O coordenador da Rádio Super, Rogério Mauricio (esquerda), comentarista Leandro Cabido e Hércules Santos, na cantina do jornal O Tempo. Por ser o mais alto dos times em que jogava quando garoto, Hércules era sempre escolhido pra ser o capitão. Tinha que conversar com os árbitros e nunca havia consenso, foi tomando antipatia, que se tornou raiva, dos apitadores.
É verdade, foi ele mesmo quem me contou! O ótimo jornalista/radialista Hércules Santos, ex-Globo/CBN, agora narrador da Rádio Super Notícia, também é roqueiro e tem uma banda. Mas poderia ter sido goleiro profissional, não sei se de clube grande, médio ou raquítico, porque nunca o vi jogar em seus áureos tempos. Ele jura que era bom demais conta. Sei não.
Conta também que quando estava naquela encruzilhada da vida, precisando decidir que rumo tomar, decidiu esquecer o futebol como profissão, pois tinha tanta raiva dos árbitros que num jogo qualquer poderia fazer uma besteira e matar um. Até hoje ele tem birra pessoal com os homens do apito e dos bandeiras. Já manifestou isso pessoalmente ao hoje colega de profissão Marcio Rezende de Freitas, que foi um dos melhores árbitros do país, mas que cometeu erros absurdos, que entraram para a história.
Em suas crônicas, Nélson Rodrigues também vivia manifestando seu ódio pelos apitadores. A vida deles não é fácil. Na maioria das vezes involuntariamente matam milhares ou milhões de raiva mundo afora em função de um único erro ao apitar ou deixar de apitar alguma coisa. É poder demais nas mãos de um ser humano só, com todas as consequências que o poder de decisão traz.
Lembrei-me dessa história do Hércules para voltar ao clássico e à chiadeira do América. Retomando também o comentário do cruzeirense Luiz Ibirité aqui no blog: “E na duvida seja contra o Atlético ou o Cruzeiro o juiz sempre decide contra o América!”.
Verdade, assim como também é verdade que, na dúvida, em jogos do América contra os times do interior, o árbitro sempre decide a favor do Coelho. E nessa mesma dúvida, os árbitros decidem contra Atlético e Cruzeiro nos jogos deles contra os grandes clubes do Rio e de São Paulo.
Este problema crônico parece uma lei natural, mundo afora. Ontem, zapeando TV em Piriápolis, me detive por alguns minutos num Borússia x Real Madri,que cheguei a pensar que fosse ao vivo, já que é tanto futebol na TV que a gente fica perdido. O time alemão dando um sufoco danado nos espanhóis e tem um pênalti claro a seu favor, não marcado pelo apitador. Logo em seguida, cruzamento longo, perfeito, da direita para a esquerda na área do Borússia. Num “sem-pulo” espetacular Bale faz 1 a 0 pro Real. Mudou todo o panorama da partida. Li depois que foi um jogo de dezembro do ano passado pela Champions, 3 a 1 para o Real na casa do forte adversário. Graças a um erro da arbitragem, porém, também aos excelentes jogadores que possui. Não é para qualquer um acertar o cruzamento como o que encontrou Bale, outro acima da média, que por sua vez, acertou um chute que não é pra qualquer um. Por isso ganham fortunas e por isso jogam onde jogam. Resumindo, excelentes e ainda contam o benefício da dúvida da arbitragem. Aí o desequilíbrio aumenta, vira sacanagem.
E assim caminha a humanidade, ou “o rio corre é para o mar”.
No Globoesporte.com o resumo desse Borússia 1 x 3 Real:
“A vitória do Real Madrid teve também controvérsia. Aos 13 minutos do primeiro tempo, quatro minutos antes de Bale abrir o placar, Yarmolenko cruzou, Philipp bateu de primeira, Navas desviou, e Sergio Ramos tocou com a mão quase na linha do gol. Apesar das reclamações dos jogadores e da torcida do Borussia Dortmund, o árbitro não marcou nada.”
http://globoesporte.globo.com/futebol/liga-dos-campeoes/jogo/26-09-2017/borussiadortmund-realmadrid/