Três textos muito legais de atleticanos que me foram enviados por e-mail, que confirmam o que me disse o Yan Falchetto, que mora em Vitória-ES, e que fez um “bate-volta” para a final, de ônibus, sem ingresso, sem autorização do patrão, correndo sério risco de retornar à capital capixaba desempregado:
“atleticano torce é pelo Atlético, o futebol é apenas o elo de ligação, um detalhe”
O primeiro texto é do Bruno Moura:
* “CAMpeão explodindo a fantasiosa terra do nunca!”
Acabou a sina de ser apenas competitivo, acabou o jejum dos títulos tidos de expressão. Bateu tudo na canela do Victor e desmoronou.
Já queixei do nervosismo do Cuca, por temer uma influência no time na necessária frieza na hora das decisões em uma competição, mas isso também acabou.
Aliás, o Galo acabou ou explodiu o termo nunca, como muitos diziam… E quanto mais falavam “nunca”, mais massificante permaneceu a relação CAM e Massa.
Não acabou a nossa característica do sofrimento, todavia, o sofrer tem outra versão com o Galo e a Massa, pois, é um sofrer feliz, gera alegria… Já se vai para um jogo sabendo que o sofrimento irá acontecer, porque faz parte.
A Massa continua se fudendo para o que os outros tem e por isso nunca abandonou o time. Sim, queríamos ter também, comemorar depois de décadas de grandes times e campanhas que não alcançaram resultados máximos e o Mineiro (no exterior é assim conhecido, além de Galo, o resto é tudo brasileiro) conseguiu. O Galo torna Minas independente do Brasil.
Uma torcida menos dependente da materialidade – espero que isso nunca acabe. Assim não cansarei de cantar que somos “campeões do Gelo” convicto de que aquela excursão pelo velho e frio continente, imortalizado no hino, é motivo de orgulho… Que ter vencido a seleção de Pelé num amistoso é motivo de orgulho… E não são títulos… Que as conquistas oficiais, tidas como menos expressivas, como as taças da Comenbol, também são importantes.
Ver Verón e outros jogadores do Estudiantes, devido o ano de 2009, gratuitamente postarem foto parabenizando o Galo e a Massa pelo titulo, é um valor imaterial que só a torcida do Galo foi capaz de fazer no futebol brasileiro – em terra Argentina (2009 e 2000eGalo).
Queremos o Mundo! Queremos mais Libertadores, Brasileiros e outros, contudo, que a Massa nunca caia na soberba utilitária dos títulos pelos títulos nem despreze demonstrações como as de Verón, Roberto Drummond e de tantos que conosco formam a Massa. E que os pobres tenham lugares nos estádios, porque a Massa sem massa se desabará.
abraços,
Bruno Moura
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O segundo texto é do Marcelo D Agostini
* “Prezado Chico,
Impressionante a reação da torcida azul, ontem, após a vitória contra nosso time alternativo, na verdade um combinado de reservas e jogadores recém subidos da categoria júnior. Demonstrou como “mexeu” com os azuis nosso Histórico título de Campeões da Libertadores! Demonstra como gradativamente os papéis estão se invertendo em Minas. Nós é q comemorávamos “não cair”, carimbar a faixa de campeão deles, como ocorreu em 1997, quando de forma semelhante, foram campeões em uma quarta e domingo ganhamos de 2 x 0. Aproveito para ponderar q em minha modesta opinião devemos almejar simultaneamente a Copa do Brasil, o Brasileiro e o Mundial. Veja: jogamos 8 vezes, sendo 5 com o time alternativo: Santos, Vasco, Criciuma, Corintians e Cruzeiro e fizemos 6 pontos. 3 vezes completo : Coritiba, São Paulo e Gremio e fizemos 4 pontos. Estamos com um jogo a menos e 8 pontos atrás do “lider”. A Copa do Brasil, terá as oitavas na segunda quinzena de Agosto e as quartas somente em Outubro! A semi-final e final em Novembro. Ou seja, perfeitamente compatível com o Brasileiro. Não é sonho, podemos fazer a QUINTUPLA CORÔA, como nenhum Clube brasileiro conseguiu!
Ah, em tempo: embora ele nem saiba q eu existo, fiz as pazes com o Kalil.
Abração.”
Marcelo D Agostini
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O terceiro é do Ricardo Siqueira, que me foi enviado pelo Marco Antônio Falcone:
* “Tentei por vezes escrever algo sobre o Galo, sobre o que significava
pra mim ter o ingresso de Galo x Vasco do dia 27 de Novembro de 2005,
e o ingresso do dia 24 de Julho de 2013, e o quanto eu quero mostrar
pro mundo inteiro esses dois objetos “inanimados”, que emanam algo que
me arrepia o corpo inteiro, e que me colocaram em momentos que
cravaram em mim sentimentos tão diversos, tão opostos, que só mesmo
Deus pode explicar terem partido de um mesmo coração, um mesmo ser, de
mim. Mas desisto, pois não é mais necessário, pois nada traduz melhor
os meus sentimentos do que o seu “Obrigado a cada atleticano do
mundo.”, que li hoje no jornal. Eu não estive naquele dia em 1987, mas
vivi a final de 1999 e tantos outros momentos com o Galo tão
intensamente quanto o que você nos transmite em seu depoimento. Eu
também ainda não sei o que será de mim pois, de certa forma, não sei o
que está acontecendo, o que é esse momento de glória e PAZ que agora
vivemos. Eu me acostumei a aguardar o próximo jogo desesperadamente,
como se o próximo jogo fosse sempre o último, o mais importante, a
última chance de alçar voo em direção ao céu, e no jogo seguinte, ou
ao final de mais um campeonato, a decepção, o voo tinha partido em
direção ao céu, mas chegava sempre ao destino errado, o nada. Mas
agora a sensação é outra, me sinto como se a partir de quarta eu
entrasse de férias pela primeira vez na vida. Mas mesmo com essa
sensação de poder agora gozar de suadas e merecidas férias, sei que
como Atleticano isso só dura até logo mais, quando vem o próximo jogo
e o coração e a alma clamam por um grito de GAAAAAAALOOOOOOOOOOO assim
que a bola estufa as redes. E assim espero seguir, pois agora eu já
tenho uma história bonita pra contar aos meus filhos, tal qual todas
as outras do Galo que eu vivi, mas agora a história é outra, é
diferente, agora a história tem final feliz. A história conta como nós
Atleticanos torcemos a vida inteira contra o vento enquanto a camisa
esteve estirada no varal durante a tempestade, e foram anos de
tempestade. Até que, enfim, o vento perdeu. EU ACREDITO! Mas e daí?
Isso pra mim não é novidade, eu nunca deixei de acreditar.”
Ricardo Siqueira
E um deles enviou esta imagem que ilustra a derrota de domingo para o Cruzeiro:
2009/2013