O Secretário da Secopa-MG, Tiago Lacerda, gentilmente escreveu à coluna e blog:
“Prezado Chico Maia, ao ler sua crônica desta quinta-feira (14/02), tomei a liberdade de lhe escrever com o intuito de prestar alguns esclarecimentos que, certamente, não são de seu conhecimento, a respeito da gestão do Mineirão.
A administração do estádio era feita pela autarquia ADEMG, em regime quase de heroísmo, pois a legislação brasileira do setor público não se coaduna com a necessária agilidade na prestação de serviços de gestão de grandes espaços. Aliás, não é por outro motivo que se vê, pelo mundo afora, tão somente gestão privada desses equipamentos. As rígidas regras do setor público engessavam o estádio e eram, como deve se lembrar, motivo de muitas denúncias e dificuldades de gestão.
Assim, ao se reformar o estádio, sob a forma de PPP, temos a possibilidade de dotar o equipamento de moderna gestão profissional, sem as amarras do setor público e, especialmente, sem alocar exclusivamente recursos públicos, tão escassos e necessários em tantos setores governamentais prioritários. Nesse processo, por expressa determinação do Ministério Público Estadual foi vedada a participação dos clubes de futebol na gestão do estádio.”
Portanto, cabe à gestora, por evidente, melhorar, e muito, a sua atuação, e ela será remunerada por isso, inclusive com base na opinião dos usuários. O futebol, arte e paixão do brasileiro, é também uma atividade econômica, e das mais relevantes. Desse modo, caberá ao segmento, como ocorre em todo o mundo, participar das despesas relativas aos respectivos equipamentos.
Creio que essas informações possam ser úteis ao estimado amigo. De todo modo, nada justifica o quadro negativo da prestação de serviços ocorrida no primeiro jogo do Mineirão. Abraços, Tiago Lacerda”.
Agradeço a gentileza do Secretário, e entendo a opção do governo do estado pela Parceria Público Privada.
Porém, para clubes de torcidas gigantes como Atlético e Cruzeiro, o ideal é que eles tenham os seus próprios estádios.
Casa própria
Com estádios próprios, nossos maiores clubes podem faturar muito mais, já que têm público para encher as suas casas e consumir tudo comercializado lá, além do estacionamento, espaços publicitários… Os dois já tinham parceiros acertados para isso, mas o então governador Aécio Neves fez Zezé Perrela e Ziza Valadares, seus parceiros políticos, a desistirem, em favor do Mineirão.
Em campo
América e Boa fizeram um jogo muito ruim, e o 0 x 0 pressiona mais ainda ao Vinícius Eutrópio, que está mais para um bom comentarista de rádio que para treinador.
O Atlético jogou para o gasto contra o Araxá, em jogo que valeu para mostrar que Luan, foi uma boa aquisição e que Diego Tardelli será útil demais em seu retorno. Mais solto nesta sua segunda partida, foi um dos melhores em campo nestes 3 a 0.
Velhos problemas
Possivelmente o torcedor mineiro é o que tem o pior tratamento nos estádios para tentar ver os jogos do seu time em nosso estado. Torcedores do Araxá ficaram revoltados porque não conseguiram ingressos para o jogo contra o Atlético nas bilheterias do Independência.
Essa dificuldade de acesso, pontos cegos, falta de água nas torneiras e banheiros não são problemas exclusivos dos novos Independência e Mineirão. Por incrível que pareça, até na Arena do Jacaré, ontem pela manhã, em um Democrata 1 x 1 Uberaba o torcedor enfrentou situações semelhantes.
Água
Faltou água e as filas para compra de ingressos e entrada no estádio eram enormes, fazendo muita gente desanimar e voltar para casa. A Ademg informou que a falta d´água foi por causa de uma bomba que estragou, porém, reparada até o intervalo do jogo. Sobre as filas, a diretoria democratense assumiu o erro: como a média de público era muito baixa ano passado, ele manteve apenas uma bilheteria e um portão de acesso, mas vai dobrar a quantidade no próximo jogo pela Segunda Divisão. Empate O jogo foi bom, com sabor de derrota para o Jacaré, que fez ótimo primeiro tempo, fez 1 a 0 e desperdiçou três oportunidades claras. Perdeu o seu principal jogador, Hilton, por contusão, no início do segundo tempo e não teve fôlego suficiente para impedir o empate do Zebu, aos 39 minutos.
O árbitro Átila Carneiro Magalhães foi bem até aos 44 do segundo tempo, quando estragou o seu trabalho ao não marcar um pênalti claro, na cara dele, para o Democrata. Deu “lei da vantagem”, permitindo que a zaga do Uberaba limpasse a área.