Também pode ser aquela da “pimenta nos olhos dos outros é refresco…”. Dia 11 de outubro, returno do Brasileiro, o zagueiro Rodrigo Caio vê a bola ultrapassar a linha mas dessa vez não alertou ao árbitro que mandou o jogo seguir . O Atlético venceu o São Paulo no sufoco, apesar desse vacilo da arbitragem comandada por Heber Roberto Lopes, de Santa Catarina.
Na coluna Bola na Área, deste domingo, no Diário do Aço, de Ipatinga, o Fernando Rocha, aborda um dos temas mais falados pela imprensa em 2017: um jogador deve ou não deve ser honesto quando a arbitragem errar a favor dele e ele tem consciência do erro? Cita o caso do Jô que marcou gol com o braço contra o Vasco e fingiu de bobo. Fernando recordou o caso do zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, que livrou a cara do próprio Jô, que estava tomando um cartão injusto contra ele. Aí me lembrei deste mesmo zagueiro, que no jogo contra o Atlético no Independência, viu a bola entrar e ficou caladinho, deixando o árbitro seguir o lance.
Sufoco danado e o Galo venceu por 1 a 0, de forma suadíssima.
Veja a coluna do Fernando:
* “Arbitragem polêmica”
Uma das grandes polêmicas do futebol em 2017, foi registrada no jogo em que o Corínthians, em sua Arena, venceu o Vasco da Gama por 1 x 0, com um gol visivelmente irregular marcado por Jô com o braço, o que abriu-lhe o caminho para conquistar o título.
Estranho que o jogador um pouco antes havia elogiado o zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, por ter sido honesto e avisado o árbitro no clássico entre os dois times rivais, sobre um cartão aplicado a ele erradamente, o que fez o assoprador de apito voltar atrás na sua decisão, beneficiando o Corinthians.
Mas neste lance, do gol malfeito com o braço, Jô disse na maior cara de pau, que não notou onde a bola havia batido, antes de entrar nas redes vascaínas. Fez o discurso do mau-caratismo tradicional que reina neste país.
Desde que foi implantado pela CBF o tal “sexteto”, ou seja, com os tais “árbitros de linha” posicionados atrás dos gols, o que onera substancialmente as despesas de cada partida, as críticas ao trabalho da arbitragem se avolumaram mais ainda.
Outro caso de grave erro registrado ocorreu na vitória do Botafogo por 2 x 1 sobre o Macaé, no Campeonato Carioca do ano passado, onde o juiz de linha de fundo, também apelidado de “vigia” pelo ex-árbitro e hoje comentarista da Globo, Arnaldo César Coelho, estava a um ou no máximo dois metros de distancia do lance, mas nem assim enxergou irregularidade no gol da vitória botafoguense, onde a bola havia saído pela linha de fundo antes do cruzamento para o gol ilegal de Vinicius Tanque.
Qual o sentido?
A dona CBF até hoje não anunciou precisamente quando irá utilizar os recursos eletrônicos, pelo menos nos jogos mais importantes, decisivos, de suas competições oficiais.
Estava previsto para o segundo semestre de 2017, mas nada disso aconteceu e até agora ninguém sabe ao certo, quando o sistema será posto em prática, como maneira de diminuir os erros da arbitragem, que influenciam diretamente no resultado dos jogos.
Agora, fico aqui pensando com os meus botões, enquanto tomo a uma água de côco gelada e aprecio as ondas do mar na bela Ilha de Guriri quebrando na praia: a opção da CBF pelos “árbitros de linha”, os tais “vigias”, atrás dos gols, teria sido por razões econômicas?
Acho que não. Afinal de contas a entidade máxima do nosso futebol, cujo presidente está praticamente banido pela Fifa em razão de denúncias de corrupção, divulgou ter arrecadado mais de R$ 1 bilhão em 2017. O que seria então?
Enquanto isso, ficamos todos sem saber o que faz essa tal figura atrás do gol, qual a função desse personagem ali, olhando, assistindo de forma privilegiada o jogo o tempo todo atrás do gol, mas quando é preciso sua intervenção não vê nada. Fica alí olhando o quê? (mais…)