Senhoras e senhores, na semana passada publiquei frase do Marcelo Barreto, do Sportv, que define bem como as coisas funcionam em nosso futebol:
“…O futebol justifica qualquer pensamento torto, desde que sirva para garantir os três pontos, evitar uma suspensão, provar que o pênalti ou o impedimento a meu favor foram bem marcados, e contra mim, um roubo…”
Serve para definir também o uso da palavra “ética” no Brasil, que existe, desde que seja em defesa dos “meus interesses”. Os dos outro, que se danem!
Recebi e-mail do Alex Sousa, cruzeirense, que está indignado, com toda a razão, por causa da história do excesso dos auto-falantes no Independência, domingo. Deveria ter o seu desabafo ecoando nos veículos de comunicação e gerando consequências. Mas, tudo indica, que o tema ficará resumido a este blog:
* “Olá Chico Maia. Será que o torcedor adversário não merece no estádio pelo menos o tratamento de consumidor? Afinal paga o preço do ingresso, tem o direito de estar no espaço público e se sujeita às exigências dos órgãos de defesa social, na forma prevista do Estatuto do Torcedor.
Lamentável a idealização, instalação e operação daquelas caixas de som destinadas a tentar abafar o barulho da torcida do Cruzeiro. Verdadeiramente, jericos & ideias formam uma dupla terrível, sobretudo quando o assunto é ser hostil ao torcedor adversário.
Mais lamentável ainda uma parcela da mídia, que deveria denunciar e preferiu minimiza a questão como sendo coisas de rivalidade. Consumidor tem direitos; nenhum torcedor do Cruzeiro foi ao estádio de favor. Como canalhas estão em vários lugares logo apareceu uma justificativa de que “teria sido algo emergencial para corrigir falta de som naquele lugar do estádio”.
De quem teria sido a ideia? Será coisa do gênio que projetou aquelas arquibancadas? Infelizmente está cada vez mais claro que a insanidade governa o futebol mineiro; de nada adianta as leis como Código de Defesa do Consumidor e Estatuto do Torcedor. Incrível que algo deste tipo aconteça num estádio que foi reformado com dinheiro público recolhido de contribuintes de todos os clubes, inclusive torcedores do Cruzeiro.
E as autoridades? Já sei: “só trabalham se provocadas”. Sei…
As caixas foram instaladas e operadas sem o consentimento da Luarenas? É papel de administradora de estádio (concessão pública) ser hostil à torcida visitante? O Atlético, clube mandante, estaria envolvido? O que a Federação tem a dizer sobre este tipo de situação? É permitido? Ou será que mais uma vez aceitaremos desculpas esfarrapadas por violação legal e vale-tudo?
Só há um remédio: punição pecuniária e condenação do responsável ao pagamento de indenização a cada consumidor submetido a tal tipo de abuso por violação dos direitos do consumidor e do torcedor. Só assim o riso vai embora da cara de canalhas capazes de patrocinar coisas dessa espécie. Quem avisa amigo é: “sabiá que sai atrás de joão de barro acaba virando servente de pedreiro”.
Abraço amigo. Minha filha, atleticana, sócia-torcedora, comemorou o resultado aqui em casa; meus parentes e amigos torcedores do Atlético mandaram mensagens, vídeos, fotos. Não somos inimigos. Respeito e respeitarei o direito deles de festejar, como eles respeitam o meu”.
Alex Souza