O Grêmio fez a parte dele, o que dava pra fazer. O adversário é que é poderoso demais, uma seleção mundial, contratada a dedo, dirigida por um ex-astro dentro de campo e que se preparou para ser treinador. Zidane ralou nas categorias de base e nos bancos de escola durante cinco anos para ter a licença de treinador.
A diferença entre um Real Madri e qualquer clube da América do Sul é imensurável. Nesta final do mundial em Abu Dhabi, parecia um profissional treinando contra juniores de boa qualidade. Jogou pro gasto, pois não precisava acelerar. Se precisasse, faria o suficiente para ficar à frente do marcador e ganhar mais um título.
É difícil ver um time em que todos os jogadores erram pouquíssimos passes, desarma os adversários com uma facilidade chocante, ataca e defende em bloco e tem finalizadores fantásticos. Quando a coisa aperta com a bola rolando tem um Cristiano Ronaldo pra fazer gol de falta. Esse aí é diferente. Parece que hipnotiza os adversários, que o “deixam” escapar e chutar pela direita, centro, esquerda, meias e por aí vai.
E os caras não têm o menor constrangimento em dar chutões quando é preciso. Foi o caso do Capitão Sérgio Ramos, faltando uns 10 minutos. Na cobertura do Marcelo, quase na lateral esquerda, não tinha como tocar para algum companheiro e nem pestanejou: chutou para a lateral. Tentar driblar o adversário, nem pensar. Isso é coisa de Muralha e outros cabeças cozidas do Brasil que se acham mais competentes do que realmente são.
A principal estrela do Grêmio não brilhou dessa vez. Luan parecia encambulado, como um jovem de cidade pequena do interior que chega à cidade grande e fica contando os andares dos prédios. Questionado nas entrevistas após a partida, usou a desculpa preferida da maioria dos jogadores do nosso futebol: cansado de tantos jogos na temporada. Ah, tá!
Quando o apito final do árbitro se aproximava os gaúchos se atiraram em peso ao ataque. Todo mundo na área, aguardando o cruzamento do lateral Cortez, que cruzou, para a linha de fundo. Era Cortez, gente!
No conjunto da obra, jogador por jogador que se enfrentaram hoje, é até covardia comparar. No andar da carruagem, clube sul-americano para derrotar um europeu numa final dessas, só se for através de uma zebra do tamanho do nosso continente.
O resto é perfumaria!