Postagem direto de Moscou, no dia 13 de julho de 2018 às 07:48
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Polêmicas da arbitragem nunca vão acabar no futebol. Nesta foto do Globoesporte.com, o argentino Nestor Pitana, que apitará a final da Copa. Em 2013 ele expulsou Richarlyson no primeiro jogo da final da Libertadores, em Assunção, aos 44 do segundo tempo. Depois disso o Olímpia fez 2 a 0, o que fez muita gente pensar que o título estava perdido.
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Meus prezados e prezadas do blog, convido a vocês a uma discussão importante e gostaria de saber o que pensam sobre a bola da vez do futebol mundial: o Árbitro de Vídeo, que foi destaque da Copa da Rússia, tanto quanto os jogadores que mais sobressaíram, as ótimas seleções semifinalistas e o retorno da Inglaterra à prateleira de cima do futebol mundial.
Parece que veio pra ficar. Demorei pra concluir o que penso, exatamente para avaliar prós e contras, depois de uma experiência prática da novidade, consistente, como foi na Copa. Estou há décadas no futebol, como profissional da comunicação, que tem a obrigação de prestar muita atenção em tudo que envolve o mundo da bola. Conclui que, da forma que está implementado, o VAR é apenas mais um mecanismo propício à fabricação de resultados de acordo com os interesses dos eventuais donos do poder, do tal “sistema”. VAR para julgar “interpretação” é o fim da picada. Fosse apenas para esclarecer dúvidas visuais, claras, vá lá, mas dessa forma, resultados de jogos continuarão a ser decididos de forma estranha, muitas vezes em gabinetes e subterrâneos do futebol.
Um dos mais brilhantes advogados do país, Lásaro Cândido da Cunha, mineiro de Patos de Minas, escreveu um artigo no dia três de julho, que vale a pena ser lido. Ajudou-me na minha conclusão sobre o assunto:
* A instantaneidade das comunicações e os reflexos nos debates nacionais no Brasil atual
Por Lásaro Cândido da Cunha
A expansão do sistema de comunicação dos dias atuais, incrementado pela penetração das redes sociais, têm provocado efeitos diretos na atuação nos programas de debates televisivos e radiofônicos, fenômeno que ocorre inclusive em decisões até do Supremo Tribunal Federal – STF.
Com raras exceções, programas jornalísticos de opinião e esportivos, passam a trilhar consensos em interpretações pré-constituídas e acríticas relativamente a aspectos factuais do futebol, da política e até em julgamentos realizados pela Suprema Corte do país.
Nesse cenário, se o time ganha (apenas num exemplo básico), a regra universal é dar eloquência aos esquemas táticos, estratégias e destaque aos jogadores, num efeito manada dominante e arrasador.
Nesses ingredientes, novidades que transformam o torcedor num pretenso detentor do controle do espetáculo, como o VAR, por exemplo, ganha ares de supremacia incontestável, devendo por essa razão ser replicado localmente e de imediato em todos os campeonatos, sendo “irrelevantes” os procedimentos e custos dessa implantação.
Essa voz acrítica não considera que o VAR adotado na Copa do mundo tenha utilizado de pelo menos cinco árbitros para cada partida, além dos assistentes técnicos. Além valer-se de infraestrutura dos padrões impostos para a competição global.
Pouco importa para os formadores em massa da onda de utilização imediata do VAR os custos, quem os assume, os protocolos pertinentes e os modelos de transparência que seriam adequados para o funcionamento da nova tecnologia. (mais…)