Como diz a minha mãe na experiência e lucidez dela, aos 94 anos de idade: “eles eram tudo pra nós”, referindo-se à minha irmã, Dirce, que se foi no dia 8 de setembro de 2023 e ao marido dela, Celso, que se foi na manhã desta sexta-feira, 1º de novembro, aos 76 anos de idade.
Celso Alves Moreira, o “Celso Gaguinho” era mais que um cunhado. Se tornou um irmão, tamanho a sintonia que teve conosco ao começar a namorar com a minha irmã.
O conheci antes deles se conhecerem. Aos 12 anos de idade, eu já era repórter, do O Jornal do Centro de Minas, de Sete Lagoas, e escrevia sobre o campeonato amador da cidade, que era excelente. Contava inclusive com o Democrata, que tinha retornado ao amadorismo, depois de duas vezes vice campeão mineiro, perdendo finais para o Atlético e o América.
Funcionário aposentado da companhia de tecidos Cedro e Cachoeira, Celso era atuante e assíduo aos jogos do Textil E. Clube, o time da fábrica, papa títulos da época, anos 1970, que dividia a hegemonia do amador regional com o Bela Vista (outro que já foi forte no profissionalismo mineiro) e o Cedro E. Clube, da vizinha Caetanópolis.
Toda vez que passo em frente ao estádio do Tejuco, em Diamantina (inaugurado pelo presidente JK em 13 de agosto de 1958, em amistoso da seleção regional contra o Botafogo), me lembro do Celso. Eu, iniciante repórter, fui como convidado do presidente do Textil, Vicente Vaz de Melo, para acompanhar o time até lá para um jogo de entrega de faixas ao então campeão de Diamantina. Fui sentado ao lado do Celso no ônibus e ele me tratou como irmão mais novo. E por obra do destino, anos depois ele conheceria a minha irmã.
Mas, se o destino foi tão generoso em colocá-lo em nossas vidas e nos dar sobrinhos como o Celsinho, Cristiane e Vanessa, os sobrinhos/netos Vitor, Sara, Pedro e Dudinha, foi muito cruel ao dar a ele graves problemas de saúde, 11 anos atrás, que comprometeram a sua qualidade de vida para sempre, sem memória e mobilidade. Cuidado com todo o carinho pela esposa, pelos filhos e por todos nós, e cuja trajetória nessa vida se encerra hoje. Dói demais a frase “descansou”, mas, é o caso!
E como está doendo!
Descanse em paz, caríssimo Celso! Muitíssimo obrigado por tudo! Amigo de todas as horas, meu companheiro de hospital em minha cirurgia de apêndice, companheiro do meu pai no hospital nos últimos dias da vida dele, companheiro e amigo da minha mãe, a “Baixinha”, sempre.
Gozador, brincalhão, melhor cozinheiro e churrasqueiro do mundo, das comemorações dos cunhados/irmãos Gilmar e Edilse, do concunhado/irmão Nonô, dos sobrinhos André e Bruna, das confraternizações do jornal Sete Dias, dos seus amigos da Cedro e Cachoeira e de tantos amigos e seus familiares que te gostavam e continuarão te gostando tanto.
Valeu demais a convivência e aprendizado contigo, meu querido. Vá se encontrar com a nossa amada Dircinha, que te espera lá há um ano e pouco mais de um mês; com o nosso amado pai, Vicente, que se foi em 2002; com a sobrinha/neta Alice, anjo da Bruna e do Bernardo, que também se foi ano passado. Também vá se encontrar com a fiel cadela Neguinha, que se foi duas semanas atrás.
Vá dando uma arrumada no Céu, monte a sua churrasqueira lá e nos aguarde, pois como diz o Milton, “qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar”!
À esquerda o também saudoso Uárlem Marcelo Dias (Tiuaia), colega do Celso na Cedro e Cachoeira, Vanessa, Celso Gaguinho, Dircinha e Gilmar com o vizinho de Fazenda Velha e amigo Paulinho Pedra Azul
Minha mãe, Terezinha, o grande endocrinologista Dr. Jader Rezende e Celso
Nas comemorações dos 76 anos, Celso Gaguinho, recebeu o carinho de sempre da família, dia 29 de fevereiro, em Prudente de Morais: a partir da esquerda, Nonô, Edilene, Vitor, Vanessa, Davi, Gilmar, Cris, Edilse, Celsinho, Dudinha e Sara.
Nos 75 anos, em 2023, Celso e Dircinha, entre eu (esq.), Vitor, Davi, Vanessa, Nonô, Edilse, Celsinho e Sara