Blog do Chico Maia

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Obrigado a todos, e algumas saideiras de 2012

Agradeço a todos os amigos que enviaram felicitações pelo meu aniversário, ontem, e retribuo os votos de feliz 2013.

Hoje à noite tem Democrata x Minas na Arena do Jacaré, final da Terceira Divisão, para onde espero que o Jacaré não volte nunca mais.

O Minas venceu o primeiro jogo por 2 a 0 e pode até perder por 1 a 0 que fica com o título.

Sem problemas; o mais importante já foi conquistado, o acesso à segundona 2013.

Estou em Conceição do Mato Dentro, curtindo cenários como este, da Cachoeira do Tabuleiro.

TABULEIRO

Sol total; até agora não choveu por aqui.

Por falar em Democrata, publiquei em minha coluna de ontem no jornal SETE DIAS, fotos da presença do Dr. Lucas Ottoni, entre o seu pai, senhor Luiz Camilo Ottoni (direita) e o presidente do Democrata, Flávio Reis.

Este é o advogado que garantiu o Democrata na segunda divisão mineira de 2013.

FLAVINLUCASOTONPAI

Foi recebido com tapete vermelho sexta-feira, 21, no Recanto do Jacaré para uma entrevista coletiva e depois, na Fiorenza, para uma picanha e um chope, porque ninguém é de ferro.

RPAIVACMFLAVLUCASPAIBEIÇO

Da esquerda para a direita, Renato Paiva, “este locutor”, Dr. Lucas, Flávio Reis, Luiz Camilo e Marco Túlio Nogueira.

ARISIOGARÇONJERRY

Nesta recepção ao Dr. Lucas Otoni, o diretor democratense Arísio França Junior (esquerda) aproveitou para tentar uma contratação bombástica para reforçar o seu Vila Serrana em 2013: o garçom Jerry, uma das figuras mais queridas da cidade. Estava quase acertando “luvas”, “tempo de contrato” e “salário”, mas não conseguiu o mais importante: negociar os “direitos federativos” com Carlão, Afonso e Marta, os comandantes da Fiorenza.

Mais uma vez, obrigado a todos; boas festas e ótimo 2013.

ESPINHACO

Mais uma imagem dos caminhos por onde tenho andado estes dias, na Serra do Espinhaço, nessa nossa Minas Gerais!

Bom demais da conta, sô!.


Verdades verdadeiras do Duke e do Ricardo Lemos

Duke, hoje no Super …DUKE

… sobre o ex-piloto em atividade…

… e do participante do blog Ricardo Lemos, com providenciais lembranças, e a quem agradeço em nome de todos:

“Prezado Chico, bom dia!

Com mais um feriado prolongado chegando, queria te pedir para fazer um alerta aos frequentadores do blog sobre os perigos das estradas.

Nesta época de muito movimento, aumentam também os acidentes. Famílias têm sido exterminadas nas estradas e ninguém faz nada para resolver a situação. Então, pelo menos nós motoristas precisamos fazer a nossa parte dirigindo com prudência e respeitando todas as regras.

Na minha opinião, o Governo é o único que pode fazer algo para praticamente eliminar o problema. Estatisticamente quase 100% dos acidentes com vítimas fatais nas estradas estão nas batidas de frente, onde um dos veículos invade a contramão. E em praticamente todos estes acidentes, há caminhão (ou equivalente) ou ônibus envolvido.

Para resolver de imediato o problema, só com duplicação das estradas. Campanhas educativas e penalização para motoristas desobedientes levam mais tempo para surtirem efeito e “gastam” muitas vidas. Apesar disto, precisam ocorrer também (em paralelo) pois são as medidas mais eficientes para o longo prazo.

Desejo um 2013 de muita paz, saúde, alegria, realizações, discussões saudáveis aqui no blog e muita sorte para os que vão pegar estrada!”

Ricardo Lemos


Quase férias!

Desde ontem meu ritmo é de folga do futebol. Não dá pra chamar de férias, porque são apenas uns poucos dias, mas já estou nos lugares onde mais gosto: Serra do Cipó, Conceição e adjacências! 

Nem vi o Democrata Jacaré perder de 2 a 0 o primeiro jogo da final da terceirona ontem. Os dois times desfigurados, já que os elencos estavam liberados, e esta final é apenas para cumprir o regulamento. 

O que importava era o acesso à segundona e isso o Jacaré já conseguiu. Agora é montar time porque o campeonato começa em fevereiro. 

Estou saindo agora da Pousada Chão da Serra, e dentro de uns 50 minutos paro no Clube Social de Conceição do Mato Dentro, onde “os trabalhos” já foram iniciados pelo João Bosco, Betânia, Dr. Renilson e outros companheiros que estão, estes sim, de férias, quase 30 dias à toa.

Merecidamente, diga-se.

Aguardamos a chegada do João Chiabi Duarte, que está vindo de Vitória, com essa cara larga dele, da foto abaixo (no ap dele na capital capixaba), e cheio de piadas para sacanear o Galo! Mas sabe que o Cecé Mascarenhas está com o troco devidamente pronto e contra-ataques fulminantes.

JOAO

Enquanto isso, deixo com os senhores essa reportagem do Globo, de segunda-feira, que fala sobre o Vasco, que está abastecendo Atlético e Cruzeiro, e sendo abastecido por eles. 

Olho vivo neste novo Vasco que está sendo montado. Apesar da crise pela qual atravessa, tem Roberto Dinamite, Renê Simões e Ricardo Gomes no comando. São competentes, conhecem bem o futebol e estão montando, com pouquíssimo dinheiro, um time que pode surpreender. Aliando os poucos que estão ficando do time deste ano com boas promessas dos juniores e bons jogadores que estão precisando deslanchar, como Filipe Souto, Pedro Ken e outros.

Sem falar que tem uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do Brasil.

 * “Vasco de cara nova e humilde”

Time remonta quase todo o elenco com jogadores de baixo custo

RENEDINAMITE

A dez dias da reapresentação, o Vasco tenta se reerguer rapidamente a fim de ter o elenco completo que irá viajar para a pré-temporada em Pinheiral a partir do dia 4 de janeiro. Por causa da crise financeira, o clube viu parte de seus principais jogadores partir e, sem poder de compra, teve suas negociações limitadas a jogadores que se destacaram na Série B ou que não estavam nos planos dos seus clubes para 2013.

Até o momento, entre dispensas e saídas voluntárias já são 13 jogadores, mais de um time completo. Ainda não houve anúncios oficiais, porém os dirigentes já têm pelo menos oito acordos fechados. Entre as principais perdas estão Fernando Prass, Juninho Pernambucano, Rodolfo, Alecsandro e Nílton. Nas negociações do atacante para o Atlético-MG e do volante para o Cruzeiro, respectivamente, o Vasco ficará com o volante Fillipe Soutto e o atacante Leonardo, e os meio-campistas Sandro Silva e Pedro Ken.

O atacante Zé Love, sem espaço no Genoa, da Itália, também vem por empréstimo. O goleiro Michel Alves, que estava no Criciúma, assume a posição de camisa 1 deixada por Prass. O lateral-direito Elsinho, do Figueirense, e o meio-campo Thiaguinho, do Cruzeiro, também serão anunciados. O clube ainda negocia com o volante Willians, que pouco tem jogado no Udinese, da Itália, e o lateral-direito Nei, ex-Internacional.

Além disso, a cada abertura da janela de transferência, vê ameaçada a permanência de Dedé. O zagueiro é cobiçado por times europeus e pelo Corinthians. Como o clube detém 45% dos direitos econômicos do jogador (45% pertencem a um fundo de investimento e 10% ao Villa Rio, clube ligado à empresa Ability Sports), a decisão da venda não é apenas do Vasco.

Fora os problemas financeiros, que dificultam tanto a permanência como a contratação de jogadores, a diretoria já deu sinais de que não fala a mesma língua. No fim da última semana, o novo diretor executivo René Simões havia confirmado a rescisão do contrato de Felipe. A notícia pegou de surpresa o diretor técnico Ricardo Gomes, que contava com o jogador. Logo depois, o presidente Roberto Dinamite desmentiu a saída de Felipe e René amenizou o discurso. De qualquer forma, a permanência do meio-campo será discutida entre a diretoria e o jogador, que tem contrato até o fim de 2014.

* http://oglobo.globo.com/esportes/vasco-de-cara-nova-humilde-7127224#ixzz2GGFQeI1p


Mais péssimas notícias para quem não gosta do Alexandre Kalil

Já escrevi várias vezes sobre essa volta por cima administrativa que o Atlético está tendo, com a chegada do Alexandre Kalil à presidência.

Até muitos atleticanos costumam perguntar como ele está conseguindo este “milagre”, ou “onde ele está arrumando tanto dinheiro”, e por aí vai.

Quem não gosta dele chuta mil bobagens ao vento, tipo “dá calote”, está aumentando a dívida do Atlético, “sustou cheques”; “arruma dinheiro com o Ricardo Guimarães” e outra idiotices do gênero.

Pois ele põe em prática aquilo que disse quando assumiu o Galo: “no futebol, nos grandes clubes, se você não roubar e não deixar roubar, o dinheiro dá e sobra; porque os clubes têm fontes demais de arrecadação”.

E para isso, a maior virtude do Kalil foi conseguir reunir essa turma, quase anônima, desprovida de vaidades acima do normal.

Competências raras em suas respectivas áreas de atuação, onde o Atlético mais precisava para sair do buraco: tributária, contábil, comercial, gestão…

Advogados, engenheiros e empresários que viabilizam o que o presidente pensa em fazer.

E pouco a pouco vão possibilitando ao Atlético ter novamente um grande time.

Nesta excelente reportagem da Valeska Silva para o Globoesporte.com de hoje, conheça um pouco dessa turma e dos bastidores do Galo. * “Homens fortes do Galo: saiba quem ajuda Kalil mudar a história do clube”

Conheça todos os ‘escudeiros’ e a ‘escudeira’ do presidente atleticano,
que ajudaram o clube alvinegro a triplicar o orçamento nos últimos anos

Por Valeska Silva Belo Horizonte

De clube sem crédito no mercado, com mais de mil cheques pré-datados e sem fundos espalhados por Belo Horizonte, a nova casa da estrela Ronaldinho Gaúcho. Dono de uma dívida de quase R$ 310 milhões, mas com dinheiro para tirar o goleiro Victor do Grêmio. Que milagre financeiro é este que acontece no Atlético-MG? É o que se perguntam pessoas que conhecem a história do clube. Muitas se assustaram com o rápido ressurgimento atleticano.

GRAVATAS

Gropen, Lásaro, Sette Câmara, Adriana Branco, Fadel, Luiz César Vilamarim e João Avellar

À frente, o presidente Alexandre Kalil.

É dele a palavra final, a assinatura em cheques, o trabalho de colocar a cara a tapa, como definem os fiéis escudeiros do dirigente. Os escudeiros são um grupo de torcedores que trabalha nos bastidores. Remunerados ou não, estão praticamente todos os dias junto ao presidente, deliberando em prol do Atlético-MG.

Alguns são mais conhecidos, como o vice-presidente Daniel Nepomuceno, a diretora-executiva Adriana Branco e o diretor de futebol Eduardo Maluf. Além deles, trabalham para o Atlético-MG outros seis abnegados, cujo único objetivo é recolocar o clube na prateleira de cima do futebol nacional, na disputa de títulos e competições de expressão. O GLOBOESPORTE.COM reuniu os homens-fortes da retaguarda atleticana para uma conversa reveladora, para que pudessem explicar como ocorreu o ‘pulo do gato’ que recolocou o Atlético-MG na vitrine, depois de anos como motivo de críticas, de menosprezo. Tudo começou no fim de 2008. Eleito presidente, Alexandre Kalil montou um grupo com pessoas que já circularam pelos bastidores do clube em outras gestões, casos de Adriana Branco, do assessor Sérgio Sette Câmara, que já foi vice-presidente, e do também assessor Luis César Vilamarim, engenheiro e primo de Kalil, que participou da reformulação da Cidade do Galo, que, na década de 1990, tinha apenas um campo e um acanhado vestiário e, em 2010, foi eleito o melhor do país

Convidou também o advogado e professor de direito tributário Rodolfo Gropen, um torcedor apaixonado pelo Galo e que, na época da eleição de 2008, formulou um projeto tributário e ofereceu aos dois candidatos que disputavam o posto. Kalil venceu e, pouco mais de dois meses depois, chamou Gropen para assumir a função de diretor de gestão do clube.

E Gropen convidou outros atleticanos para trabalhar com ele. Todos “remunerados pela paixão”, como ele mesmo definiu: os também advogados Lásaro Cândido, hoje diretor jurídico, e João Avellar, atual assessor jurídico. Pouco tempo depois, o grupo ganhou mais um integrante: Carlos Fabel, administrador de empresas e contabilista, com 33 anos de experiência no mercado financeiro, que trabalhou em seis bancos antes de aceitar o convite de ajudar o clube para o qual torce. Ele, Adriana Branco e Eduardo Maluf são os únicos integrantes remunerados deste “staff vip”, que participa das decisões mais importantes do clube nestes últimos quatro anos, principalmente nas contratações. E que se comprometeram ao presidente nunca revelar os assuntos discutidos na sala da presidência.

– Um dos segredos da administração do Kalil é que nunca vazou nada, destacou Rodolfo Gropen, que acompanhou o presidente na viagem a Porto Alegre, onde fecharam o negócio com Ronaldinho Gaúcho. Nem para os filhos atleticanos ele contou.

– As pessoas na academia me perguntam, já rindo: “E, aí, Sérgio? Quem vem?” Elas sabem que eu não falo nada. O segredo não é a alma do negócio? Pois é assim que aqui acontece agora, define Sérgio Sette Câmara, que tem história no Atlético-MG.

Entre idas e vindas, participa da vida do clube desde 1999. Pode falar, “de carteirinha”, de erros cometidos no passado, em outras gestões. Sem citar nomes, lembra de histórias que fizeram o nome do clube ficar “queimado” no mercado.

– A forma amadora com que o Atlético-MG era conduzido não é novidade. Na minha época, como vice-presidente, fizemos um levantamento patrimonial e descobrimos imóveis que ninguém sabia que existiam. E o que mudou? Falo com toda sinceridade: o Alexandre assumiu e se cercou de pessoas dedicadas. Trouxe o Maluf, que é um cara extremamente competente para cuidar de futebol. E trouxe o Rodolfo, um sustentáculo muito grande na escolha das outras pessoas. Aí veio o Lásaro, o Luis César, que sempre foi um cara muito presente, pau para toda obra, destacou Sette Câmara.

As histórias contadas por estas pessoas podem virar um manual de autoajuda para clubes endividados e com o “filme queimado” no mercado, como foi o Atlético-MG por muitos anos. Um clube que chegou a ficar cerca de dois meses sem presidente, na época da renúncia de Ziza Valadares. Que já atrasou salários por três meses seguidos e fazia contratos únicos para jogadores, o que significava que a multa rescisória dos atacantes Marques e Guilherme era a mesma que de atletas de menor expressão. Que triplicou o orçamento nos últimos anos, de R$ 60 milhões, em 2008, para R$ 180 milhões, que é o montante previsto para 2013.

De uma coisa, no entanto, todos fazem questão. Mesmo cientes que herdaram um clube com muitos problemas, o “staff vip” atleticano não aponta culpados, não destaca erros em administrações anteriores. Por ordem expressa do presidente, o trabalho é olhar para frente.

– O grande desafio foi esse: criar um muro, deixar para trás o que passou e estabelecer um novo conceito empresarial, explica o diretor financeiro Carlos Fabel.

– E não teve milagre. O Atlético-MG estava chegando ao fim. O Alexandre deu um murro na mesa, de basta, se cercou de gente que resolveu se doar para ajudar o Atlético-MG. Não existia isso no retrospecto do clube. Saímos do caos e hoje temos controle, destaca o diretor jurídico Lásaro Cândido.

– O Atlético-MG tem sido mal administrado há 20 anos, com alguns intervalos de suspiro. Se você plantar esse trabalho para os próximos 20 anos, o problema estará resolvido. Você tem que ter um grupo que pensa igual. É assim hoje. Por isso está funcionando, avalia o assessor jurídico João Avellar.

O começo de tudo

O ano era 2009. O primeiro da gestão Alexandre Kalil. Na época, estava em pauta a renovação do contrato master de patrocínio da camisa. O clube recebeu R$ 3 milhões em 2008, e o presidente pediu R$ 9 milhões para o ano seguinte. A empresa, fabricante de automóveis, que estampava o nome, não aceitou aumentar. Kalil não aceitou receber menos, queria valorizar o nome do clube. E o Galo jogou a temporada inteira sem patrocinador. Deu certo. Em 2010, com a chegada de novos parceiros, foi para os R$ 9 milhões que o presidente queria.

Está aí a explicação para o “surgimento” do dinheiro do Atlético-MG: valorização da marca. Os contratos foram melhorados, como também o dinheiro repassado pelo Clube dos 13. Mas não foi fácil ficar uma temporada sem patrocínio. As consequências perduraram por dois anos.

– Tivemos dois anos que sofremos demais, lembra Gropen.

– As receitas caíram, o pay-per-view também. Ficamos sem estádio em Belo Horizonte e tivemos de fazer jogos na Arena do Jacaré a R$ 5, R$ 3, R$ 2. Hoje, você põe ingresso a R$ 300 e vende, destaca Sérgio Sette Câmara.

– Mostramos a todos essa nova postura. Queira ou não, o Atlético-MG já teve três meses de salários vencidos, poderia perder passe de jogadores. Houve um choque de gestão: enxuga tudo, zera tudo, vamos correr contra o tempo. O dinheiro que tinha era para colocar a folha em dia, lembra Luis César Vilamarim.

– No ano que ficamos sem patrocínio, vieram várias empresas, mas para pagar valores baixos ou por determinados jogos. O Kalil não aceitou, lembra Fabel.

– Porque se você aceita isso, posteriormente, não consegue fazer um bom contrato. Se você está com anúncio de uma bala na camisa pagando R$ 5 mil, no ano seguinte, não consegue convencer uma empresa a pagar R$ 50 mil, complementa Vilamarim.

– Essa história de valorizar a marca foi muito importante. Em 2008, a receita do Atlético-MG era de R$ 57 milhões. Neste ano, vamos fechar com aproximadamente R$ 75 milhões, contabiliza Fabel.

TRIO

BMG

Assim como quase 30 times do futebol brasileiro, o Atlético-MG carrega a marca do BMG estampada no uniforme. A ligação com o banco é antiga, já que Ricardo Guimarães, presidente da instituição, já foi o principal mandatário alvinegro. Torcedor atleticano, colocou dinheiro do próprio bolso no clube. Os valores não são revelados.

– A primeira grande demanda que o Alexandre me passou foi organizar essa dívida com o Ricardo Guimarães. É uma dívida com ele, e não com o banco. O BMG faz no Atlético-MG o que faz em todos os clubes que patrocina: tem alguns investimentos. O conselho fez uma auditoria e apurou o valor que o clube deve ao Ricardo, que emprestava como pessoa jurídica. Hoje, temos um contrato em que o Galo paga uma mensalidade ao Ricardo para quitar essa dívida, informa Gropen.

Dívidas

Os números são assustadores. O clube já teve a taça de campeão brasileiro de 1971 e a sede administrativa penhoradas como garantia de pagamento de dívidas. Pagou mais de R$ 80 milhões, mas ainda falta muito. Muito mesmo. O valor exato não é revelado, mas o diretor financeiro do clube, Carlos Fabel, confirma que a dívida ultrapassa os R$ 310 milhões.

São aproximadamente R$ 60 milhões de dívidas bancárias, mais R$ 145 milhões herdados da Timemania (loteria criada em 2007 cujo objetivo é arrecadar dinheiro na forma de apostas em partidas de futebol para liquidar a dívida dos times brasileiros), mais R$ 6 milhões do Refis (que um é programa de recuperação fiscal para parcelamento de débitos fiscais). Além disso, o clube ainda deve R$ 94 milhões ao ex-presidente Ricardo Guimarães e R$ 5 milhões de passivo trabalhista.

Dívidas que têm sido equacionadas em parcelas mensais: R$ 800 mil vão para Timemania, Refis e Ricardo Guimarães. São feitos depósitos mensais no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de R$ 700 mil para o passivo trabalhista. E a dívida bancária, de acordo com Fabel, ‘é equacionada com recebíveis futuros’.

– Temos um débito bancário de, aproximadamente, R$ 60 milhões, todo calçado com recebível. Não existe dívida não-liquidável, não existe bola de neve. Toda dívida que é administrável, desde que se recupere o crédito. E foi o que fizemos.

– Teve muita conversa, muita presença do presidente, colocando a cara, chamando credores, um por um: “Vem cá, estou te devendo”. Tinha um mar de cheques pré-datados, mais de mil espalhados pela cidade. E sem fundos! Kalil recolheu, sustou todos e chamou os credores para negociar as dívidas, conta Vilamarim.

– Eram fornecedores de gêneros alimentícios, ações cíveis que o clube fez acordo e não pagou. Usamos as receitas de televisão para pagar, destaca Fabel.

Mais de R$ 80 milhões de dívidas do passado já foram pagos. O grupo de retaguarda garante que está tudo organizado, sendo renegociado. Impossível determinar um prazo para que não haja mais credores. E calcula-se que, até o fim de 2013, o clube encerre o passivo trabalhista.

– Quando cheguei, tinha R$ 27 milhões, além de outras ações que estavam rodando no TRT e que não estavam definidas. Esse montante virou R$ 45 milhões, de ações que estavam para ser julgadas de gestões anteriores. E destes R$ 45 milhões, já pagamos R$ 40 milhões.

Por mais incrível que possa parecer, apesar do valor astronômico que ultrapassa os R$ 310 milhões, a situação do Atlético-MG é definida como tranquila pelos homens-fortes de Alexandre Kalil.

– Nenhum clube tem um shopping que vale R$ 1 bilhão e que, daqui a 14 anos, será do Atlético-MG. O importante é saber que o Atlético-MG dá lucro. A diferença entre a receita e a despesa é positiva. Está projetado um lucro de R$ 50 milhões para o ano que vem, contabiliza Fabel.

TRIO2

Pulo do gato

A mudança interna é chamada pelos homens-fortes do Atlético-MG de “choque de gestão”. E ocorreu de 2008 para 2009. O trabalho no início da gestão Kalil foi pesado. O orçamento do clube era praticamente a metade do Cruzeiro, o principal rival. Carlos Fabel, contratado para administrar a parte financeira do Atlético-MG, se assustou quando assumiu a função.

– Quando cheguei, achei que ficaria três meses. Fiquei três meses, três anos! Me assustei, porque vim do mercado financeiro, onde as coisas são bem estruturadas. E o Atlético-MG tinha dívida, falta de crédito. Quando cheguei, eram 180 protestos no Serasa, 254 ações executivas no Fórum. Encontramos conta de Correio e Copasa atrasada, acordo com o Ministério do Trabalho rompido. O Atlético-MG não tinha crédito para comprar gênero alimentício. A primeira coisa que fizemos foi para de atrasar, lembra Fabel.

– Tínhamos um problema sério: o clube fazia acordo na Justiça do Trabalho e não pagava, conta Sérgio Sette Câmara.

Cerca de 200 funcionários foram mandados embora.

– Existia muito cargo. Não adianta você mandar embora um cara que ganha um salário mínimo. Você enxugou área que tinha diretorias, cargos, gente que era diretor internacional, e o cara ficava viajando pelo mundo sem gerar resultado, lembra Luis César Vilamarim.

– A máquina trabalhava com déficit muito grande. O Kalil fez esse enxugamento para diminuir esse déficit mensal que tinha, explica Fabel.

Os clubes campestres, Labareda e Vila Olímpica, eram deficitários e estavam sucateados. Fabel lembra que chegaram a dar R$ 100 mil de prejuízo. Foram modernizados e hoje contam com seis mil sócios. Passaram a dar receita e geram R$ 7 milhões por ano. Superávit que é investido nos dois clubes.

Todos são unânimes em afirmar que o trabalho, árduo e dispendioso, é gratificante, mas que falta algo para premiar tanta dedicação: um título. Foi como definiu o diretor financeiro, Carlos Fabel.

– Não adianta estar tudo organizado aqui dentro, pagar todo mundo em dia, sem títulos. Nos últimos anos, o Atlético-MG tem recuperado muita torcida. Isso não tem preço. Mas precisa de um título. Até como um prêmio para a gente que trabalhou, que se dedicou tanto. Só nós sabemos como nos dedicamos.

– Têm aqueles que reclamam do vento, aqueles que esperam o vento passar e os que ajustam as velas de acordo com a mudança do vento, para aproveitá-lo. O grupo que o Alexandre formou não reclama e nem espera o vento mudar de curso. É um grupo que ajusta as velas a cada vento para caminhar, define João Avellar.

– Consigo imaginar o Atlético-MG igual ao Barcelona. Não consigo pensar diferente. Enquanto isso não acontecer, não vou estar satisfeito. E isso é trabalho para mais de dez anos, calcula João Avellar.

Serviço nos bastidores sendo feito, agora é a vez dos jogadores em campo.

* http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2012/12/homens-fortes-do-galo-saiba-quem-mudou-historia-do-atletico-mg.html?utm_medium=twitter&utm_source=13galonews


De trem, pela Vitória/Minas! Sonho antigo – Parte dois

Prometi e cumpro agora, mesmo com duas semanas de atraso.

Mais fotos da minha viagem de trem, o segundo trecho, pela “Vitória a Minas”, de Belo Horizonte a Vitória-ES.

Essa estrada de ferro passa por 51 localidades, parando em 18 estações e mais 12 pontos especiais.

Fundada em 1904.

Mais detalhes no www.vale.com/tremdepassageiros

ou pelo 0300 313 6580

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Paisagens inesquecíveis, como essa casa no meio da montanha, perto de Cel. Fabriciano.

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Em compensação, olhemos bem essas montanhas, porque elas estão indo embora nos trens de carga da Vale, em forma de minério.

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 E o trem vai serpenteando Minas Gerais. . .

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… com cachoeiras que se formam nessa época de chuvas, por grande parte do trecho.

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A perigosa BR-381 segue paralela à estrada de ferro em muitos lugares . . .

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. .  . com o intenso movimento de carretas principalmente.

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Essas bobinas fabricadas pela Usiminas, que constantemente caem de caminhões provocando graves acidentes, aí estão no transporte ideal, que deveria cobrir todo o Brasil: trem.

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A estação de Ipatinga, uma cidade que vale a pena ir de trem, para quem sai de Belo Horizonte.

Mais garantia de preservação da própria vida. O trem leva em torno de quatro horas até lá, com segurança e conforto.

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O Rio Doce segue paralelo aos trilhos durante grande parte da viagem.

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Raquel e Luciana, mãe e filha, de Pitangui, do Centro-Oeste mineiro a caminho de Vitória e depois Guarapari.

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O carro-restaurante serve três opções de almoço. Quebra bem o galho, por R$ 9,00 o prato.

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Olha o Ibituruna aí gente! O famoso pico que mantém Governador Valadares quente o ano inteiro.

A estação de Valadares, onde a parada do trem dura mais: 10 minutos e onde desce e sobe muita gente.

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O carro para pessoas que têm necessidades especiais. Ficou vazio em “Goval”.

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Mesmo sem foco da câmera, aí está a parte interna da Estação de Governador Valadares.

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Logo adiante, em Tumiritinga, uma atração especial: vendedoras de cocada e pé de moleque, da melhor qualidade. Dá tempo de comprar, nos três minutos da parada. A R$ 2,00 cada.

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A jovem também trabalhando e vendendo seus doces. Uma imagem marcante nos trilhos de Tumiritinga.

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Campos de futebol não faltam em todo o percurso.

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A pobreza também não falta. Entre Barra do Cuité e Krenak, acampamento do MST.

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Aí está um pedaço de Galiléia, onde me lembrei de um grande ex-dirigente do Atlético, Leone Modesto Valadares, nascido lá.

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Muita chuva e muito vento, que não atrapalham as belas imagens da viagem, perto de Resplendor.

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 Chegando à Usina de Aimorés, parecia que já era noite, com a mudança do clima.

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Imagens de rara beleza perto de Aimorés.

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O fim da chuva, montanha ao lado e o sol de volta, quase chegando na divisa com o Espírito Santo.

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Faz lembrar o Pão de Açucar, né? Pois é o trecho final da represa da Usina de Aimorés, chegando à Estação da cidade.

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As últimas imagens em território mineiro e uma das marcas de Minas: o gado.

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Chegando em Baixo Gandú, no Espírito Santo.

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E viva o mar, que também é bom demais da conta, né não!?

Já no dia seguinte, manhã em Vila Velha.

O trem saiu de Beagá às 7h30 e deveria ter chegado às 20h30, mas houve um atraso de 50 minutos.

O desembarque foi tranqüilo na Estação de Pedro Nolasco, em Cariacica (Grande Vitória), a 15 minutos de táxi, até Vila Velha.

Porém, quando começamos a nos aproximar de Vitória, uma recomendação preocupante e incômoda, do chefe do trem, que mostra a realidade brasileira, onde os governantes gostam de alardear que somos a “quinta economia do mundo”:

“Por favor, pedimos que os senhores passageiros fechem as cortinas a partir de agora, até o desembarque, pois infelizmente os nossos trens têm sido alvo de pedradas neste trecho”.

Felizmente não houve nenhum problema neste dia. 

Nos próximos dias mostro fotos do restante da viagem e do aniversário do Dr. Marcelo Godinho, que reuniu os amigos da velha guarda de Governador Valadares em Vila Velha, onde ele reside há 15 anos.

Também do João Chiabi Duarte, conterrâneo de Conceição do Mato, que faz a melhor moqueca da capital caipxaba!


Finalmente, hoje, a decisão da Terceira Divisão mineira

Do excelente blog Segundonamineira, do juizforano Vitor Lima Gualberto, a quem parabenizo mais uma vez e a quem todos os clubes, cidades e torcedores ligados à Terceira Divisão são gratos pelo excelente canal de comunicação.

* “Nova decisão começa hoje! 

Após um mês e sete dias a bola volta a rolar pelo Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. O imbróglio envolvendo Esportiva Guaxupé, Democrata de Sete Lagoas, Federação Mineira de Futebol (FMF) e Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) parece enfim ter acabado. Minas Futebol Brasil e Democrata entram em campo hoje, a partir das 20h30, na Arena do Jacaré.

DEMOCRATA_X_MNAS
Muitos imaginavam que a decisão do título ficaria para 2013, mas na semana passada, após julgamento, o STJD deu ganho de causa, por 7 votos a 1, para o Democrata Futebol Clube, de Sete Lagoas. Com isso a decisão ficará mesmo em Sete Lagoas, mais precisamente na Arena do Jacaré.

Para a primeira partida da final, Cleisson Veloso Pereira (CBF/FMF) terá Guilherme Dias Camilo (Aspirante FIFA/MG) e Mauro Antônio Ferreira Santos (FMF) como assistentes. Os ingressos custam R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia-entrada. Mulheres, idosos e crianças até 12 anos não pagam.

BAIXAS
Devido ao grande tempo de paralisação da competição, é normal as baixas nas equipes. Pelo lado do Democrata Futebol Clube, três baixas são certas: o arqueiro Gonçalves acertou com uma equipe para a disputa do Campeonato Paranaense, enquanto o zagueiro Adriano Lobinho acertou com o Tupi para a disputa da elite mineira e o artilheiro da equipe, Paulinho Guará, fechou contrato com o Arapongas, para a disputa da elite paranaense.

Já pelos lados do Minas, outras três baixas são certas para a disputa da final da Segundona Mineira. O meia-esquerda Lú não enfrentará o Democrata por questões particulares, já o meio-campista e artilheiro da equipe e do campeonato com oito gols, Gedeon, acertou a sua ida para o Betim EC (antigo Ipatinga) para a disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro. O atacante Marinho, outra peça fundamental da equipe do Minas, não estará em campo pois tem contrato firmado com o Democrata, de Governador Valadares, para a disputa do Módulo II.

TRANSMISSÃO
A Rádio Eldorado AM 1300, de Sete Lagoas, estará acompanhando a primeira partida da grande final a partir das 20h00, direto da Arena do Jacaré, com narração de Kenner Tarabal, comentários de Ildeu Fonseca, reportagens de Thiago Henrique e de Silva Júnior e plantão de esportes com Gustavo Miranda. Acompanhe através do site oficial da rádio:
www.eldorado1300.com.br

* http://segundonamineira.blogspot.com.br/2012/12/nova-decisao-comeca-hoje.html

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O leitor João Amaro lembrou bem: a Rádio Cultura de Sete Lagoas, onde me tornei repórter de rádio, também transmite Democrata x Minas, a partir das 20 horas de hoje.

É só acessar:

http://www.culturasl.com.br/


O pior momento do futebol em todo ano

Muitas especulações, chutes e previsões (quase todas furadas), marcam o futebol no período das férias dos jogadores. Aproveito eeste contexto para responder ao leitor Márcio Luiz, que me perguntou e tom de brincadeira: ”Se você fosse um Papai Noel o que mais encheria o seu saco?”.

Não tenho dúvida, caro Márcio: são as notícias sobre possíveis aquisições, dispensas, e principalmente o desespero precipitado que bate na maioria dos torcedores, que manifestam isso em seus comentários sobre nomes anunciados pelo seu clube.

O torcedor quer nomes consagrados, cada vez mais caros e raros. Quando surgem nomes como Luan, no Atlético; Paulo Goulart, no Cruzeiro, logo vem comentários pessimistas.

É preciso ver jogar antes de qualquer julgamento. A história mostra que desconhecidos fizeram fama, fortuna e se tornaram ídolos. E a recíproca é verdadeira: grandes nomes, que custaram fortunas, resultaram em retumbantes fracassos e frustrações. Mas a memória coletiva é fraca, principalmente no futebol.

Só não concordo é quando dirigentes ou colegas de imprensa dizem que foi contratado um “reforço”. Para ser reforço, só se mostrar serviço, depois de uma sequência de jogos.

 

Libertadores

O Atlético ficou no Grupo 3 com o Arsenal de Sarandí, da Grande Buenos Aires; The Strongest, Campeão boliviano e o São Paulo ou Bolívar, também boliviano.

Classificam-se dois, e todo cuidado é pouco. Depois que o Corinthians foi eliminado, na fase pré-grupos, pelo Tolima, os cuidados têm sido reforçados.

Teoricamente, Atlético e São Paulo (que deve passar pelo Bolívar) são favoritos, mas onde há um argentino a situação é sempre delicada. Os bolivianos contam com a altitude, mas jogando no Brasil, raramente complicam.

 

Tem que utilizar

O Cruzeiro foi brilhante na conquista do Brasileiro sub-20, com 89% de aproveitamento. Mais uma vez apresentou jogadores de grande potencial, assim como nas duas conquistas anteriores da mesma categoria.

Mas esses garotos são muito mal aproveitados tanto pelo Cruzeiro quanto pelo Atlético e América, no profissional. A maioria é emprestada sem ao menos ser observada pela comissão técnica do time principal.

Deste time do Cruzeiro o meia Alisson e o lateral direito Mayke foram chamados para o profissional, mas tiveram oportunidade de jogar ainda.


Boas festas!

Senhoras e senhores do blog, que todos os tenham um ótimo Natal.

Obrigado pela companhia.

Abraço!


Preocupação do José Maria Marin em mostrar que não é a Rainha da Inglaterra

Há figuras que não valem a pena gastar tempo lendo ou ouvindo suas falas. Mas, dependendo de quem entrevista, é diferente, pois o assunto pode render alguma coisa.

É o caso do presidente da CBF, que o Globo de ontem dedicou uma página. Como os entrevistadores são dois dos melhores jornalistas do país (Jorge Luiz Rodrigues e Tadeu Aguiar), li, e transcrevo para os senhores do blog.

* “Marin: ‘Nosso país esperava um motivador como Felipão’

Presidente da CBF revela ter mantido conversa preliminar com o novo técnico antes da demissão de Mano

Jorge Luiz Rodrigues

Tadeu de Aguiar

MARIN

Veemente, José Maria Marin chama de mentiroso quem afirma que existe comando duplo na CBF. Em entrevista ao O GLOBO, presidente da CBF revela que a seleção brasileira quer jogar com a França no Mineirão e que proibirá contatos de jogadores com empresários nos hotéis do time brasileiro.

O GLOBO: Por que o senhor mudou o técnico da seleção brasileira?

Esperei o Campeonato Brasileiro estar decidido e a seleção ter jogado sua última partida no ano. Não foi a primeira, nem a última troca de treinador. É uma coisa normal a avaliação do trabalho. Acompanho de perto. Estive nas Olimpíadas, em amistosos. Senti, ouvi, amadureci. Nós perdemos a Copa América. Perdemos as Olimpíadas. Ganhamos a taça (do Superclássico), mas perdemos o jogo.

Quando o senhor percebeu que era o momento de mudar?

Foi após uma avaliação muito, muito demorada. Consultamos detalhes das partidas. Também sentimos a manifestação do torcedor. E, por último, que é muito importante, o termômetro, que é a imprensa. Havia um anseio pela mudança. Agora, uma insignificante parcela acha que é bom aquilo que, no passado, era ruim.

Mas o time havia melhorado, a seleção estava jogando com a bola no chão, tocando rápido, no estilo brasileiro, sem chutões e chuveirinho…

O Felipão, no sistema de disputa da Copa do Mundo, é o grande especialista. Pesa também a favor do Felipão a experiência comprovada através de título conquistado. Com um currículo internacional comprovado quando esteve também à frente da seleção de Portugal. Ele também é um grande motivador. E o nosso país esperava um motivador como o Felipão.

Quando o senhor anunciou a decisão de demitir Mano Menezes faltavam oito dias para o sorteio da Copa das Confederações. O senhor anunciaria o substituto só em janeiro. Mas precisava do técnico para a coletiva da Copa das Confederações. Foi por isso que o senhor antecipou a escolha do Felipão?

Foram vários os motivos. Quando o presidente (da Fifa) Joseph Blatter e o secretário-geral Jérôme Valcke tomaram conhecimento, antecipadamente, de que eu tinha escolhido a dupla Felipão/Parreira, eles acharam que seria um desperdício não apresentá-los no evento da Fifa. Teria repercussão mundial. Seria uma agenda positiva não só para o Brasil, mas para a Fifa. Outro detalhe que eu ponderei: o Corinthians vai ter um grande compromisso (o Mundial de Clubes) e eu não queria que, amanhã ou depois, o Tite pudesse sair do foco de seu objetivo principal, que é ganhar o título. É verdade o que eu estou falando, pode acreditar.

Mas o Felipão jurou para a imprensa que jamais fora procurado por ninguém da CBF. Pelo que o senhor disse agora, então, quando havia tomado a decisão de demitir o Mano, o senhor já tinha o nome do substituto…

Eu já havia falado por telefone com o Felipão, quando ele estava com a mãe doente. Ele veio correndo para cá. Havia uma conversa preliminar. Depois da demissão é que acertamos definitivamente. É isso mesmo. Foi uma conversa de cinco minutos. Ele colocou, em primeiro lugar, a satisfação de voltar a dirigir a seleção.

Felipão fez alguma exigência?

Nenhuma! Nenhuma exigência.

Nem de salário?

Nem de salário! O contrato nem foi feito. E nem será contrato. Será com carteira de trabalho. Felipão só pediu para trazer um nome: Flávio Murtosa, seu auxiliar.

O senhor colocou para o novo treinador a mesma exigência feita ao Mano, a de saber os nomes convocados 48 horas antes da divulgação?

É a coisa mais natural possível. Felipão me falou que me dará os nomes até antes disso…

O senhor imporia algum nome?

Estive com Fred, Ronaldinho, Neymar. Disse a eles que eu assumo total e exclusiva responsabilidade, veja bem o termo, pelas vindas do Felipão e do Parreira. Entretanto, José Maria Marin não convoca nenhum jogador, muito menos escala qualquer jogador. Da mesma forma que José Maria Marin não irá permitir, de maneira alguma, a presença de empresários em treinamentos, em hotéis em que a seleção brasileira esteja hospedada. Respeito a liberdade democrática de circular, mas contato com os jogadores em hotéis, quando convocados, está terminantemente proibido.

Na outra gestão havia essa liberdade para os empresários?

A outra gestão eu respeito. Esta é a do José Maria Marin.

O senhor consultou o ex-presidente Ricardo Teixeira antes de contratar Felipão e Parreira. Procede?

Quem fez esta afirmação, preciso ser duro, é mentiroso. Mentiroso! Não consultei ninguém. E dentro do futebol também não consultei ninguém. Quem afirmar, mesmo de leve, que consultei alguém, dentro ou fora do futebol, é mentiroso! Torno a repetir: mentiroso!

Outra coisa que se comenta é que o comando da CBF é duplo…

(interrompendo) A responsabilidade é do José Maria Marin em todos os sentidos. O primeiro a respeitar a hierarquia é o vice-presidente Marco Polo del Nero. Ele trabalha duro na questão administrativa por sua experiência de muitos anos à frente da Federação Paulista. É bom que tenhamos trabalhando conosco uma pessoa dessa capacidade. É uma intriga dizer que o Marco Polo queira se intrometer nas questões que competem exclusivamente à presidência da CBF. Jamais irão conseguir fazer qualquer tipo de intriga entre nós.

Mas a eleição da CBF foi antecipada para abril de 2014… O senhor pretende tentar a reeleição?

Mas o final de mandato atual continua em abril de 2015 (um ano depois da eleição). O primeiro pensamento é terminar bem este mandato, que é a minha missão. O segundo é que eu não pretendo mexer em nada nos estatutos da CBF visando a qualquer alteração que possa me beneficiar. Vou cumprir a minha missão nos campos futebolístico e administrativo. Só poderei mexer no estatuto, se for necessário, para transformar o cargo de diretor de seleções, que eu extingui, em diretor de relações internacionais. Posso garantir que nenhuma mudança será efetuada. Quando eu digo que quero terminar minha missão, acho que, para bons entendedores, pouca palavra basta.

Seu candidato seria Del Nero?

É muito cedo para falar em eleição. Estou preocupado com duas missões: a Copa das Confederações e o grande objetivo que é a Copa do Mundo.

A CBF pediu e a Fifa negou, a princípio, autorização para jogar um amistoso com a Inglaterra, no dia 2 de junho de 2013, no Maracanã…

(interrompendo) Deixa eu revelar uma coisa. São dois amistosos: dia 2, e também dia 9 de junho, este último, no Mineirão, contra a França. Estamos dependendo do aval da Fifa porque nessas datas os dois estádios já estarão entregues a ela para a Copa das Confederações (começará a 15 de junho). Estamos evoluindo, não é fácil, mas estamos conversando. Se não houver jeito, vamos procurar uma alternativa. Envolve não só o estádio, mas também patrocinador. Os da Fifa não são os da CBF. É uma coisa complexa.

O Campeonato Brasileiro completou dez edições em pontos corridos, mas já há cartolas pregando mudança de fórmula e até o inchaço do campeonato. Qual é a sua posição?

Não existe. Fazer calendário comparando Brasil à Europa não dá. O Brasil é um país continental. O futebol não é só dos grandes centros. Veja o Paysandu, com sua força. Quando fiz minha estreia numa reunião da Fifa, eles quiseram eliminar Recife da Copa das Confederações. Eu me levantei e disse: “Os senhores não sabem a grandeza do estado de Pernambuco, sua economia, sua história, a tradição”.

Existe possibilidade de o calendário se adequar ao europeu?

É um estudo complexo. Temos a Série A. A Série B está super valorizada. A Série C está sendo vendida. Ninguém queria disputar a D. Agora, estamos gastando mais de R$ 20 milhões para subsidiar a D. Hoje, os clubes brigam para jogar, buscando até aspecto jurídico. Para trajeto com mais de 750km de distância, damos passagem de avião. Damos comida e hospedagem para delegação de 25 pessoas e mais sete bolas para cada time. Para menos de 750km, vão de ônibus leito. José Maria Marin não é só Série A.

Mas pode mudar ou não?

A CBF está de portas abertas para ouvir sugestões. Vou encaminhar ao Departamento Técnico. O que eu não quero é criar falsa ilusão. Amanhã, sai que o José Maria Marin diz que vai mudar, e isso não é bom.

Como senhor vê o futebol jogado no Brasil?

Não é só o futebol do Neymar. É um grande celeiro, a renovação se faz sempre. Acredito também na qualidade do treinador brasileiro. Temos Abel, Luxemburgo, Muricy Ramalho e tantos outros. Felipão é o perfil adequado para o momento, era o anseio do torcedor, pela experiência, pelo sistema de disputa. Até o Ricardo Teixeira gostou… Ele me cumprimentou pela escolha, eu confesso a vocês.

* http://oglobo.globo.com/esportes/marin-nosso-pais-esperava-um-motivador-como-felipao-6984731


Novo Mineirão: verdade verdadeira do Duke

Tomara que ele erre nessa e que a civilidade volte a existir entre os maiores rivais.

DUKE

Hoje, no jornal O Tempo