Com muita honra, a minha coluna de hoje dos jornais O Tempo e Super Notícia recebeu (e transcrevo na íntegra) e-mail do conselheiro do Cruzeiro, NLL, que foi um grande dirigente do clube nos anos 1980:
* “Como sempre, admiro suas crônicas.
A de hoje me fez relembrar velhos tempos, quando o Felício e o Fábio Fonseca (então presidente do Atlético), se entendiam quase que mensalmente, sobre a situação dos maiores clubes de futebol de MG.
As torcidas não sabiam e eu como dirigente, sabia dessas conversas o que os dois combinavam para participarem também do eixo Rio/São Paulo e CBD, na época, para serem respeitados do mando do futebol brasileiro.
O Cruzeiro ganhou em 1966 e o Atlético em 1971, os campeonatos de níveis nacionais.
Havia inteligência dos nossos dirigentes e consciência de nossas situações diante das crônicas esportivas daqueles centros.
Nos considerávamos provincianos e eles os donos da verdade.
Pois bem, hoje por uma decisão política nada, construtiva (absurda até), não permitiram que os clubes participassem da direção do Mineirão. Demagogia e falta de respeito com os Clubes. Enganaram a todos. Inclusive a nossa crônica esportiva.
Politicagem de interesses. Qualquer político hoje, é vaiado ao ser anunciado seu nome em qualquer estádio do país. Todos, com raríssimas exceções, são desconsiderados e sem qualquer respeito pelo povão.
Uma empresa quer o lucro é evidente. Não absorvem ou não admitem qualquer prejuízo. Por que uma só empresa participou da empreitada?
Em Milão há anos a Inter e o Milan jogam no mesmo estádio da cidade e mudam até o nome do mesmo, quando do mando do jogo de cada clube.
Aqui é essa ‘burrice’. Totalmente absurda e desqualificada em pleno século 21.
Participei de uma reunião do Conselho Deliberativo do Cruzeiro e vi o nosso querido Gilvan (pessoa de alto estima), declarar em tom de glória que o Mineirão era do Cruzeiro e que até as lâmpadas sob as coberturas seriam azuis.
Fiquei calado, absorvi o conteúdo do dito, pensei como aquilo poderia perdurar, pois, como o Cruzeiro poderia gerenciar um patrimônio do povo que pagou aquela obra e que seria o gestor do estádio!
Não entendi, passei da época, fiquei ‘burro’ e agora vem essa desavença entre as partes interessadas. Uma com as obrigações de manter um clube com dificuldades absurdas e a outra com exigências visando apenas o lucro do empreendimento.
O futebol e o público que pagou a obra, que se danem!
Dou minha mão à palmatória ao Alexandre Kalil, que enxergou o futuro e não aceitou os termos daquele acordo proposto. Caro Chico Maia. Que este meu relato (desabafo), fique entre nós, pode publicar se quiser, mas lhe peço, que não cite o autor. Não por medo ou qualquer outro sentimento de represália que não temo e sim, por respeito ao Gilvan que entrou nessa ‘fria’ e agora luta na Justiça por direitos que não sei se serão ressarcidos.
Tocaram o hino do Galo no Mineirão, que absurdo! ‘Besteirol puro’. Veja onde chegamos.
Acabou o sonho. A realidade, a política e o futebol nunca se entenderam. Vide CBF e FIFA, muito presos ou denunciados por fraudes.
Coitado dos torcedores, fanáticos e longe dos interesses pessoais da maioria que dirigem suas paixões. 7 x 1 e 3 x 0. Os dois últimos jogos da seleção no Mundial do FULECO. Essa é a nossa atual situação. Somos uns FULECOS, tatús sem buracos para enfiarem a cara de vergonha.
Abraços e muita admiração por sua pessoa. Continue leal com seus leitores. Vc é uma pessoa do bem.
NLL