ao bater suas metas, receber um alto salário, o que não pode é ficar com um imbróglio como os dos jogadores Maicon Bolt, Ricardo Oliveira, Mansur e Di Santo só para lembrar de alguns.
Percebemos que as altas dívidas dos times implica que todo o fluxo de caixa gerado é destinado para o pagamento da folha salarial. Logo, é extremamente difícil demitir um jogador por baixo rendimento e cobrá-lo um melhor desempenho.
Portanto, é mais fácil administrar a folha quando a motivação de cada um dos jogadores está em plena disputa para atingimento de suas metas pessoais. Caso alguém não dê certo no time, por vários fatores, não aleija os cofres. Se, como exercício de imaginação, o Sr. Maicon Bolt, tivesse um contrato ganhando um mínimo de R$50mil (ou qualquer outro valor!) como piso, e o restante como bonificação como meta cumprida, o Atlético não teria que pagá-lo a cifra astronômica por não cumprir o contrato em sua totalidade.
Chegou a hora de gestores capacitados, daqueles formados em centros acadêmicos, cuidarem das finanças do clube. Mesmo que sejam sociedades sem fins lucrativos, o clube têm que dar lucro. Pois como se já não bastasse as benesses fiscais, recebidas com uma carga de impostos menor do que setores como o elétrico, por exemplo, o clube deixa de pagar impostos prejudicando a sociedade como um todo por ter prejuízos como eliminações e dispensas não planejadas.

Um forte abraço e muito sucesso.”

* Breno Miranda


Edilson jogou pra torcida, mas tem alguma razão. Só com jogadores do tipo dele, Cruzeiro não sobe

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Mas ele não deveria ter falado isso publicamente. Como um veterano que é, e se quisesse realmente ajudar, poderia ter conversado com o diretor de futebol e comissão técnica, sabidamente abertos ao diálogo. Fez média com a torcida, mas criou um ambiente ruim para ele próprio com os colegas, na maioria jovens, que não mereciam um carimbo de descrédito como ele quis imputar. Há quem diga que ele quer é isso mesmo. Criar um clima negativo para sair.

Menos mal que a temporada não tem data certa para começar e o Cruzeiro terá um tempo mínimo para montar um grupo com jogadores sérios, que ajudem verdadeiramente na missão de retornar à Série A, com todas as dificuldades que o clube enfrenta fora das quatro linhas. Edilson tem futebol mas não tem condição física para atuar em alto rendimento numa Série B.

O técnico Enderson Moreira foi habilidoso no trato do assunto, quando questionado em entrevista à Fox Sports: “Qualquer tipo de previsão, de forma muito antecipada, corremos o risco de cometer equívocos. A chamada do Edílson é de atenção, de que a equipe precisa melhorar muito para buscar o seu lugar. Talvez ele tenha falado que com esse time que está jogando esse futebol… Não sabemos muito bem o teor das ideias de quem comenta, é uma opinião, a gente respeita, mas espero iniciar um trabalho que possa passar aos atletas mais segurança. Precisamos trazer peças, e de bom nível, não precisamos de quantidade e sim qualidade”.


Clubes excluídos do pacote de ajuda da CBF esperam que a FMF brigue por eles também

Pouso Alegre é o líder do Módulo II e, assim como demais, enfrenta problemas financeiros

Pela reportagem que a Lohanna Lima e o Léo Campos, d’O Tempo fizeram com o Paulo da Pinta, presidente do Pouso Alegre, líder do Módulo II do Campeonato Mineiro, e pelo que respondeu o Renato Paiva, diretor do Democrata de Sete Lagoas, no twitter da minha postagem aqui do blog, isso está bem claro. Disse o Renato: “Como esperado, o Adriano Aro não gostou. Ao invés de se apoiar nela (a Carta) pra pedir socorro à CBF, Conmebol e FIFA, a Carta lhe causou estranheza”.

O ex-zagueiro do Pouso Alegre, Paulo da Pinta (muito bom, diga-se nos anos 1990), é hoje o presidente do clube e deu entrevista ao O Tempo, em termos semelhantes ao Renato Paiva: * “Clubes mineiros sem calendário nacional aguardam ajuda da FMF e CBF”

Entidade vai contribuir financeiramente com os clubes que disputam as Séries C e D do Campeonato Brasileiro e A1 e A2 do Feminino e com as Federações

Após a CBF divulgar que vai ajudar os clubes que disputam as Séries C e D do Campeonato Brasileiro, além dos que participam da Séries A1 e A2 do Feminino, agremiações que não possuem calendário nacional têm lamentado a falta de apoio por parte da entidade. A CBF vai liberar mais de R$ 19 milhões para 140 clubes e R$ 120 mil para as Federações Estaduais.

O Módulo II do Campeonato Mineiro conta com a participação de 12 equipes. O líder Pouso Alegre é um dos clubes que aguarda alguma definição das entidades para as agremiações que não possuem calendário nacional, mas que, assim como os demais, enfrenta um grave problema financeiro, como explica o presidente Paulo da Pinta.

“Estamos esperando uma definição por parte da Federação e também do Sindicato dos Atletas, pois sabemos que essa perda de receita vai afetar a todos e os atletas também terão que ceder em alguma coisa. Perdemos parceiros, quem tem publicidade conosco tem deixado de pagar, querem renegociar os acordos. Estávamos disputando o Módulo II e, dificilmente, tem um atleta que ganhe menos de 2 mil reais, então esperamos um auxílio da Federação, da CBF, até mesmo um programa do governo para poder subsidiar os salários”, explicou.

Recentemente, o presidente do Democrata de Sete Lagoas, Renato Paiva,  clube que também dipusta o Módulo II, publicou uma carta nas redes sociais pedindo “socorro” à Federação, CBF e Fifa. No texto,  foram expostos diversos problemas que as pequenas agremiações enfrentam. Em entrevista ao programa Super FC, da Rádio Super – 91,7 FM, o presidente da FMF, Adriano Aro, disse ter tomado conhecimento da publicação, mas demonstrou não estar de acordo com tudo que foi citado pelo clube de Sete Lagoas, principalmente sobre a falta de tentativa de patrocínio coletivo, algo reclamado pelo Democrata.

“Eu li a carta. Acho que destoou uma pouco do que foi discutido na reunião que tivemos. Foram feitas afirmações de que não foram tentados patrocínios coletivos, o que é mentira. Nós não negamos que os times precisam de ajuda e de auxílio. Vamos isentar os clubes de taxas de registro ou de transferências. O que a FMF pode fazer está fazendo. Temos diversos departamentos, uma estrutura grande, e estamos trabalhando com um fluxo de caixa muito apertado e não temos recursos para passar às equipes. De toda maneira, o que a FMF pode abrir mão, já se dispôs a fazer. Por isso me causou um pouco de estranheza o teor da carta como um todo”, declarou.

“Sinceramente, não sei qual o esforço a FMF tem feito nesse sentido. Ano após ano, as taxas aumentam. Hoje em dia, independentemente de você ter renda ou não em um jogo, a FMF cobra  taxa antes da realizaçao do jogo. Se você não pagar, você nem joga. Os boletos dos jogos do Democrata são em torno de 7 mil reais, que a gente tem que pagar antecipado. Eu espero mais empenho da Federação. Tomara mesmo que tenham procurado mesmo o patrocínio coletivo. Não sei como estão procurando também. Nós somos geradores de jogadores para times grandes e não ficamos com receita nenhuma. Se o presidente disse que procurou, ótimo. Não vejo problema nenhum em reforçar o pedido”, rebateu.

Em contato com a reportagem, a FMF respondeu, por meio de sua assessoria de comunicação, como vai trabalhar o dinheiro repassado pela CBF.

“A verba de 120 mil enviada pela CBF às federações estaduais equivale à cota destinada aos clubes participantes do feminino A1, ainda bem abaixo dos valores trabalhados no futebol masculino. Os valores são para manutenção das estruturas das federações disponíveis para os clubes, já que uma das principais arrecadações destas instituições vem da porcentagem de renda das partidas, que não estão sendo realizadas”.

https://www.otempo.com.br/superfc/clubes-mineiros-sem-calendario-nacional-aguardam-ajuda-da-fmf-e-cbf-1.2322751


Mais aberta e solidária. Uma FIFA bem diferente sob Gianni Infantino

Gianni Infantino e Tedros, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, em foto do www.fifa.com

O suíço Gianni Infantino foi eleito presidente da FIFA em 26 de fevereiro de 2016. Era Secretário-Geral da entidade maior do futebol mundial e foi candidato único, depois de afastados do caminho todos os concorrentes, inclusive o ex-craque francês, Michel Platini, até então o grande favorito e presidente da UEFA. Como não existe virgem em puteiro, a crença geral era que Infantino fosse uma continuidade de Joseph Blatter e companhia. Pois, não tem sido. Pelo menos na postura pública, completamente diferente de Blatter, que adorava ser cortejado como um “Chefe de Estado”, de acesso quase impossível, se achava intocável, acima do bem e do mal.

Nessa pandemia que assolou o mundo, a FIFA tem mostrado a cara e vem soltando comunicados de ações solidárias desde 23 de março, quando a coisa estourou no mundo todo. Quinta-feira, 9, Gianni Infantino fez um pronunciamento em português, falando das ações e preocupações da entidade para colaborar de alguma forma na minimização dos problemas. Até Blatter, a FIFA se comunicava em inglês, francês, espanhol, alemão e japonês. Exceção para o português, durante a Copa das Confederações e Copa do Mundo, em 2013/14, já que o Brasil seria palco dessas competições.

Também na semana passada a assessoria de imprensa da FIFA mandou uma carta para todos os seus cadastrados, de solidariedade pelo que todos nós estamos passando no mundo. Parece uma bobagem, e pode até ser, mas mostra um lado humano da entidade que até então nunca existiu.

Confira:

* “Estimado(a) Francisco,

Esperamos que cuando reciban esta carta se encuentren bien de salud, tanto ustedes como sus familias y amigos.

Vivimos tiempos difíciles e insólitos; el impacto de la enfermedad COVID-19 ha causado estragos en todo el mundo y ha cambiado en gran medida la manera en que vivimos y trabajamos.

Los deportes son importantes para la sociedad y esta pandemia está perjudicando gravemente al mundo del fútbol. En la FIFA somos conscientes de que el brote de coronavirus ha afectado y está afectando especialmente a muchos periodistas y a todos los profesionales que trabajan en la prensa deportiva. (mais…)


A Carta Aberta do Democrata repercutiu muito, a CBF anunciou ajuda a muitos clubes, mas o Jacaré e a maioria continuam excluídos

Foto: Democrata Futebol Clube

Fiquei impressionado com a repercussão nacional da “Carta Aberta” do Democrata de Sete Lagoas, divulgada por quase toda a imprensa brasileira. E teve eco onde precisava: FMF, FIFA e CBF que, sintomaticamente, dias depois, soltou um “pacote de bondades”, distribuindo dinheiro para os clubes das Séries A, B, C e D do país. Aliás, “pacotinho”, já que a merreca de R$ 19 milhões nem arranha a fortuna que essas entidades têm em seus cofres. E pra variar, o Democrata e a maioria dos “pequenos”, está fora até destes beneficiados pela merreca, já que não disputam a Série D nacional.

Por isso é que os próprios clubes e suas respectivas cidades precisam continuar mobilizados para continuar sobrevivendo, pois, se depender das entidades mandantes e dos coirmãos graúdos, morrerão à míngua. E vida que segue.

Para quem não se lembra a Carta Aberta do Democrata foi um desabafo contra a postura das entidades que mandam no futebol brasileiro e mundial, que nunca voltam as suas atenções aos clubes menos famosos, com a cumplicidade, silêncio e omissão dos gigantes, que também perdem, já que tradicionalmente estes clubes sempre formaram jogadores para eles.

Antes de mandar a “Carta Aberta” para a imprensa, o coordenador do Jacaré, Renato Paiva, teve o cuidado de consultar os companheiros da diretoria, que depois de ler, foram unânimes no aval ao documento, sob um argumento muito simples: o clube não teria nada a perder, porque não tem nenhum rabo preso, nem deve nenhum favor a nenhum clube e a nenhuma das entidades atingidas. Além do mais, o sentimento de quase todos os clubes do interior do país é o mesmo, mas poucos têm essa independência para abrir o jogo, pois falta transparência à maioria.

Para quem não leu, é só clicar aqui: https://blog.chicomaia.com.br/?s=Carta+Aberta