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Atlético bem que poderia simplificar a contratação de treinador definitivo e acabar logo com essa novela

Rodrigo Santana entre Reinaldo (esq.) e Éverton, na Cidade do Galo

No post anterior o Fernando Rocha elogiou a longevidade do Mano Menezes no comando do Cruzeiro, três anos, enquanto o Galo trocou de técnico sete vezes em igual período. É claro que o ideal seria o clube permanecer com o mesmo comandante durante o maior tempo possível, mas isso só é possível se houver acerto na escolha do contratado. Trazer o Mano para Minas foi um dos maiores acertos do então presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares. Excelente treinador, um injustiçado na seleção brasileira, onde fazia bom trabalho e foi demitido erradamente. No encontrou no Flamengo e no Corinthians as condições de trabalho que encontrou na Toca da Raposa.

Deu certo. Arrumou a casa, mesmo com um elenco fraco. Tirou o time do risco do rebaixamento. Discretamente, dispensou vários jogadores, recuperou alguns e pediu a contratação de outros. Foi ganhar dinheiro na China, não deu certo lá e retornou à Toca da Raposa, onde a coisa estava novamente ruim e ele consertou de novo. Se acertou com Mano, o Dr. Gilvan apostou errado duas vezes antes: no estagiário e ex-jogador Deivid, e no experiente e famoso português Paulo Bento. Passou um aperto danado para consertar as mancadas, além de gastar uma fortuna nessa empreitada mal sucedida de buscar o ex-técnico da seleção de Portugal.

Acertar o técnico é fundamental. Se os resultados não vêm a mudança é obrigatória, não tem jeito. E se errar de novo, tem que trocar novamente, até acertar. Aí é questão de competência de quem contrata. O Atlético errou com a demissão do Levir Culpi quando o Daniel Nepomuceno estava assumindo e contratou errado sucessivamente, inclusive ao buscar de volta o próprio Levir, que quatro anos depois, estava fora do prumo.

Mas isso só foi visto agora, depois que a coisa desandou. Diretoria e quase toda a imprensa (eu inclusive), erraram na avaliação do sucessor do estagiário Thiago Larghi.

Agora, fala-se em Rogério Ceni e outros. Na minha opinião, Ceni será uma aposta cara. O Galo deveria investir a fortuna que gastará com Ceni ou outro desses que estão empregados, na aquisição de dois bons jogadores, reforços de verdade, e apostar no próprio Rodrigo Santana, que não é um estagiário. Apesar de apenas 37 anos já rodou bastante e mostrou serviço nestes jogos decisivos contra o Cruzeiro. Mas, o presidente Sette Câmara é quem sabe onde dói o calo. Na hora “h” a cuíca ronca é no lobo dele.


Democrata Jacaré e Ipatinga escapam do rebaixamento, a longevidade no cargo de Mano Menezes e o futuro do campeonato mineiro

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Nosso Democrata de Sete Lagoas conseguiu se safar e ano que vem deverá entrar mais forte na concorrência para retornar à primeira divisão estadual. O Ipatinga também, mas teve renúncia de presidente lá. É o time do Fernando Rocha, que escreveu sobre estes e outros assuntos na coluna dele que circula amanhã no Diário do Aço, de Ipatinga:

* “Méritos próprios”

Um detalhe interessante, que talvez explique de forma simplificada, o título de bicampeão estadual conquistado pelo Cruzeiro no último domingo: neste período de três anos do técnico Mano Menezes à frente do time celeste, o Atlético trocou de treinador sete vezes.

Basta olhar com um pouco atenção e boa vontade, para constatar que não se trata de mera coincidência,  o fato de clubes com trabalhos mais longos, seja no exterior, mas sobretudo aqui no Brasil, conseguirem resultados mais expressivos que seus adversários.

Sob o comando de Mano Menezes o Cruzeiro é  bicampeão seguido na Copa do Brasil e, agora,  também bicampeão mineiro, se tornando um caso raro no Brasil de equipe com estilo de jogo definido.

Existem outros times igualmente fortes no futebol brasileiro? Claro que sim: pela ordem, Palmeiras, Flamengo, São Paulo, Athlético-PR, o Galo, Corínthians, mas todos situados um degrau abaixo de Cruzeiro e Grêmio, os únicos times cujos treinadores não sofrem a todo momento ameaças de perder o emprego.

Sem abrir mão de suas convicções, Mano Menezes e Renato Gaúcho deram às suas equipes padrão de jogo, a bem da verdade sem muito brilho, ousadia, pragmatismo excessivo às vezes, mas inegávelmente com ótimos resultados.

Passou no teste

Tem um ditado popular aqui nos nossos grotões que explica muito da vida e o que ocorre às vezes no futebol: “Se o cavalo passar arreado monte nele”.

O jovem Rodrigo Santana, 37 anos, estava quase no ostracismo, dirigindo o time Sub-20 do Atlético, quando o cavalo passou arreado, após a demissão de Levir Culpi.

Santana não conseguiu operar o milagre de conquistar o título, pois encontrou pela frente um adversário muito superior, mas deu conta do recado, ao dar em pouco mais de dez dias um padrão tático mínimo ao time, o que  o seu antecessor não conseguiu em sete meses de trabalho. (mais…)


Um título incontestável e o VAR que enxerga o que quer, no jogo que quiser

O assunto predominante deveria ser o futebol jogado pelos dois times e os méritos da conquista do Cruzeiro. Com 11 vitórias e cinco empates, sem nenhuma derrota, como não reconhecer o trabalho do Mano Menezes, toda a comissão técnica e todo o time?

Melhor ataque, 36 gols, e a melhor defesa, com apenas nove gols contra.

Mas o VAR dividiu as atenções e continua sendo discutido pelos dois jogos. Também não se discute que ele chegou para ficar. Porém, o objetivo de sua implantação no futebol não foi e não será atingido. Não acabou com as dúvidas, não evita injustiças e nem é garantia de lisura das decisões da arbitragem. Ou seja: o futebol vai continuar susceptível a manobras de bastidores. A não ser que se implante um VAR do VAR. Ou um VAR para o VAR.

Essa final do Mineiro servirá como bom exemplo para as futuras discussões: no primeiro jogo os operadores do VAR erraram feio, em sintonia com o árbitro carioca Wagner Nascimento Magalhães e bandeiras. Trabalharam pessimamente: deixaram de marcar pênalti, enxergaram corner que não existiu, originando gol, e anularam um gol que continuou gerando discussões. O Atlético foi o maior prejudicado.

No segundo jogo o VAR e a arbitragem de campo trabalharam bem, do jeito que tem que ser. Ainda que para isso a partida tenha sido paralisada várias vezes, irritando os torcedores, quebrando o ritmo da partida. Vi comentaristas reclamando do apitador paulista Leandro Bizzio Marinho, chamando-o de inseguro, vacilante e etecetera e tal. Ora, ora, se o objetivo é evitar erros e injustiças, tem que ser assim mesmo. Tanto que foi acionado, reviu o lance do Leonardo Silva e marcou o pênalti que deu o título ao Cruzeiro.

Serei eternamente contra essa orientação da Fifa de interpretar como infração mesmo sem a certeza da intenção do presumido infrator, mas a maioria dos árbitros acata o que ela dita. Como neste lance e na anulação do gol do Fred na primeira partida. Mas, interpretação é interpretação e segue o jogo.

O problema do VAR é outro. Da forma como está sendo aplicado ele é manipulável. Pode trabalhar com perfeição numa partida, como nesse 1 a 1 do Independência, ou ficar sob suspeição, como nos 2 a 1 do Mineirão.


Normalmente o clássico é vencido por quem controla melhor os nervos

Foto Ramon Bitencourt/O Tempo

O placar e quem ficará com o título, imprevisíveis. O Cruzeiro tem mais time, é favorito e joga pelo empate. Mas é clássico, em que tudo acontece, historicamente. Além do mais o jogo é no Independência, onde o Galo mais vence do que perde. Mas perde.

Única certeza é que este jogo mexe com todo mundo que gosta de futebol e que o controle emocional é decisivo dentro de campo. Bem interessante essa reportagem no SuperFC, do Bernardo Lacerda e Thiago Nogueira sobre a eficiência dos jogadores dos dois times em números. Também nisso o Cruzeiro está em vantagem. Confira:

* “Galo x Cruzeiro: Quem leva a melhor no confronto entre jogadores?

O Super FC fez um comparativo entre os titulares dos dois clubes que fazem a decisão do Campeonato Mineiro

Foto Ramon Bitencourt / O Tempo

https://www.otempo.com.br/superfc/galo-x-cruzeiro-quem-leva-a-melhor-no-confronto-entre-jogadores-veja-1.2170665


Globo detectou que público se cansou da atual fórmula dos estaduais. Parece que agora, finalmente, teremos mudanças

Recém chegado de giro pela Ásia e Oriente Médio, ainda meio tonto pelo fuso horário, mas com a criatividade intacta, o Mario Alaska, da 98FM, twittou bem cedo:‏ @marioalaska “Dia de clássico, acordei cedo, fiz aquele café pra acompanhar o Globo Rural… Só depois fui ver que era sábado. Bom dia!”.

A frase funcionou como sugestão de pauta pra esta postagem:

A Globo paga caro para deter o monopólio da co-organização e transmissão do futebol brasileiro, envolvendo os campeonatos estaduais e nacional, além da seleção. Por isso, todos temos que engolir calados um Atlético x Cruzeiro, decisivo, num sábado. Ou um Grêmio x Internacional numa quarta-feira à noite.

Mas a Globo também tem quem manda nos rumos que ela toma: os números da audiência, verificados e projetados por incontáveis pesquisas de todos os perfis possíveis. E essas mostraram que o público se cansou. A atual fórmula dos estaduais se esgotou.

E para continuar pagando o dinheirão que ela paga às federações e aos maiores clubes, ela exige mudanças. Se é assim, continua valendo a velha frase, parafraseada pelo marqueteiro belorizontino Roberto Gosende: “manda quem pode; obedece quem tem conta pra pagar”.

Este assunto é discutido por nós aqui no blog há muitos anos e a memória eletrônica, infalível, confirma e nos remete a opiniões e sugestões interessantes de torcedores/leitores sobre o tema. Confira nestes posts, de 2011 e outro bem recente, 7 de abril, onde apresento uma sugestão, baseada em idéia de comentaristas aqui do blog.

Também sugiro a leitura do blog do sempre bem informado jornalista paulista Marcel Rizzo, que tem boas fontes nos bastidores do mundo da bola. E agradeço ao também jornalista e amigo montesclarense, Christiano Jilvan, que, via twitter, nos alertou para a coluna do Marcel no Uol sobre o assunto:

2011:

https://blog.chicomaia.com.br/2011/01/31/com-a-palavra-o-torcedor-formula-do-campeonato-mineiro/

2019:

https://blog.chicomaia.com.br/2019/04/07/pelo-fim-da-idiotice-e-do-atraso-e-preciso-um-basta-nesta-formula-e-calendario-de-campeonatos-regionais/

* “Federações planejam mudanças nos Estaduais para manter acordos com a Globo”

Os principais campeonatos estaduais terminam neste final de semana e alguns não têm garantia de transmissão em 2020. Os contratos do Grupo Globo para o Campeonato Gaúcho e para o Campeonato Mineiro, por exemplo, valem até 2021, mas possuem uma cláusula de saída com o qual a emissora pode encerrar antecipadamente o acordo. A mudança no calendário anunciada pela CBF, que em 2020 diminuirá os Estaduais de 18 para 16 datas pode fazer com que competições com fórmulas mais atraentes sejam elaboradas e a transmissão interesse a emissoras e patrocinadores

Em Minas Gerais o Estadual também não usou 18 datas, mas 16, e Atlético e Cruzeiro decidem a competição neste sábado (20). O valor do contrato é próximo dos R$ 35 milhões, como o Gaúcho, e será necessário um formato mais atraente para agradar a Globo. Mesmo o Paulista, que tem um contrato mais gordo, total de mais de R$ 100 milhões e sem cláusula de saída, vai precisar alterar o regulamento para se adequar às 16 datas. Uma solução é manter o formato atual da primeira fase, com 12 rodadas… (mais…)


Para reflexão de todos nós, mineiros e mineiras: arbitro que apitaria Atlético x Cruzeiro é gaúcho e já apitou cinco Grenais, inclusive a final de ontem

Eu estava postando este comentário quando chegou a notícia: “O árbitro Jean Pierre pediu dispensa à FMF para não apitar a finalíssima do Estadual entre @Atletico e @Cruzeiro. Jean informou que sentiu dores na panturrilha após decisão do Campeonato Gaúcho ontem. Um novo sorteio será realizado.”

Mas a reflexão que sugiro continua valendo:

Vale uma reflexão para nós das Gerais. Nas últimas décadas temos perdido importância e protagonismo na economia, política e no futebol em termos nacionais. Ou seja: em tudo. Primeiro foram os nossos bancos, depois as maiores empresas e indústrias, cuja maioria mudou sua sede para São Paulo, Rio ou foi vendida ou incorporada por uma de lá ou do exterior. Já carregávamos a nódoa do então governador Magalhães Pinto e empresários mineiros terem sido cabeças do golpe de 1964. O que era a Vale do Rio Doce, privatizada, virou “Vale”, sede no Rio, diretoria mora lá e mata centenas de pessoas e liquida com o meio ambiente a partir daqui. E o que é pior: impunemente!

No futebol os gaúchos vão nos deixando para trás. Exportam treinadores (que inclusive predominam na seleção brasileira nos últimos anos), jogadores e até árbitros. Nosso clássico decisivo do estadual seria apitado pelo gaúcho Jean Pierre Lima, que apitou a conquista do Grêmio ontem em jogo complicado contra o Internacional. Foi o quinto Grenal apitado por ele. As finais deles são apitadas só por gaúchos e raramente ou nunca sem grandes polêmicas, Mas os gaúchos se respeitam e se prestigiam, apesar das rivalidades e inimizades históricas e se xingarem sempre. Quem tiver dúvida é só consultar a história de chimangos e maragatos.

Me incomoda que os árbitros mineiros não apitem as nossas finais. Assim como me incomoda que Atlético, Cruzeiro e América não descubram e nem formem treinadores mineiros, como faziam até os anos 1980, época em tínhamos e exportávamos Martin Francisco, Telê Santana, Orlando Fantoni, Procópio Cardoso, Carlos Alberto Silva, Barbatana. Marcelo Oliveira é um caso à parte. Merece um estudo. “Estourou” já mais velho, foi um “meteoro” conquistando um dificílimo bi-campeonato nacional com o Cruzeiro e depois disso se apagou. Ou o apagamos?

Possíveis sucessores dos nossos grandes nomes, de grande potencial, como Mauro Fernandes, Ney Franco, Ricardo Drubsky e outros foram ignorados ou desprestigiados, inclusive por grande parte da imprensa mineira. A bola da vez é o Enderson Moreira, competente, sério, mas nem cogitado pelo Atlético neste momento.

Enquanto isso os gaúchos continuam dando ótimos exemplos. Na final de ontem, Renato Gaúcho no banco do Grêmio e o gaúcho Odair Hellman no do Inter. No apito, o gaúcho Jean Pierre Lima, que no sábado estaria no Independência apitando a nossa final.

Que fosse e seja sempre bem vindo e faça grandes arbitragens. O mesmo desejo ao que for sorteado para o lugar dele. Espero ver um dia os dirigentes mineiros, dos clubes e da Federação, se inspirando na gauchada, valorizando os mineiros em nossas finais.

Polêmicas sempre existirão, como neste jogo de ontem, apitado pelo Jean. Saiba mais sobre ele neste link do Uol e na entrevista dele ao jornal Zero Hora antes da decisão de ontem:

“D’Alessandro e Odair são expulsos após pênalti marcado com VAR para Grêmio” – Veja mais em (mais…)


O “saudoso” futebol brasileiro praticado pelo Ajax e a sabedoria dos árbitros europeus na utilização do VAR

Nunca fui desses apaixonados pela Liga dos Campeões da Europa, principalmente das fases preliminares, porém, está ficando cada vez mais difícil resistir. Para quem gosta de futebol de verdade não tem jeito. Comecei “passar os olhos” em Juventus 1 x 2 Ajax e grudei lá. Permaneci no canal e não saí de perto da televisão até o jogo acabar. Simplesmente sensacional, tudo. Os dois times, a busca permanente pelo gol, a velocidade e plasticidade do jogo e a organização. E imaginar que, à exceção da organização do espetáculo, o nosso futebol era assim até os anos 1980. Bola lá e cá. A decadência se deu com o “lazaronês” implantado por Sebastião Lazaroni na horrorosa seleção brasileira da Copa da Itália em 1990 e a acentuação do êxodo dos nossos melhores jogadores para a Europa.

Vendo jogos da “Champions” bate uma onda saudosista danada e tenho até medo de tomar birra definitiva do futebol verde e amarelo. Cruz credo! Por isso, vou continuar assistindo só de “soslaio”, na “meia-jota”, pra não ficar mal acostumado. Hoje, só assisti os melhores momentos de Manchester City 4 x 3  Totthenham, Outro jogaço, que deixou mais um exemplo positivo para nós em relação ao VAR: o árbitro validou gol do Llorente, pro Totthenham, parecido com o do Fred, mesmo com a bola resvalando na mão do atacante. Gol que garantiu a classificação do Totthenham, como com a derrota. Ora, ora, se o jogador não teve a intenção de usar a mão ou o braço não é justo que se anule o gol ou que se apite pênalti contra ele, mesmo que a FIFA recomende apitar. No Brasil são raros os árbitros que não seguem essa idiotice recomendada.

Mas o time mais impressionante de se ver jogar atualmente é o Ajax que está revivendo seus momentos de magia, dos anos 1970, comandado por Johan Cruijff nos tempos do futebol total, do Carrossel Holandês, O treinador é da nova safra, Erik ten Hag, 39 anos de idade, ex-meio campista apenas razoável, de times médios, porém ótimo na profissão que abraçou depois que parou de jogar. Ousado e inovador, diferente de seus similares, curiosos do futebol brasileiro.

Jogando em Turim contra o poderosíssimo Juventus mostrou porque o mundo está batendo palmas para ele e para o seu time. Logo no início tomou gol do Cristiano Ronaldo, que incendiou a torcida. Pensei que ali estaria começando a eliminação do bravo Ajax. Engano dos enganos.

Gostei muito da avaliação tática e dos métodos dele, feitos por Caio Alves, em novembro do ano passado, no site MW Futebol, que recomendo. Parece que foi escrito ontem:

* “. . . o Ajax vem ganhando destaque na temporada por conta de seus talentos individuais, como Matthijs de Ligt e Frenkie de Jong. Embora sejam de suma importância para o modelo de jogo, o treinador Erik ten Hag mostra, independentemente do adversário e campeonato, que sua equipe possui total capacidade para encantar.

Holandês que é, ten Hag vem de uma escola propositiva, de futebol total, e não esconde sua ideologia e trajetória dentro de campo. Muito de suas ideias, inclusive, foi acompanhada por Pep Guardiola diariamente. Entre 2013-2015, Erik comandou a segunda equipe do Bayern Munchen, o FC Bayern II, período coincidente à trajetória de Guardiola na equipe principal. Com isso, Pep e ten Hag eram vistos constantemente juntos em treinamentos de suas equipes.

De 2015-2017, somando 111 jogos, o treinador teve uma passagem pelo FC Utrecht, até chegar no AFC Ajax, em dezembro do ano passado. Com um grande material humano em mãos, não demorou muito para que o comandante impusesse suas ideias e potencializasse cada jogador da equipe. (mais…)


Itair Machado nega que tenha salário semelhante ao dos melhores jogadores do Cruzeiro

No blog do jornalista Jorge Nicola, no portal Yahoo:

* “Cruzeiro gastou R$ 4,2 milhões com Itair Machado em 2018”

O valor do déficit do Cruzeiro em 2018 não foi a única polêmica causada pela divulgação do balanço financeiro do clube. O Blog apurou que o enorme prejuízo, superior a R$ 87 milhões, tem a ver com uma série de gastos com o departamento de futebol, como os pagamentos a Itair Machado. O vice-presidente de futebol da Raposa embolsou R$ 4.249.963,83 ao longo de 2018.

O número está presente em um trecho do balancete cruzeirense – o documento, inclusive, está em posse do Yahoo. Tais pagamentos, que incluem salários e prêmios, entre eles os títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Mineiro, foram feitos à IMM Assessoria e Consultoria Esportiva Ltda, empresa de Itair aberta em 23 de janeiro do ano passado.

O vice-presidente cruzeirense negou as cifras. “Está totalmente errado e criminoso”, afirmou Itair, que deixou de responder às mensagens depois de ser confrontado sobre o exato valor e o nome de sua empresa.

Os R$ 4,2 milhões divididos por 12 meses equivalem a R$ 354 mil mensais, vencimento de um jogador de bom nível no futebol brasileiro. O atacante Raniel, por exemplo, recebe menos do que o dinheiro a que Itair teve direito no ano passado, fazendo a ressalva de que toda essa bolada destinada ao dirigente não foi apenas de salário.

A título de comparação, os diretores-executivos de futebol mais bem pagos do país, e que exercem funções parecidas à de Itair, ganham na casa dos R$ 200 mil. Nesta relação estão Alexandre Mattos, do Palmeiras, e Raí, do São Paulo. É bem verdade que Mattos faturou um bônus de aproximadamente R$ 1 milhão com o título do Brasileirão.

Embora Itair seja dono dos valores mais expressivos, também estão na folha de pagamento do Cruzeiro diversos membros do Conselho Deliberativo, que recebem via PJ, RPA ou CLT.

27 ou 87? O balanço cruzeirense referente a 2018 aponta um déficit de R$ 27,2 milhões. Porém, a Raposa incluiu os cerca de R$ 60 milhões da venda de Arrascaeta na contabilidade, apesar de o negócio ter sido fechado em 10 de janeiro de 2019. Isso representa uma ilegalidade de acordo com as regras contábeis.

Especialistas em contabilidade entendem que tal medida pode ter sido tomada pelo Cruzeiro para evitar que o clube fosse punido por infringir o Profut. Não se pode aumentar o endividamento em um percentual pré-determinado de um ano para outro.

https://esportes.yahoo.com/noticias/cruzeiro-gastou-r-42-milhoes-com-itair-machado-em-2018-210259915.html


A carruagem pode estar virando abóbora: concessionário do Independência está devolvendo estádio ao governo

Mais uma obra prometida como “legado” da Copa de 2014 que pode entrar na enorme lista de confusões país afora. Em princípio, parecia que o América seria um dos poucos clubes do Brasil a ganhar com a realização da Copa do Mundo no país. Um estádio novo e garantia mínima do governo do estado de Minas Gerais de R$ 100 mil mensais. Mas essa carruagem pode estar virando abóbora.

Veja nessa ótima reportagem do Thiago Nogueira do SuperFC:

* “Concessionária do Independência pede rescisão de contrato com Estado”

Pedido se deu no fim do governo passado e, agora, será avaliado pela equipe de Romeu Zema; empresa acumula dívidas e pede ressarcimento

Quem vê o gramado impecável do Independência, cuidadosamente aparado e penteado, não percebe que, debaixo daquele tapete, se esconde um rombo milionário, que pode levar o estádio a fechar os portões. Irremediável até então, a situação obrigou a concessionária da arena a tomar uma atitude drástica: o pedido de rescisão contratual com o Estado.

Com prejuízos que chegam a R$ 10 milhões nos seis primeiros anos de operação e pedidos de reequilíbrio econômico negados pelo governo, a Luarenas concluiu que aquele equipamento novinho em folha, entregue em 2012, foi, na verdade, um péssimo negócio.

E o que está ruim tende a piorar. Embora o Atlético tenha, por questões técnicas, optado pelo Horto para o segundo jogo da final Campeonato do Mineiro, contra o Cruzeiro, no próximo sábado, a tendência é que o time jogue mais vezes no Mineirão – o Galo é responsável por movimentar 96% das rendas no Independência.

Desde 2016, a empresa não repassa ao governo nem ao América os 5% da arrecadação bruta para cada um, conforme previsto em contrato. São cerca de R$ 6 milhões devidos a cada uma das partes.

“Quanto custa o equipamento por mês? Custa R$ 353 mil. Quem vai pagar R$ 4 milhões por ano para deixar o equipamento de pé? Ninguém quer pagar, ninguém assume o problema”, desabafou o presidente da Luarenas, Bruno Balsimelli.

A bola agora está com o governador Romeu Zema (Novo), que recebeu essa “tijolada” há pouco mais de três meses, ao tomar posse. O pedido de rescisão se deu no fim da gestão passada, mas, desde 2013, ainda no governo Antonio Anastasia (PSDB), a concessionária pede o recálculo contratual.

O caso já recebeu parecer da Advocacia Geral do Estado (AGE) e foi objeto de estudo da Controladoria Geral do Estado (CGE), mas nenhuma decisão foi tomada. (mais…)


Jogo bom, vantagem invertida pelo Cruzeiro e falhas graves da arbitragem e do VAR

O Cruzeiro dominou a maior parte do jogo e o Atlético foi melhor do que se esperava. Se inventaram o VAR para impedir grandes erros e injustiças, os operadores que atuaram nessa função hoje, devem ser afastados, porque não sabem trabalhar ou são movidos por interesses estranhos. Foi claro o pênalti do Dedê agarrou e enforcou o Igor Rabelo no último lance do primeiro tempo, pouco depois do 1 a 0 do Cruzeiro. No segundo gol cruzeirense o erro foi da arbitragem que deveria ter dado tiro de meta e deu corner. A bola bateu por último no Marquinhos Gabriel.

Fosse arbitragem mineira a diretoria do Atlético estaria dizendo que teria sido manipulada pelo Cruzeiro, em “esquema com a FMF”. Recíproca verdadeira, caso os erros fossem contra a Raposa, que chamaria a Federação de “atleticana”. Mas, árbitro de outro estado, por mais incompetente  ou suspeito que seja, vai embora, recebe sua grana e nem toma conhecimento se tem ou não alguém xingando-o nas dilapidadas montanhas mineiras.

A partida foi boa, com destaque para os 15 primeiros minutos. O Cruzeiro empreendeu ritmo forte, para matar logo a partida, mas o Atlético soube se defender e explorar contra ataques.

Victor não teve culpa nos gols. Pelo contrário, fez duas defesas excelentes, evitando um placar mais dilatado. No primeiro gol o chute do Marquinhos pegou no pé do Leonardo Silva, que saiu jogando mal na origem do lance. Certamente atrapalhado pelo cansaço. Aos 44 minutos, jogador de 39 anos, não têm fôlego para raciocinar o necessário que o momento exige.

No segundo, além do zagueiro Leo chutar sem ninguém a ameaçá-lo, Rodriguinho ficou na frente, ao lado do Guga, fazendo uma “barreira”, impedindo a visão do goleiro.

O gol atleticano foi fruto de ótima jogada do Chará e sangue frio do Ricardo Oliveira para chutar no lugar certo, mesmo com tantas pernas cruzeirenses tentando impedir. Minutos depois ele desperdiçaria outra ótima oportunidade, na cara do Fábio, chutando para cima.

O gol anulado do Fred seguiu a determinação da FIFA de punir qualquer bola na mão ou no braço, mesmo que involuntária. Um absurdo. Em determinados lances, só se o jogador não tivesse braço ou mão. Mas, a arbitragem tem seguido a ordem superior.

Individualmente o Cruzeiro todo foi bem. No Galo, quase todos fizeram ótima partida, com destaque para Elias, tão xingado na maioria das partidas. Leonardo Silva falhou pelo cansaço, pela idade avançada. Igor Rabelo entregou uma bola ao tentar sair jogando que poderia ter sido o terceiro gol cruzeirense. Para sorte dele o Cruzeiro desperdiçou o presente.

O apito foi do carioca Wagner do Nascimento Magalhães, auxiliado pelos também cariocas Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Michel Correia. O coordenador do VAR foi Bruno Arleu de Araújo que não estava numa tarde feliz, ou outra coisa o impediu de fazer o trabalho correto.

A vantagem agora é do Cruzeiro o que força uma mudança de postura tática do Galo, sábado, 16 horas, possivelmente no Independência.