Blog do Chico Maia

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Na conta da arbitragem e do calendário: violeiro quando é ruim bota culpa na viola

Culpar arbitragens é tradição, mas de uns tempos para cá virou moda, também, treinadores e dirigentes colocarem culpa no calendário pelas derrotas no Campeonato Brasileiro, como se isso não fosse tradicional no Brasil e se atingisse apenas um ou outro clube. Este discurso mentiroso contamina os jogadores e eles adotam a mesma conversa mole nas entrevistas após cada resultado ruim.

Infelizmente este comportamento espelha bastante grande parte da sociedade brasileira que não abre mão de direitos e finge não ter deveres a cumprir. Com o beneplácito (gostou da palavra chique?) de uma parte enorme da mídia.

O Fernando Rocha aborda este e outros temas muito interessantes na coluna dele que estará neste fim de semana no Diário do Aço, de Ipatinga:

* “Tornou-se no mínimo curiosa a forma como temos abordado derrotas recentes dos clubes brasileiros, que estão às voltas com maratonas insanas de jogos. Quando um deles lança mão de onze reservas e perde, o debate é se aquela partida era a ideal para o “time alternativo”. Se a derrota vem com a formação principal, inverte-se a discussão: não teria sido equivocado repetir a formação com atletas desgastados? É um hábito nacional varrer a sujeira para debaixo do tapete, no caso do futebol é driblar a raiz dos problemas. Todos reclamam do calendário maluco, mas nada fazem para resolvê-lo.  (mais…)


Mal acabou a Copa da Rússia e o Catar está quase pronto para 2022: todos os preparativos para o próximo mundial

Após o sucesso da Copa do Mundo na Rússia, todos os olhares agora se voltam ao Catar para o torneio de 2022, que apresentará ao mundo belíssimos estádios, como este. O país já está bem encaminhado com os preparativos para sediar o evento esportivo mais amado do mundo.

A 22.ª edição da Copa do Mundo da Fifa acontecerá no Catar, sendo a primeira vez que o maior torneio do futebol será realizado no Oriente Médio, e em um país árabe de maioria muçulmana. O futebol é um grande esporte no Catar, com milhões de fãs apoiando as 12 equipes locais que o Qatar Stars League (a maior liga profissional) tem. Sua liga foi fundada em 1963, e conta com jogadores brasileiros desde 1989. Nesse aspecto, jogadores como Afonso Alves, têm sido fundamentais para o sucesso do esporte e da Qatar Stars League, marcando gols e inspirando o amor pelo esporte no população local. Os torcedores do futebol do Catar e de todo o mundo, ainda terão que esperar alguns anos para conseguir ingressos para assistir a próxima Copa, já que eles ainda não estão disponíveis e não estarão à venda até 2021, no mínimo. Como exemplo, para a Copa de 2018, os ingressos estiveram disponíveis a partir de setembro de 2017, e ficaram acessíveis só através do site oficial da FIFA. Apesar de acontecer só daqui a 4 anos, o torneio já conta com um time favorito para conquistar o troféu, estando o Brasil com 15,4% de chances na Betway no final de julho passado. Como o calor será um fator chave na Copa do Mundo do Catar, o Brasil tem uma vantagem natural em relação a campeões anteriores como a França, Alemanha ou Espanha, cujos jogadores geralmente disputam seus torneios em condições mais frescas. Além do calor, este torneio será o último a envolver 32 equipes, uma vez que um aumento de 48 equipes foi programado pela FIFA para o torneio de 2026, que será co-organizado pelo México, Canadá e Os Estados Unidos. Uma vantagem que o Catar terá sobre as Copas do Mundo de 2018 e 2026 será a facilidade de transporte entre os estádios, já que aQatar Rail está construindo um sistema de metrô, ferroviárias e de trens ligeiros para interligar as cidades-sede com uma rede ferroviária que vai oferecer 600.000 viagens por dia em 2021. Dez dos doze estádios ficarão em um raio de 25 a 30 quilômetros, de acordo com a ESPN.

  | جولةقطرالشتوية

Catar e sua preparação para a Copa do Mundo

A Copa do Mundo de 2022 vai romper com a tradição e não será jogada durante os meses de verão do hemisfério norte, dadas as temperaturas escaldantes no Catar, que podem chegar a até perto dos 50 °C. Por causa disso, o torneio começará em 21 de novembro de 2022, enquanto a final será realizada em 18 de dezembro, que coincide com o Dia Nacional do Catar. Mesmo assim, a península ainda estará quente, com temperaturas em torno da marca de 30 °C, e por causa disso a FIFA recomenda que a temperatura ideal dentro dos estádios seja de 20 a 25 graus. Este microclima é uma combinação da temperatura do ar, velocidade do vento, umidade e radiação solar, facilitando sistemas de resfriamento ativo e passivo. Isso ajudaria a reduzir a temperatura dentro do estádio para 23 °C, em comparação com a média de 44 °C de calor que o Catar poderia experimentar no exterior durante os meses mais quentes do verão. Os locais de treinamento estão sendo concluídos até o final de 2019, e para garantir a capacidade que a FIFA exige para o torneio, o Catar pretende construir e/ou renovar sete estádios, com o renovado Estádio Internacional Khalifa já aberto. De acordo com o Supremo Comitê do Catar, os estádios serão construídos com as seguintes prioridades em mente: acesso e conforto, sustentabilidade e legado pós-torneio. Para conseguir isso, partes dos estádios serão reutilizadas na construção de novas instalações esportivas no Catar, com alguns dos estádios se tornando parques para uso das comunidades locais.

O Catar está investindo quase US$500 milhões por semana em grandes projetos de infra-estrutura para o maior torneio de futebol, levando a um gasto total estimado de mais de US$200 bilhões, para atingir as metas de um dos países mais ricos do mundo, a fim de estar completamente pronto para surpreender todos os seguidores do futebol com todo o luxo que esta nação árabe está acostumada ter.


Noite de consagração de Fábio, numa partida memorável

Cruzeiro e Santos fizeram um jogo com todos os ingredientes de grandes partidas históricas do futebol: gols, polêmica de arbitragem e nervos à flor da pele. Dessas que não saem da memória de quem gosta do esporte. Atuação surpreendente do time paulista, que está na zona de rebaixamento do Brasileiro. Entrou com garra e conseguiu virar o placar no Mineirão, igualando o saldo de gols, levando a decisão para os pênaltis. Aí, deu Fábio, especialista no assunto, mas que dessa vez se superou, com três defesas sensacionais.

E com casa cheia: 43.464 pagantes, para uma renda de R$ 1.432.225,00


Depois de Jorginho no Vasco, cai Micale, que mesmo na lanterna diz que “os números não são ruins”

No futebol brasileiro quem é bom de lábia raramente fica desempregado. Reportagem do portal ESPN:

“Lanterna do Campeonato Brasileiro com 14 pontos, o Paraná anunciou nesta terça-feira que chegou a um comum acordo para desligar o técnico Rogério Micale do comando do clube.

“A decisão é pelo bem do clube. Saio chateado por não ter conseguido os resultados, mas na certeza de ter feito um bom trabalho”, disse Micale, que comandou o tricolor do Paraná por 24 jogos com um aproveitamento de 38,8%.

“Nossos números, de uma forma geral, não são ruins. Na grande maioria dos jogos, tivemos posse de bola, troca de passes, finalizações. Mas, sei que futebol, no final, se resume a bola na rede

Essa é a 19ª troca de técnico neste Brasileiro.

O número de troca de treinadores é maior do que o número de rodadas realizadas até agora no campeonato: 18.”

Veja abaixo todos os técnicos que saíram dos times, seja por demissão, vontade própria ou comum acordo, neste Brasileiro:

Sport: Nelsinho Baptista e Claudinei Oliveira

Ceará: Marcelo Chamusca e Jorginho

Corinthians: Fabio Carille

Vasco: Zé Ricardo e Jorginho

Bahia: Guto Ferreira

Fluminense: Abel Braga

América-MG: Enderson Moreira e Ricardo Drubscky

Botafogo: Alberto Valentim e Marcos Paquetá

Atlético-PR: Fernando Diniz

Santos: Jair Ventura

Palmeiras: Roger Machado

Vitória: Vágner Mancini

Chapecoense: Gilson Kleina

Paraná: Rogério Micale

http://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/4645046/parana-demite-micale-e-brasileiro-tem-mais-troca-de-tecnicos-do-que-rodadas


América do Sul imita Europa e confirma final única da Libertadores e Sulamericana

A Conmebol deveria se preocupar é com a distância que o futebol europeu está tomando do nosso em termos de qualidade do futebol praticado e conquistas da Copa do Mundo. Ao invés disso resolve copiar a UEFA anunciando que em 2019 a final da Libertadores será em partida única, em Santiago, e a Copa Sulamericana em Lima.

O que mais me chamou a atenção na nota-lorota publicada no site oficial da entidade é que nem consta o nome do Mineirão entre os estádios candidatos a receber um desses jogos.

Vamos ver no que vai dar. A maioria dos jornalistas considera uma má idéia. Quero ver a primeira experiência pra ter certeza. O Alexandre Simoes‏ @oalexsimoes , do Hoje em Dia pensa o seguinte: “E aos poucos a @CONMEBOL vai matando o seu maior produto, a @Libertadores . Nível técnico baixo com um monte de clubes (fase preliminar parece campeonato amador). Agora essa final ridícula em jogo único.”

A nota-lorota da Conmebol:

“Histórica decisión: Final Única de la Libertadores 2019 en Santiago y Final Única de la Sudamericana 2019 en Lima”

Luque, Paraguay – 14 de agosto de 2018. – En reunión de Consejo en el día de hoy se tomaron dos decisiones históricas: Santiago de Chile acogerá la Final Única de la CONMEBOL Libertadores 2019 y la disputa de la final de la CONMEBOL Sudamericana 2019 en un partido único, cuya ciudad sede será Lima, Perú.

La elección de ambas sedes de estas grandes fiestas del fútbol sudamericano se efectuó tras el estudio riguroso de criterios, mecanismos, procesos de selección, teniendo en cuenta parámetros relacionados con: la organización, logística, seguridad, tecnología, aspectos políticos, sociales, medioambientales y legales, alojamiento, movilidad y asuntos comerciales como la transmisión televisiva y comercialización de estos grandes eventos.

Fueron tres las ciudades que postularon para albergar la gran final por la Gloria Eterna del 2019, Montevideo (Uruguay), Lima (Perú) y Santiago de Chile (Chile). Montevideo desistió de su candidatura. Las mismas fueron visitadas para la inspección de la infraestructura general por parte de representantes de la CONMEBOL y FC Diez, consorcio conformado por IMG & Perform que brinda servicios de consultoría y comercialización de derechos de mercadeo deportivo, y con una larga experiencia en diversas áreas como organización de eventos, operación, seguridad y marketing.

Las inspecciones duraron dos días y medio en cada ciudad. Fueron visitados los estadios, locales de entrenamiento, hoteles, aeropuertos, locales para fan zone/área de exhibición pública, entre otros. Las revisiones y evaluaciones resultaron en un informe detallado con las recomendaciones del equipo de trabajo presentado ante el Consejo de la CONMEBOL, que fue sometido a votación, dando como resultado la selección de la ciudad de Santiago de Chile.

Con la decisión del Consejo de que la CONMEBOL Sudamericana también será disputada en una Final Única en el 2019, se definió que la sede será la ciudad de Lima, Perú.

“Estas decisiones obedecen al objetivo estratégico de potenciar el desarrollo deportivo del fútbol sudamericano mediante mayores recursos, más inversión y mejores estándares en todo nivel. Además de generar más ingresos para reinvertir en desarrollo deportivo, las Finales Únicas serán una gran oportunidad, para que Sudamérica, dé un gran salto en infraestructura deportiva, organización de eventos, controles de seguridad, comodidad y atención en los estadios, y en la promoción regional y mundial de nuestros torneos, clubes y jugadores. Las Finales Únicas de la CONMEBOL Libertadores y de la Sudamericana serán eventos que nos inspirarán a todos los sudamericanos a Creer en Grande”, señaló al respecto el presidente Alejandro Domínguez.

El presidente de la Federación de Fútbol de Chile, Arturo Salah, indicó que “el desarrollo de nuestro fútbol va unido a los grandes eventos. Es una apuesta que hemos realizado siempre, y hoy la redoblamos ante esta Final Única de la CONMEBOL Libertadores 2019, por la historia que une al Estadio Nacional con el torneo y por esa capacidad organizativa que queremos seguir demostrando para recibir como sabemos a todos los visitantes del continente.”

El presidente de la Federación Peruana de Fútbol, Edwin Oviedo, señaló que “es un alto honor está histórica decisión del Consejo de la CONMEBOL por elegir a la ciudad de Lima como sede de la primera Final Única de la CONMEBOL Sudamericana 2019. La FPF estará a la altura de tan importante evento del fútbol sudamericano y mundial. Se trata de un nuevo respaldo a una gestión profesional y transparente en favor del fútbol peruano, tras la histórica clasificación de la selección de Perú al Mundial Rusia 2018, luego de 36 años de ausencia en la máxima competición futbolística.”

Las Finales Únicas serán más que un partido, serán un gran evento deportivo, cultural y turístico que traerán grandes beneficios para el fútbol sudamericano, sus clubes y sus aficionados.

CONMEBOL.com


Antes tarde do que mais tarde: homenagem ao Mauro Neto, que se foi em 26 de julho

Numa quarta-feira, dia 28 de maio, o Atlético vencia a primeira partida da final do Brasileiro de 1980, no Mineirão, gol do Reinaldo aos quatro minutos do segundo tempo, diante de 90.028 pagantes. No dia seguinte fui mandado para o Rio, cobrir o Flamengo até o segundo jogo, no domingo seguinte, 1º de junho, no Maracanã, que receberia inacreditáveis 154.355 pagantes.

No aeroporto do Galeão um senhor com um largo sorriso me aguardava no desembarque:

__ Bem vindo à Cidade Maravilhosa garoto!

Era o Elísio Mauro Neto, repórter já famoso no rádio esportivo brasileiro, que me aguardava. Entramos em um Fiat-147, com a inscrição na porta: Rádio Capital – Rio. A partir dali ele era meu “tutor”, já que cobria o Flamengo e estava incumbido de levar o colega da rádio coirmã de Minas Gerais para o hotel e aos treinos na Gávea.

Mineiro de Poços de Caldas, Mauro Neto fez fama no rádio mineiro, em São Paulo e passava pela sua experiência carioca. Sempre gentil com todo mundo, dos porteiros ao presidente Márcio Braga, todos o recebiam de braços abertos no Flamengo e por onde passava no Rio.

Aquela final monopolizou as atenções do Brasil. Eram dois times fantásticos. O placar que o Galo fez no Mineirão era magro e não espelhou o que foi a partida. O árbitro Romulado Arpi Filho era conhecido como “coluna do meio”, por causa da maioria dos jogos que dirigia terminar empatados. Amarrava demais o andamento da partida, marcando faltas ao mínimo choque. Mas o Atlético era um time ofensivo em qualquer estádio e com Palhinha, Reinaldo e Éder, mais Cerezo “imarcável”, o otimismo em retornar campeão para Belo Horizonte era grande. Principalmente porque Zico tinha poucas chances de jogar. Tomara tanta pancada na competição que uma das pernas estava aos frangalhos. Fazia tratamento no Rio, sumido, para ficar sob cuidados médicos intensivos até na hora do segundo jogo, incomunicável. Na Gávea, nem pensar. Eram muitos os chutes dos colegas sobre em qual clínica ou hospital ele estaria “escondido”.

Depois do treino da sexta-feira à tarde, Mauro Neto ocupou o banco do passageiro do Fiat-147 e mandou o motorista tocar pra rádio. Eu, lá trás. Alguns quarteirões depois da Gávea o carro parou num sinal ao lado de um ônibus coletivo que tinha como destino a Barra da Tijuca. Da janela um rapaz gritou:

__ E aí “seu” Mauro? Tem carona aí?

Perguntei quem era o Mauro respondeu que era o “Serginho”, um dos massagistas do Flamengo.

Uai, num ônibus indo pra Barra? Emendei outra pergunta, já com o carro em movimento e o ônibus também:

__ Onde o Zico mora?

__ Na Barra!

Ora, ora, o massagista desceu no primeiro ponto seguinte e ganhou a carona.

Papo vai, papo vem, o danado do Serginho não falava onde estava indo de jeito nenhum; nem fazer o quê. Uma hora depois mandou parar o carro em frente a um conjunto de prédios de três andares numa área nobre da Barra da Tijuca. Agradeceu, desceu correndo e subiu pelas escadas. As portarias não eram fortalezas como hoje. Fui atrás e disse ao porteiro que o Serginho tinha esquecido a carteira no carro. No terceiro andar do prédio, estava a cobertura, calorão danado, porta aberta e lá estava o Zico. Sentado, vendo TV, perna esticada, fazendo tratamento com um outro massagista do Flamengo. Não dei nem tempo pra ele pensar que fosse um ladrão e já fui me apresentando. Ele franziu a testa, olhou pro assustado Serginho e falou alto:

__ Porra Serginho, você trouxe a imprensa, e ainda por cima de Belo Horizonte, caralho!

O massagista se desculpou com o “Galinho”, contou o que aconteceu e começou a chorar. Zico disse que estava tudo bem, que eu estava fazendo o meu trabalho e que falaria para mim, sob a condição de que eu não dissesse a ninguém onde ele estava e nem que tratamento estava fazendo.

Foram quase 10 minutos de entrevista, exclusiva. No domingo, o “Galinho” seria decisivo nos 3 a 2 sobre o Atlético, mesmo apanhando demais novamente. Depois que parou, contou em entrevistas que foi o único jogo da vida dele em que aceitou tomar infiltrações, já que aquele título seria importante demais para o Flamengo. Como realmente foi!

Esta foi a minha primeira experiência trabalhando com o Mauro Neto e graças a ele fiz este trabalho, importantíssimo para o meu crescimento profissional, em que eu comecei a ficar conhecido como um repórter “atrevido”.

Anos depois trabalhamos juntos na Rádio Capital em Belo Horizonte. Com o fim dela, ele foi para Itatiaia. Eu fui para a Rádio América e três meses depois para a Inconfidência.

Com alzheimer e outros problemas sérios de saúde, passou por maus momentos em seus últimos anos de vida. Porém, contando com o apoio da esposa, da filha Daniela e de companheiros de trabalho que surgiram como “anjos” na vida dele, como a Úrsula Nogueira, Emanuel Carneiro, Michel Ângelo, Bruno Azevedo, Carlos Sevidanis, João Vitor Xavier, Milton Naves, Álvaro Damião, Thiago Reis, Mário Henrique Caixa, Samuel Venâncio, Alberto Rodrigues, Ênio Lima, a Bia da Cantina, Fabrício Calazans, Suellen Versiane, Daniele Rodrigues, Cláudio Rezende.

O portal da Rádio Itatiaia falou mais sobre ele no dia 26 de julho:

Ex-setorista do América na Itatiaia, radialista Mauro Neto morre, aos 78 anos, em BH” 

O jornalismo esportivo de Minas Gerais perdeu um de seus expoentes. Morreu nesta quinta-feira (26), em Belo Horizonte, o radialista Mauro Neto, aos 78 anos de idade. Há algum tempo, Mauro vinha sofrendo com problemas de saúde.

http://www.itatiaia.com.br/noticia/ex-setorista-do-america-na-itatiaia-jornalist


A diferença que fazem os melhores jogadores e o Flamengo reclamando de arbitragem

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro 

Este é o resumo da ópera no Maracanã nesta tarde. Enquanto atuou com o time quase todo suplente o Cruzeiro foi um time e tomou um gol. Já quase no fim, Mano Menezes resolveu esquentar o jogo e pôs em campo Robinho no lugar do Rafinha, Thiago Neves no de Mancuello e Arrascaeta no lugar de David. Quase empatou.

Mas interessante mesmo foi essa frase do presidente Eduardo Bandeira de Melo, do Flamengo: “Foram noventa minutos de arbitragem com erros sucessivos contra o Flamengo”.

Ah, é? O paraense Dewson Fernando Freitas da Silva não está entre os melhores apitadores do Brasil, mas neste jogo, não vi nada que desabonasse o trabalho dele. O Bandeira deve ter tomando umas a mais antes de ir pro estádio.


Ufa! Um grande jogo e dever de casa bem feito pelo Atlético

Antes do apito inicial, duas certezas: o Galo faria gol, mas, também tomaria. Não deu outra! Menos mal, que tomou um e fez três, e não foi fácil, como sempre, em nenhum jogo do Brasileiro, para nenhum time, seja contra quem for.

O mais importante é que depois do segundo gol, não tomou o empate ou a virada, como tem ocorrido. Deu pra notar, durante a partida, e depois, nas entrevistas, que o time estava envergonhado das presepadas dos últimos jogos e ficou ligado o tempo todo nesta manhã no Independência.

Elias e Ricardo Oliveira, além de destaques na vitória, falaram isso nas entrevistas. Reconheceram que estão em débito com a torcida, que sempre faz a parte dela, e não tem sido devidamente recompensada.

Outra situação que merece destaque é a condição física dos jogadores mais velhos em campo. Faltando 15 minutos para acabar, o Igor Assunção @Igortep da 98FM, postou esta foto e twittou:

“Sensação térmica e umidade sendo aferidas no gramado. Quase 42°C no campo e 23% de umidade do ar.”

 

Alguns minutos depois o Ricardo Oliveira, com os seus 37 anos, matou o jogo com o terceiro gol (o segundo dele) e Leonardo Silva, com os seus 39, estava firme lá trás, comando a defesa nessa vitória que era obrigatória.


América tem que fazer a parte dele e secar a turma da parte de baixo

Foto: Daniel Hott/América

Começando hoje neste Atlético x Santos, já que o Peixe, do técnico Cuca, tem 18 pontos e o Coelho, 21. A derrota para o Bahia,  ontem, não é motivo para nenhuma turbulência, apesar de o time do Enderson Moreira ter saído da lista dos quatro últimos com este resultado. Mas o jogo foi na casa do adversário e era esperada a pressão que foi feita pelos baianos na luta desesperada pelos três pontos. Como todo humano, por melhor que seja, o goleiro João Ricardo também erra e ontem soltou a bola que resultou no gol que deu a vitória ao Bahia. Ficou lá dando de braços, esbravejando contra o gol tomado. Claro, que devia estar se penitenciando, já que os zagueiros não tiveram culpa nenhuma, pois, estavam marcando os outros atacantes baianos. Aquela bola é que não poderia sobrar para rebote, já que não daria tempo de nenhum defensor chegar antes do Gilberto, aos 9 do segundo tempo e marcar o único gol  da partida. Mas todo goleiro deve pensar 10 vezes antes de ficar gesticulando após um gol tomado. Fica parecendo que ele está se eximindo de culpa, querendo transferir a um colega a responsabilidade em caso de alguma falha. Já vi muitos goleiros ganharem fama de “traíra” entre os companheiros de profissão por causa de gestos assim.

Domingo que vem tem o Fluminense no Independência, 19 horas.

CLASSIFICAÇÃO PG J V E D GP GC SG %
São Paulo 35 17 10 5 2 27 15 12 69
Flamengo 34 17 10 4 3 28 12 16 67
Internacional 32 17 9 5 3 23 12 11 63
Grêmio 30 17 8 6 3 18 8 10 59
Atlético-MG 27 17 8 3 6 30 25 5 53
Palmeiras 27 17 7 6 4 25 15 10 53
Corinthians 26 17 7 5 5 21 13 8 51
Cruzeiro 25 17 7 4 6 14 14 0 49
Fluminense 22 17 6 4 7 19 21 -2 43
10° América-MG 21 18 6 3 9 18 24 -6 39
11° Bahia 21 17 5 6 6 19 22 -3 41
12° Botafogo 21 17 5 6 6 17 21 -4 41
13° Sport 20 17 5 5 7 18 24 -6 39
14° Vasco 19 15 5 4 6 21 25 -4 42
15° Vitória 19 17 5 4 8 20 32 -12 37
16° Santos 18 17 4 6 7 17 20 -3 35
17° Chapecoense 18 17 3 9 5 17 23 -6 35
18° Ceará 16 18 3 7 8 11 20 -9 30
19° Atlético-PR 15 17 3 6 8 17 19 -2 29
20° Paraná Clube 13 17 3 4 10 8 23 -15 25

 


Mais uma carruagem que vira abóbora. Fim do Esporte Interativo faz lembrar Rádio Capital

Saudoso Estádio José Duarte de Paiva, do Democrata de Sete Lagoas, onde hoje é um supermercado, quase no centro da cidade.

Quando li a notícia voltei no tempo e lembrei-me do telefonema que recebi do Gil Costa, convidando-me para trocar a Rádio Cultura de Sete Lagoas pela Rádio Capital, que estava sendo montada em Belo Horizonte. Aos 18 anos de idade eu era o “faz tudo” na emissora do Geraldo Padrão na minha terra. Adorava a roça, que aliás, gosto até hoje, e nem pensava em sair de lá. Andava de bicicleta, subia nos postes para instalar as linhas telefônicas de transmissão, montava as gambiarras dos transmissores, microfones e etecetera e tal. Os estádios Duarte de Paiva (Democrata), Santa Luzia (Bela Vista), Emilio Vasconcelos (Ideal), Santo Antônio (Textil) e campo do América no “Papa Vento” eram o meu mundo, felicidade total. Como o número 1 da “aldeia”, nunca tinha passado pela minha cabeça me aventurar em “Roma”. Morar em Belo Horizonte, nem pensar!!! Aquela selva de pedra me dava medo. No máximo, eu gostava do Mineirão e da lagoa da Pampulha, onde íamos regularmente transmitir os principais jogos do Atlético e do Cruzeiro.

Por educação, aceitei o convite para, pelo menos, conversar e agradecer pessoalmente ao convite do Gil, um mito do rádio na época. O programa dele na Itatiaia tinha uma audiência fantástica e ele tinha sido convidado pelo grupo paulista que estava montando a Rede Capital Capital de Comunicações para criar e comandar a rádio em Minas. Na época falava-se que era um projeto político do então governador de São Paulo, Paulo Maluf, que pensava nas eleições presidenciais, que viriam mais cedo ou mais tarde, no embalo das “Diretas Já”, com o prenúncio do fim da ditadura militar. Por intermédio de testas de ferro o hoje presidiário Maluf estava criando uma potência radiofônica nas principais capitais do país.

Em Minas, a Capital entrou detonando a concorrência, tirando os melhores profissionais das emissoras que detinham a liderança: Itatiaia, Guarani e Inconfidência foram desfalcadas dos seus melhores e mais famosos profissionais. E investia em desconhecidos, principiantes, de bom potencial do interior do estado ou rádios comunitárias, serviços de auto-falantes de bairros de Belo Horizonte. Eu neste time, junto com Garcia Júnior (Barbacena), Kleyton Borges, de Belo Horizonte e vários outros.

No escritório que dividia com o Luiz Carlos Alves, na AGC Propaganda, o Gil recebeu-me numa terça-feira pela manhã, na Avenida Olegário Maciel, a um quarteirão da sede do Atlético. Eu nunca soube quem indicou meu nome para ele, mas muito provavelmente foi o Luiz, um dos maiores nomes da reportagem do Brasil naqueles tempos, com trabalhos de grande repercussão na TV Itacolomi, Rádios Itatiaia, Inconfidência e Guarani.  O Gil falou do projeto Rádio Capital que chegava para “arrebentar” e dominar a audiência em todo o Brasil, começando pelas principais capitais: São Paulo, Rio, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e obviamente Beagá. Eloquente, o mato-grossense Gil, vindo do rádio da Bahia, impressionava pela força da fala e pela estatura física, com seus quase dois metros de altura, ex-lutador de boxe. Entregou-me uma “ficha” de emprego, onde eu deveria preencher meus dados pessoais e na ultima linha a “pretensão salarial”. Impressionado e assustado com tudo aquilo, na minha cabeça eu reforçava a ideia de que jamais deixaria a minha cidade e vi naquele item da pretensão salarial, a oportunidade de agradecer a proposta e dizer não. Ganhava quase dois salários na Rádio Cultura de Sete Lagoas (uns 160 cruzeiros) e resolvi chutar alto na “pretensão”, que certamente seria recusada. Escrevi lá: Cr$ 1.000,00. Para o meu espanto, o Gil leu tudo com atenção e na mesma hora disse que estava tudo certo e que eu me apresentasse no dia 15 de junho na Rua Dr. Camilo, 116, na Serra, onde funcionava a Rádio Del Rey FM e a Del Rey Ondas Médias, a atual 98,3FM, cujo dono continua o mesmo, o querido Marco Aurélio Jarjour Carneiro, sócio do grupo paulista naquela época.

Para mim foi como uma pancada na cabeça. Não imaginava que ele fosse aceitar a minha pedida e não estava preparado para mudar os rumos da minha vida. Dentro de um mês eu teria de me mudar para Belo Horizonte e deixar a minha felicidade no interior!

Mas era muita grana para a minha realidade e eu não resisti. Assinei a papelada, fui para a rodoviária, que continua ali no mesmo lugar, e iniciei o processo de mudança de vida, começando por uma demorada conversa com os meus pais e depois com o dono da Rádio Cultura.

Uma das minhas últimas transmissões pela Rádio Cultura, entrevistando Ronaldo Tenaz, artilheiro do Huracan, um dos melhores times de futsal do Brasil, em 1979.

Na Capital, parecia um sonho trabalhar com “ídolos” da minha infância: Vilibaldo Alves, Waldir Rodrigues, Aldair Pinto, Flávio Anselmo, Paulo Roberto Pinto, Afonso Alberto, Marco Antônio Bruck, Paulo Rodrigues e tanta gente mais.

Me puseram para cobrir o América. Ao invés da bicicleta, um fusca marrom, novinho, dirigido pelo Geraldo Tito Pereira (Tatú) me levava diariamente para o distante Vale Verde, em Contagem, onde o Coelho treinava. Um operador, instalava o equipamento, testava, me entregava o microfone e eu tinha apenas o trabalho de abri-lo e falar o noticiário, de três minutos. Nas transmissões dos jogos, a mesma coisa. Meu trabalho era só falar, bem diferente dos tempos de Rádio Cultura, onde era o “faz tudo”.

Antes do quinto dia útil do primeiro mês, recebi o “holerite” ou “contracheque”, e me assustei com o salário que estava escrito: 1.500 cruzeiros!

“Uai, tem um erro aí!”. Eu tinha acertado 1.000. Fui “reclamar” com o Gil Costa, dizendo que havia um engano ali. Ele se espantou com a minha abordagem e bem ao estilo grosseiro dele, respondeu:

__ Ô seu animal; tem engano nenhum não. O seu salário é esse mesmo!

Incrédulo, feliz demais conta, eu iniciava uma nova vida, agarrado à oportunidade, aprendendo com aqueles profissionais espetaculares e muito bem remunerado. Três meses depois fui escalado para cobrir o Galo, aumentando a minha felicidade. Eu estava no paraíso. Foram quatro anos de intensa alegria, até que as “Diretas Já” fossem barradas no Congresso. O projeto do Maluf esfriou em São Paulo, Gil Costa batia forte no recém eleito governador Tancredo Neves, que reagiu à moda dele, e o sonho começou a acabar. Os comentários do Gil eram demolidores contra o governador no “Jornal da Capital”, no editorial que ele mesmo redigia ou fazia de improviso. Atacava questões administrativas e entrava pelo campo pessoal, pesado realmente, com todo tipo de ofensa. De segunda a sexta-feira, às 8 da manhã, era chumbo grosso no lombo do “velho gagá e enrolador”, nas palavras do Gil.

Numa dessas manhãs, imediatamente ao fim do comentário do dia, o telefone tocou. O Gil estava sendo chamado a São Paulo, para conversar com a direção da rede. Em princípio pensamos que ele seria promovido a chefão geral da rede, já que a Capital Minas era a única da rede que se auto-sustentava, pois faturava muito e estava colada nos calcanhares da Itatiaia, a líder.

Gil atendeu à determinação de São Paulo de pegar o primeiro avião na Pampulha. O vôo partiu às 11 horas. Às 17 ele desembarcaria de volta, demitido.

A carruagem virava abóbora a partir dali. A audiência começou a despencar na mesma proporção do faturamento. Um interventor paulista que foi enviado para o lugar do Gil era até gente boa, mas completamente despreparado para a missão. Começou de cara cortando nos salários, que eram os mais altos da história do rádio mineiro. Cortou também o valor das diárias das viagens, pela metade. Quem não aceitava, saía ou era demitido. A debandada foi total, na base do o “último a sair que apague a luz”.

A Rádio Capital Minas, nos 570 Khz “na ponta do seu rádio” foi um sonho, nunca mais repetido na imprensa de Minas. Uma história muito interessante, assim como a do Gilberto Gil da Costa Ferreira, que infelizmente teve um triste fim, como profissional e pessoal.

No dia 5 de abril de 2014 escrevi sobre ele aqui no blog: https://blog.chicomaia.com.br/2014/04/05/gil-costa-o-que-nao-tinha-medo-de-ninguem-falava-o-que-queria-e-se-deu-mal/