Notas das minhas colunas de hoje no O Tempo e Super Notícia:
Este movimento dos jogadores contra o calendário da CBF é uma ótima oportunidade para se iniciar discussões mais profundas do nosso futebol. Aliás, surge tardiamente já que os atletas nunca se preocuparam com questões fundamentais da profissão deles, com raras exceções.
A única entidade de credibilidade no país é a Fundação de Apoio ao Atleta profissional – FAAP – entidade presidida por Wilson Piazza, que nasceu da união das Agap’s de cada estado. Piazza é um batalhador da categoria, junto com outros poucos abnegados, que sempre reclamaram a omissão da categoria, principalmente quando o jogador é jovem e está em franca atividade.
Só depois
Quando para e se vê em dificuldades é que procura pelas entidades, em busca de socorro. Quando tinha fama e espaço na mídia não tomava conhecimento e normalmente nem recebia as lideranças ou atendia aos seus telefonemas.
E por incrível que possa parecer, em torno de 80% passam enormes dificuldades, em todos os aspectos, depois que a idade os obrigam a pendurar as chuteiras. Este quadro não mudou dos anos 1970 para cá, quando o movimento classista e sindicalista começou a surgir no futebol profissional.
Reação
O movimento recém surgido, com a assinatura de 75 jogadores dos principais clubes do país, visa por enquanto, questionar o calendário de 2014, divulgado semana passada pela CBF. Ele obriga aos clubes a jogar mais, em menor espaço de tempo, por causa da Copa do Mundo, fazendo com que haja até três jogos numa mesma semana, para alguns.
Como os clubes cumprem seus acordos com a Globo e CBF, os atletas têm de reagir.
Bom senso
Os jogadores escolheram um bom nome para batizar a nova entidade que está surgindo, “Bom Senso FC”, e certamente eles mesmos não deverão ser incoerentes nas reivindicações. Não acredito que queiram exigir apenas um jogo a cada semana, por exemplo, já que nem a Europa se dá mais a esse luxo, em função das várias competições nacionais e continentais.
Esse tempo ficou nos anos 1980.
Planejamento
A qualidade do futebol de cada time e consequentemente do espetáculo está diretamente ligada à condição física dos atletas. Não tenho a menor dúvida que o Atlético “voou” na Libertadores da América e o Cruzeiro está “voando” no Brasileiro, porque as diretorias peitaram a FMF para que a fórmula do Campeonato Mineiro previsse menos jogos para eles.
Fôlego de sobra
Com a excelência dos seus equipamentos na Cidade do Galo e Toca da Raposa, da competência dos seus preparadores físicos, fisioterapeutas e médicos, foi possível cumprir um planejamento traçado pelas comissões técnicas ainda em 2012, que deixassem os jogadores em ponto de bala no momento certo.
Notem que o mesmo “fenômeno” dos jogos do Mineiro se repetiram e repetem em jogos cruciais da sequência da temporada: da metade do segundo tempo em diante os adversários da nossa dupla “morrem” fisicamente.
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E ainda essa “Verdade Verdadeira do Duke”, sobre o Cuca e os seus cálculos!