O futebol é uma ciência inexata onde há muitos interesses inconfessáveis em jogo e por isso, neste período de entressafra da bola o torcedor também deveria se desligar ou ligar o piloto automático. E só voltar à ativa, pra valer, na semana da primeira rodada da primeira competição competição oficial do ano.
No caso do Brasil, para ser bem sincero, só mesmo na semana da primeira rodada decisiva do campeonato estadual, pois até lá, é tudo especulação e “perfumaria” .
Primeiro vem essa lenga-lenga de renovações de contratos, aquisições e dispensas de jogadores e treinadores. Se o fulano, novo ou velho, vai dar certo ou não, ninguém de sã consciência pode garantir coisa alguma. É tudo chute, palpite e muitas caras quebradas e línguas queimadas quando a bola começa a rolar.
Foto: Clicrbs.com.br
O suposto acabado, perna de pau ou desconhecido, costuma jogar muito e fazer diferença. A estrela, o que “foi buscado no aeroporto”, a promessa ou a revelação do ano passado, melhor jogador da temporada que se foi e outras profecias, costumam se traduzir em grandes fiascos, desses de surpreender a dirigentes, torcedores, imprensa e até aos profetas do acontecido e engenheiros de obra pronta!
Por outro lado, se o clube contrata um jogador ou treinador que a maioria da sua torcida não gostaria de jeito nenhum, o que adianta? Já foi contratado e pronto. Ou se o dirigente ou treinado quer contratar, será contratado, independentemente de pressão das ruas ou da imprensa.
Neste período a toda hora alguém aborda um jornalista ligado ao futebol perguntando quem será contratado, dispensado ou se a vinda do fulano ou cicrano será bem sucedida ou não.
Eu, por educação, respondo normalmente, que também estou de férias ou simplesmente que não sei.
Se o cidadão insiste muito, respondo perguntado: “Quem sabe?” ou “Pois então!?”.
Os que gostam de ser enganados ficam “p” da vida e até rosnam de raiva, e infelizmente é a maioria. As pessoas normais entendem e não se fala mais nisso.
Como diria Tim Maia, mais do que nunca, neste período “tudo é tudo e nada é nada!”. Às vezes nem o presidente do clube sabe o que vai acontecer, ou, já sabe de tudo, tem tudo resolvido, mas não revela naquele momento, porque entende que não é hora de revelar.
Dirigente, jogador ou treinador só deixa “vazar” notícia para a imprensa quando é de interesse próprio.
Tenho certeza que à medida que você foi lendo este texto, vieram à sua memória incontáveis exemplos, do seu time e dos rivais.
Lembrei-me de centenas do passado, mas cito apenas alguns mais recentes, tipo: Ronaldinho Gaúcho quando foi contratado pelo Atlético; Alex 10 quando retornou ao Cruzeiro em 2003; “o acabado” Vanderlei Luxemburgo quando chegou ao Cruzeiro em fins de 2002; o “salvador” Vanderlei Luxemburgo quando foi contratado pelo Atlético em 2009; Diego Souza tanto no Galo quanto na Raposa; o “tampinha” Bernard quando foi lançado no Galo; Fred quando ganhou oportunidade no time principal do América.
E o que dizer dos exemplos mais recentes? Dr. Gilvan, presidente; Alexandre Matos, diretor de futebol e Marcelo Oliveira, técnico do Cruzeiro!
E Cuca por Autuori? Em pleno Mundial de Clubes no Marrocos, só a imprensa e a torcida não sabiam?
Foto: Unoeste.br