Um festival de horrores marcou a atuação do Cruzeiro nessa goleada sofrida em casa para o Santos; e como nenhuma tragédia vem desacompanhada, Neymar estava com sede de bola.
No fim, homenageado pelos quase 16 mil cruzeirenses presentes no Independência que gritaram o seu nome. Acostumado com tudo no futebol, o jogador agradeceu emocionado, com um quase choro, que pareceu sincero.
O técnico santista Muricy Ramalho também ficou impressionado com a postura da torcida e agradeceu muito.
Por outro lado a ira cruzeirense voltou-se em primeiro lugar contra a diretoria, o técnico Celso Roth e quase todo o time, excetuando Fábio, Montillo, Martinuccio e Leandro Guerreiro.
Depois do jogo, bobagens ao vento podiam ser ouvidas de colegas que entrevistavam jogadores e o treinador sobre os motivos da má performance do Cruzeiro na temporada, culminando neste jogo.
Perguntavam sobre possível relacionamento ruim entre os jogadores; a escalação do Sandro Silva que não atuava há muito tempo; possível instabilidade emocional pela possível contratação do técnico Marcelo Oliveira para 2013 e por aí vai.
A explicação está naquilo que vem sendo falado desde o fim do Campeonato Mineiro: foi contratado um técnico que evitasse o risco de rebaixamento e montado um time que na verdade é um “catadão”, como se diz no interior. Jogadores catados, dentro das possibilidades financeiras do clube, que atendessem às necessidades prementes do Celso Roth, um especialista em situações emergenciais como esta.
Cumpriu bem a missão para a qual foi contratado e já deveria ter sido liberado, recebendo os dois meses de salário que lhe restam no contrato. Segundo quem cobre o Cruzeiro, ganha R$ 300 mil mensais; nada a ver com uma suposta multa de R$ 2 milhões.
E parece que Roth dá gargalhadas dessa situação e nem pensa em entrar num acordo desse tipo com a diretoria e ir embora. Depois do jogo, perguntado sobre a reação dos torcedores que o hostilizaram de novo, respondeu mais uma vez:
__Se esqueceram que este ano está muito melhor que no ano passado!
Durma-se com essa situação.
Sobre Marcelo Oliveira, alguns companheiros da imprensa estão dizendo que não tem títulos suficientes para assumir um clube como o Cruzeiro. Deveriam ser sinceros e dizer simplesmente que acham que ele não tem competência e status para tal. Mas este argumento de “títulos” é ridículo, pois Josep Guardiola também não tinha conquistado títulos quando assumiu o Barcelona, e montou um dos melhores times da história do clube e do futebol mundial.
Telê Santana quando assumiu o Atlético, seu primeiro time profissional como treinador, tinha sido campeão carioca de juniores comandando o Fluminense.
Ou seja: quem é bom mostra serviço na primeira chance e pronto.
Mas é claro que, quando se fala no chileno Sampaoli, Vanderlei Luxemburgo e outros desse calibre, o nome do Marcelo Oliveira provoca frustração. Seria couve demais para quem queria arrotar caviar!