A Gazeta do Povo, tradicional jornal do Paraná, sairá das bancas e apostará na mídia digital. Informações e comentários dos portais Comunique-se e Brasil247:
* “O jornal Gazeta do Povo anunciou nesta quinta-feira (6) uma mudança significativa na sua produção jornalística. A partir de 1º de junho, deixará de publicar a edição impressa diária e será o primeiro jornal brasileiro feito originalmente para plataformas móveis, a partir do conceito “mobile first”. Ao todo, foram investidos R$ 23 milhões em tecnologia para promover essa mudança.
“Nossa estratégia se baseia em levar ao leitor onde ele estiver, pelo celular, notícias de credibilidade em um ambiente onde se difundem amplamente as fake news. Acreditamos que o leitor da Gazeta valoriza a informação de credibilidade e isso será a base para que ampliemos o nosso universo de assinantes”, afirmou Guilherme Pereira, presidente do GRPCOM, grupo proprietário do jornal.
A partir do aplicativo da Gazeta do Povo, desenvolvido por pela Eidos, o jornalista poderá produzir não só textos, mas também fotos, vídeos e lives. A proposta inverte a lógica de consumo de conteúdo geralmente utilizada pelos veículos jornalísticos na internet: o site originalmente construído para celular será responsivo para a tela do computador.
Além da plataforma digital, será publicada uma edição semanal do jornal, que circulará sempre aos sábados em um novo formato. A ideia é aprofundar e explicar os assuntos mais quentes do momento com artigos exclusivos. Cada exemplar terá 64 páginas e será vendido a R$ 8 nas bancas. Os assinantes receberão em casa aos sábados. Também haverá mensalmente a publicação das revistas Haus e Bom Gourmet.
O jornal também anunciou novos colunistas: Ricardo Amorim, Teco Medina, Leandro Narloch, Rodrigo Constantino, Lúcio Vaz e Evandro Éboli.
Curitiba, a oitava maior cidade do Brasil, com 2 milhões de habitantes e 1,4 milhão de eleitores, não terá mais um jornal impresso, com a decisão da Gazeta do Povo de se concentrar apenas na produção digital. Este movimento antecipa uma onda que atingirá todas as capitais do país, colocando em risco a sobrevivência impressa de títulos como Correio Braziliense, Zero Hora, Estado de Minas e até mesmo Globo, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.
Embora faça todo o sentido econômico, a morte das edições impressas traz um risco gigantesco para a mídia tradicional, que é matar a sua presunção de influência.