Blog do Chico Maia

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Exageros da mídia inglesa e as tragédias não ocorridas

O tempo passa depressa e a Olimpíada de Londres já termina depois de amanhã. Sem se cumprir as previsões dramáticas da imprensa inglesa, que anunciava ao mundo todo tipo de problema de “seguramente” ocorreria aqui. Trânsito, segurança, vagas em hotéis, greves de incontáveis categorias e por aí vai. Nada faltou em matéria de destaque negativo para espantar os londrinos da cidade e evitar que muita gente viesse. Até a previsão do tempo foi equivocada. Agências de notícias e jornais ingleses espalharam que só teríamos um dia de sol, o da abertura, e que a temperatura seria baixa durante a maior parte dos Jogos. Pois, foi exatamente o contrário. A maioria dos dias têm sido de muito sol, calor e nenhum problema para incomodar a quem é daqui, mora aqui ou veio para curtir Londres’2012.

Muito se falou também que a cidade ficaria descaracterizada por causa do aparato de segurança, que incluiria até misseis nos terraços de prédios públicos e residenciais.

Mães Dinah

Não vi nenhum até agora e nem tive notícia de alguém que tenha visto ou sido incomodado por alguma coisa relativa ao trabalho da segurança. Das instalações esportivas para as competições, condições de trabalho para a imprensa, acessibilidade para o público, principalmente para os portadores de necessidades especiais, nada deixou a desejar. A única reclamação foi em relação a um problema que parece ser eterno e mundial: a aquisição de ingressos. Muitos estádios e ginásios vazios e milhares de pessoas querendo e não conseguido comprar. Muitas explicações são dadas, mas nenhuma convincente até agora.

Vivência na pele 

A melhor explicação que tive até agora foi de alguém que viveu o problema: comprou pela internet o ingresso para alguns eventos com muita antecedência. Mas em função de seu país ter sido eliminado antes, ou nem se classificado naquela modalidade para vir a Londres, tentou vender aqui, mas quase foi preso. Para tentar coibir a ação de cambistas a Inglaterra criou leis apertando a repressão à venda de ingressos fora das entidades e agências autorizadas para tal. E a polícia aqui age forte para cumprir com as suas obrigações.

Onde a lei vale

Muita gente, de boa fé, tentou revender o seu ingresso, que não lhe interessava mais, pelo mesmo preço que adquiriu e quase foi presa.

Um exemplo que me foi dado pelo Bruno Ferreira, de Belo Horizonte, que estuda e mora aqui a alguns meses: comprou pela internet, por R$ 800,00 o ingresso numa boa posição para a final do futebol masculino, onde ele previa que o Brasil estaria. Caso o Brasil não se classificasse ele não iria assistir Coreia do Sul x México.

Nem pensar

E nem tentaria vender o seu ingresso, pelo mesmo valor que pagou, porque correria o risco de ser preso, como muitos, que ele viu sendo detidos, quando enfrentou duas horas de fila para retirar o seu ticket num posto oficial de entrega a quem comprou pela internet, meses antes.

E assim, milhares de pessoas, do mundo, que estão aqui, agiram em relação aos seus casos específicos.

É comum vermos policiais lavrando ocorrências com pessoas que agem na ilegalidade nas ruas de Londres. Tenho visto ambulantes, pedintes e tanta gente que tenta desrespeitar as leis por aqui.

Sem refresco 

São tantos esportes e tantas modalidades, que o volume faz de diferença quando a TV mostra as cadeiras vazias em ginásios e estádios de competições envolvendo masculino e feminino da natação, vôlei, basquete, judô, futebol, basquete, badminton e etecetera, etecetera e tal.

No mais, tudo transcorre bem, inclusive algumas modalidades que os brasileiros esperavam medalhas na reta final, como o vôlei masculino, feminino e até o futebol, que possivelmente vai chegar lá, pela primeira vez na história, amanhã, contra o México.


Muitas desculpas de perdedores em Londres

Virou moda perder e insinuar que houve corpo mole de concorrentes para pegar adversário mais fraco na sequência, em Londres. E o pior é que em alguns casos quem reclama perdeu para o possível “entregador” de jogo. É o caso do handball feminino brasileiro, que fez ótima primeira fase, mas caiu diante da atual campeã do mundo e olímpica, a Noruega, que teria feito corpo mole contra a Espanha, para escapar de Croácia e Rússia, nas quartas de final. Ora, já que foram desprezadas, as brasileiras tinham é que ganhar das norueguesas para mostrar que a tática teria dado errado. E foi quase, pois venciam por seis gols de diferença e não resistiram à virada, perdendo de 21 a 19. 

Não tem jeito

A França reclama a mesma coisa do basquete espanhol que teria facilitado a vida do Brasil para fugir de caminho mais espinhoso à frente.

Se o regulamento proporciona este tipo de situação, isso sempre vai existir, pois o objetivo de quem usa essa estratégia é terminar campeão ou em melhor posição.

Muita coisa em jogo

Se não der ouro, prata ou bronze também servem, pois valem um lugar na história e um dinheiro a mais na conta bancária. São muitos os benefícios a quem ganha qualquer medalha. Não há como impedir e nem provar facilitação, a não ser que algum atleta ou membro da comissão técnica abra o bico.

O Comitê Olímpico Internacional não puniu ninguém e nem vai punir. Vive situação simples: muda o regulamento para evitar eventuais armações ou libera geral, o que acabaria com a chiadeira, porém feriria o espírito olímpico da era moderna idealizado por Pierre de Coubertin, de que “o importante é competir”.

Falastrão

Pior fez o técnico do chinês Yibing Chen, que ficou com a medalha de prata na ginástica artística com argolas, onde Arthur Zanetti ficou com a de ouro. O senhor de nome Huang Yubin ganhou os holofotes ontem, ao dizer que “foi um roubo”; que a vitória do brasileiro teria sido obra dos árbitros.

Boa fala foi a da baiana Adriana Araújo, que depois de receber o bronze, falou algumas para o presidente da Confederação de Boxe, Mauro José da Silva, desqualificando-o e entregando a forma como ele age; humilhando os atletas. 

Gente pra todo lado

Na reta final dos Jogos a maioria das competições se concentra no Parque Olímpico e no centro de Londres. Quem foi torcer em subsedes distantes, como em Manchester e Newcastle já se deslocou para a capital britânica e a cidade parece um formigueiro, principalmente porque o sol está ajudando nos últimos dias. E muitos brasileiros; falando alto; furando filas, parando do lado esquerdo nas escadas rolantes do metrô, enfim. É fácil identificar os nossos patrícios, que continuam viajando muito.

Vamos gastar!

Nem o aumento do dólar, e da carga fiscal estipulada pelo governo federal nas compras no exterior barraram a brasileirada, que vai às compras à vontade em Londres, uma das cidades mais caras do mundo.

Nos incontáveis pontos turísticos, com atrações para todos os gostos, bolsos e idades, uma das visitas obrigatórias da maioria é à faixa para pedestres na famosa Abbey Road, em frente ao igualmente famoso Abbey Road Stúdios, onde os Beatles gravaram a maior parte dos seus discos.

Uma verdadeira romaria.

Mico engraçado

Claro que fui lá e ri muito. O bom humor prevalece e é raro quem não queira ser fotografado sobre a faixa ou em grupo de quatro, imitando a clássica foto dos músicos, que foi capa do disco Abbey Road, de 1969. Gente do mundo todo, mas prevalecendo a língua portuguesa, com sotaque paulistano. Parece que se trata da Avenida Paulista.

Motoristas de ônibus e automóveis que transitam sempre por ali entram no clima e têm paciência para esperar as sessões de fotos.

Às vezes uma buzinada e uma gozação a quem está lá fazendo pose.

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Na famosa Abbey Road, peregrinação e fotos na faixa de pedestres que virou capa de disco

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Fachada a Abbey Road Stúdios, onde os Beatles gravaram maioria dos seus discos.

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Nos pubs londrinos o que não se vê é transmissão de jogos de futebol. Preferência pelo atletismo.

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A faixa de pedestre mais famosa do mundo.


Saída do Sérgio Barroso; Independência, Mineirão e o esporte sem dinheiro

Os amigos vão perdoar, mas hoje o dia está mais corrido que o normal por aqui e serei breve nesse primeiro contato.

A gente fica meio desligado do que se passa aí, e por incrível que pareça, só ontem tomei conhecimento da saída do Sérgio Barroso do comando da Secopa?

Interessante como este tipo de assunto é tratamento pela mídia política de Minas, não é!?

Ele ocupava um dos cargos mais importantes do governo, em função da Copa do Mundo, estava sob os holofotes diariamente e sai de repente, sem nenhuma repercussão, sem mais explicações, nem comentários!

Aí eu pergunto: saiu ou “foi saído”? Os problemas do Independência o derrubaram ou não tem nada a ver?

O Mineirão estará certinho depois de inaugurado ou terá problemas também?

Quando eu estiver aí, me informarei direito.

Enquanto isso, vejam o release que foi enviado à imprensa ontem, pela assessoria de imprensa da Secopa:

* “Secretário interino da Copa confirma Mineirão pronto em 21 de dezembro de 2012”

Belo Horizonte (07/08) – O secretário de estado Extraordinário da Copa do Mundo Fuad Noman visitou nesta terça-feira, pela primeira vez, as obras do estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. Com 70% da reforma concluída, a obra impressionou positivamente o secretário. “Fiquei emocionado e satisfeito de entrar aqui, me lembrei de quando assisti à partida de inauguração do Mineirão em 1965. O Mineirão vai ser um orgulho para todos nós mineiros. Temos que valorizar muito esse evento esportivo e, obviamente, o novo estádio que vamos entregar aos mineiros com muita satisfação”, declarou.

“Posso dizer aos torcedores mineiros que a obra estará pronta em 21 de dezembro de 2012. “Estamos convictos de que a data vai ser cumprida. Fiz essa visita justamente para conhecer o cronograma dos marcos da obra. Nossa convicção é de que a data fica mantida”, completou.

Acompanhado do diretor-presidente da Minas Arena, empresa responsável pela reforma e posteriormente pela administração do estádio, Noman se informou sobre cada detalhe da obra: da cobertura ao gramado. Interino no cargo de secretário da Copa, Noman explicou que “não existe política de secretário, existe a política do Governo Anastasia, e essa segue adiante independentemente de quem conduz a pasta. Nosso objetivo é fazer em Minas a melhor Copa do Mundo do mundo. Não temos nem um dia a perder”.

Noman assumiu a secretaria no dia 02 de agosto em substituição a Sergio Barroso. No momento Noman acumula o cargo de secretário de Estado Extraordinário para Coordenação de Investimentos.

Mineirão

O Mineirão está na reta final para entrega da obra. Atualmente são 2.700 operários. A nova cobertura já entra na etapa do prolongamento; banheiros, bares, vestiários e camarotes já ganham acabamentos; praticamente todos os pré-moldados já foram fabricados (99%) e instalados (95%), 80% da nova arquibancada inferior e 95% do fosso de segurança já estão prontos.Os trabalhos de nivelamento do gramado para a drenagem também avançam.

Após a reforma, o Novo Mineirão terá 64 mil lugares, esplanada com capacidade para 65 mil pessoas, 90 camarotes, 2.500 vagas para carros, tribuna para quase três mil jornalistas durante a Copa, sete mil m2 para comércio e cobertura que capta energia solar e transforma em elétrica capaz de abastecer 1.500 residências de médio porte. O custo total da obra do Mineirão é de R$ 666,3 milhões, sendo R$ 11,8 do Governo de Minas e o restante da iniciativa privada.

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Procurei mais informações sobre a saída do Sérgio Barroso e encontrei essa no Superesportes:

* “COPA EM MINAS”

Sérgio Barroso deixa Secopa e governo anuncia Fuad Noman como interino

Fuad Noman é o novo responsável pela Secopa em Minas

 O Diário Oficial Minas Gerais publicou na edição desta quinta-feira a exoneração do secretário de estado extraordinário para a Copa do Mundo, Sergio Barroso. O motivo da saída alegado por Barroso é “ de ordem pessoal”, de acordo com nota da assessoria de imprensa do Governo de Minas. Ele voltará a trabalhar na iniciativa privada.

No lugar de Barroso, assumiu o cargo interinamente Fuad Noman, secretário de estado extraordinário para coordenação de investimentos. Ele tomou posse dessa pasta na última quarta-feira. Tal secretaria foi criada recentemente por meio de proposta do governo mineiro e aprovada pela Assembleia Legislativa.

Fuad vai acumular os dois cargos até o governador Antonio Anastasia decidir pelas nomeações definitivas desses cargos de primeiro escalão de governo. Até a semana passada, Fuad respondia pela presidência da Gasmig.

* http://www.superesportes.com.br/app/1,307/2012/08/02/noticia_copa_do_mundo,224302/sergio-barroso-deixa-secopa-e-governo-anuncia-fuad-noman-como-interino.shtml

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O Carlos Nuzman disse outro dia que dinheiro não é fundamental para formar atletas.

Não é não, né?

Pois olhem só essa reportagem do “Estadão”

O que a Europa está vivendo agora no esporte, os atletas do Brasil sempre viveram, e em condições ainda piores.

* “Crise econômica afeta cenário e afasta europeus do pódio em Londres”

Países da periferia da Europa estão sentindo o peso dos corte nos investimento no esporte

Atletas sem médicos, obrigados a passar horas na internet comprando passagens aéreas em voos de baixo custo e até casos de despejo por falta de pagamento de aluguel. Atravessando a pior crise econômica de sua história recente, diversos países da periferia da Europa já estão sentindo o peso dos cortes de investimento nos esportes. A Espanha, tradicional potência esportiva, e a Grécia, berço olímpico, somam um número irrisório de pódios e caminham para deixar Londres com desempenhos pífios. A Irlanda só garantiu uma medalha e Portugal sequer ficou entre os três primeiros em algum esporte.

A crise se transferiu para o terreno esportivo. Apesar de ainda ser cedo para determinar a posição que cada país ficará no quadro de medalhas, os resultados mostram uma situação complicada para esses países. “O paralelo entre a economia e a performance dos países nessa Olimpíada é claro. Grécia e Espanha tiveram de fazer cortes drásticos nos investimentos e até nos salários de funcionários públicos. É claro que isso impactou também o esporte e já afeta a atuação de seus atletas”, disse ao Estado o economista italiano Marco Simoni, professor do Instituto Europeu, da London School of Economics.

Na Espanha, o desempenho da delegação virou uma polêmica nacional. A poderosa seleção de futebol, favorita até do presidente da Fifa, Joseph Blatter, para levar o ouro, não passou da primeira fase. O judô fracassou. No tênis, Feliciano López e David Ferrer caíram e as seleções de polo aquático e hóquei também não começaram bem.

Grécia. Os gregos também não disfarçam o mal estar com apenas duas medalhas. Em casa, em 2004, saíram com 16 delas. Vassiliki Vougiouka, quinta colocada na esgrima, admitiu que está viajando sem médicos e obrigada a estudar para encontrar um trabalho que a sustente. “Está muito difícil”, disse. “Nossa federação não tem dinheiro para quase nada.”

O problema grego piorou depois que jornais ingleses revelaram como os dirigentes esportivos do país se divertem nas noites londrinas e a fortuna que gastaram para alugar o luxuoso e elitista Carlton Club como sede – só no aluguel foram 230 mil. E a cada noite, políticos, dirigentes e amigos se reúnem para jantares e festas, todas regadas a vinhos caríssimos. Nem a Casa da Grécia sobreviveu. No último fim de semana, os organizadores tiveram de retirar seus móveis e material de promoção do local às pressas, porque não haviam pago a segunda semana de aluguel do local e acabaram sendo despejados.

Portugal continua sem medalhas. Em Pequim, foram duas no atletismo e a esperança é de que esse número seja repetido. Os irlandeses, que também foram resgatados financeiramente pela União Europeia, apenas garantiram por enquanto uma medalha no boxe. Em Pequim, foram três.

A Itália é o melhor entre os países europeus em crise, com 17 medalhas até agora. Mas, faltando cinco dias, teria de dobrar o número de conquistas para chegar ao mesmo patamar de medalhas de Atenas, em 2004, quando somou 32 medalhas. Na China, em 2008, ficaram com 27. Desta vez, dificilmente repetirão o mesmo número, depois que o Comitê Olímpico Italiano cortou 20% de seu orçamento.

“Um dos impactos mais evidentes é o fiasco da natação italiana por problemas na organização da equipe”, disse Simoni. “Temos excelentes atletas, mas não estão vencendo porque não se organizam. É um retrato da Itália: temos ótimos economistas, mas não conseguimos sair da crise porque a sociedade mergulhou em um caos.”

O tamanho das delegações também foi reduzido em comparação a 2008. A da Grécia encolheu 34%; a da Itália, 18%. A delegação dos Estados Unidos também sofreu uma redução de 11%, pequena se comparado a 13,7% na do Japão e 14% na da Alemanha.

No Reino Unido, a esperança é de que a enxurrada de medalhas e o evento sejam um incentivo à economia, em recessão, e à moral dos consumidores. Mas nem mesmo os medalhistas de ouro parecem ter ilusão sobre o impacto de suas conquistas. O tenista inglês Andy Murray minimiza o efeito dos Jogos na economia. “Eu não sei o impacto dessa participação popular para a economia e nem se isso vai ajudar uma recuperação (econômica)”, disse o vencedor do torneio de tênis. “Sinceramente, duvido que haja um impacto”, completou.

* http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,crise-economica-afeta-cenario-e-afasta-europeus-do-podio-em-londres,912395,0.htm


Onde e quando até um porradeiro pipoca e afina!

A internet foi uma descoberta fantástica para a humanidade, porém, é também uma máquina de moer gente. Antigamente dizia-se que “que fala o que quer; ouve o que não quer”. Com a rede mundial de computadores a frase pode ser ampliada: “que escreve o que quer; costuma tem o retorno que não quer”.

Dias atrás selecionei essa notícia do Globoesporte.com para mostrar o quanto é poderosa e também perigosa essa nova realidade da comunicação. Vejam a reação desse lutador de UFC quando tomou troco do que twittou.

O sujeito afinou que nem corda de violino:

* “Alvo de polêmica com judô, Tavares chora: ‘Estão acabando comigo’”

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Lutador do UFC se arrepende de ‘comentário infeliz’ no Twitter, relata seu inferno astral e diz que intenção era criticar a falta de estrutura para atletas

Não há como medir o poder das redes sociais, só se sabe que é gigante. Tão grande que uma declaração publicada no Twitter rodou o Brasil inteiro e transformou a vida de Thiago Tavares. Na última quarta-feira, o lutador catarinense do UFC postou um comentário irônico pouco depois de Thiago Camilo terminar em quarto lugar no judô: “Incrível como o Brasil está ‘bem’ nas Olimpíadas. Já viram o quadro de medalhas? Só o MMA brasileiro para honrar o país”. Tavares virou rapidamente alvo de programas de televisão, sites e, principalmente, os internautas. Foi o suficiente para abalar a cabeça de Thiago, que até então vinha se preparando bem para lutar no UFC 151, em 1º de setembro. Ao lembrar o episódio, mostrou-se abatido e se emocionou bastante ao relatar ofensas à sua família. Ele afirmou que não conseguiu passar o que queria dizer no comentário. Segundo ele, a ideia era criticar a falta de investimento nos esportes olímpicos no país.

– Eu me expressei mal no que queria dizer, e as pessoas me interpretaram pior ainda. A minha intenção em hipótese alguma era ofender qualquer atleta brasileiro, até porque sei o que eles passam. Eu já lutei de graça no começo da minha carreira. Os meus pais são comerciantes, têm uma floricultura. Tudo o que eles conseguiram foi com muito suor, e as pessoas vêm me chamar de “playboy”? Sei o que passam os atletas, com pouco incentivo. O que quis dizer é que, infelizmente, o Brasil está com pouco resultado nessas Olimpíadas. As pessoas querem torcer para os atletas na época de Olimpíadas, aí dão incentivo e apoio (financeiro), mas isso é de quatro em quatro anos. No resto ninguém quer saber do atleta, para que ele consiga manter o nível de treinamento. Torcer por ele todo mundo quer depois. E foi exatamente isso que eu estava dizendo, só que me expressei mal. Não falei de nenhum esporte específico, nada de judô, como disseram. Por sinal, comecei no judô e depois fui para o jiu-jítsu e para o boxe. Eu fiz uma reivindicação ali, estou do lado dos atletas. Meu “comentário infeliz” estava querendo dizer exatamente isso. Nos países da Europa e nos Estados Unidos os atletas têm total apoio desde o colégio e na universidade – disse, por telefone, ao SPORTV.COM.

Tavares contou que várias pessoas têm mandado e-mails ofensivos a ele e à família por meio de seu site pessoal. Ao lembrar disso, chorou bastante. Ele disse ter perdido o sono por causa da situação, mas acredita que a carreira não será prejudicada por conta disso, mesmo que possa vir a perder patrocinadores:

– Sinceramente, pensando na minha carreira, não prejudica, porque só tenho que fazer meu trabalho no UFC. Os comentários que foram feitos na TV e nos sites, da maneira como foram feitos, simplesmente estão acabando com a minha vida. Passei a noite em claro, não consegui dormir (começa a chorar). Chorei o dia todo hoje (quinta), não consegui treinar. Então, os problemas que eu tiver por perda de patrocínio são o de menos. O circo que armaram em volta de um comentário está acabando com minha vida. Sempre me consideraram um representante de Florianópolis, do Brasil, e agora sou tachado de marginal. Tenho 22 anos de treino, me dedicando ao esporte e levantando a bandeira do Brasil mais alto. A minha mãe trabalha 12 horas por dia, e as pesoas ficam mandando e-mail para o meu site para xingá-la (chora bastante). Quiseram interpretar de um modo diferente para acabar com a minha vida.

O lutador se disse arrependido da declaração e lembrou o fato de ter levado a bandeira do Brasil ao octógono do UFC após a vitória sobre Sam Stout, em janeiro, para justificar seu patriotismo:

– Eu me arrependo da maneira como escrevi. Não consegui expressar o que eu queria, que era estar do lado dos atletas. Eles não têm ferramentas para poder representar o Brasil. É como se fossem para uma guerra com faquinha e canivete, enquanto americanos e europeus têm toda uma estrutura olímpica por trás deles. O que falaram de mim não condiz com a realidade. Só entro com música nacional nas minhas lutas. Fui comparado a um criminoso. Eu sou um atleta muito patriota! Na minha última luta chorei beijando a bandeira do Brasil, as pessoas podem ver o vídeo. Foi um comentário infeliz…

Aos 27 anos, Thiago Tavares tem 17 vitórias, quatro derrotas e um empate na carreira (7-4-1 no Ultimate). Contra o americano Dennis Hallman, no UFC 151, em Las Vegas, tentará o terceiro triunfo consecutivo. Ele chegou a tropeçar nas palavras ao falar sobre o próximo desafio, mas logo mudou o tom e ganhou confiança:

– Se eu conseguir treinar… Isso só Deus vai saber responder. No dia 1º de setembro, no UFC 151, vou dar o meu melhor lá em cima e estarei disposto a trazer mais uma vitória para o meu país e levantar a bandeira. Quando entro no octógono estou disposto a qualquer coisa. Vou representar todo mundo que eu amo. Se Deus quiser vou decepcionar essas pessoas que ofenderam tanto a mim quanto à minha família.

Por fim, o catarinense deixou uma mensagem aos que ficaram chateados:

– Quero pedir desculpas a todos os atletas que estão competindo pelo país em todas as modalidades, porque me expressei mal. Estou defendendo a mesma bandeira que eles, a do incentivo ao esporte. Peço desculpas também a todos os familiares deles. Da maneira que me puseram como criminoso, não merecia isso por tudo o que fiz e venho tentando fazer pelo esporte. Não mereço ser tachado como tal. Tenho um instituto social com quase 300 crianças, não merecia ouvir o que disseram. Liguei para familiares meus, e eles choravam por causa do que falaram sobre mim. Então, peço desculpas a todos.

* http://sportv.globo.com/site/eventos/combate/noticia/2012/08/alvo-de-polemica-com-judo-tavares-chora-estao-acabando-comigo.html


Ouro quase saiu com o mineiro Carlos Alberto Silva

Não fui a Manchester novamente porque imaginei que a Seleção Brasileira passaria pela Coreia do Sul e a aguardaria em Wembley, sábado, 11 horas, para a decisão com o México que bateu o Japão de virada. A América Latina suplantou os asiáticos no futebol.

Os mexicanos não são do topo do futebol mundial, mas merecem cuidado, porque correrão dobrado nessa oportunidade de ganhar destaque mundial em caso de um triunfo sobre o Brasil. O time do Mano Menezes vem jogando bem, apesar da fragilidade dos adversários até aqui. Leandro Damião está se consolidando como titular; Oscar é um ótimo jogador e Neymar dispensa novos comentários.

A última presença do Brasil numa final dessas foi nos Jogos de Seul, em 1988, comandado pelo belorizontino Carlos Alberto Silva, que renovou a seleção na época, lançando Taffarel, Jorginho, Dunga, Romário, Bebeto e a base da seleção que foi campeã do mundo na Copa dos Estados Unidos de seis anos depois.

Nem aí pra bola

Saí do Parque Olímpico pensando em assistir Brasil 3 x 0 Coreia no centro de Londres, onde “certamente” haveria alguma TV ligada nesta semifinal, na terra dos inventores do futebol. Ledo engano! Pubs, restaurantes e telões em praças públicas só mostravam as provas do atletismo e quem sou eu para conseguir convencer algum desses locais a sintonizar no jogo de Manchester.

Talvez no Hyde Park, em um dos tantos telões de lá, porém, impossível escrever de lá.

Salvou-me o La Trevi, restaurante do espanhol Paco Castiñeira e do italiano Cláudio Rossi, que curtem o nosso futebol, em Highams Park, distante do centro.

Esse merece

ZEROBERTOFoto: www.terra.com.br

Além do futebol, foi muito bom ver o vôlei feminino superando a crise e derrotando de forma espetacular a algoz Rússia, garantindo presença na semifinal. O técnico José Roberto Guimarães merece uma alegria dessas e comemorou efusivamente após o encerramento, fugindo à sua característica mais contida. Uma das pessoas mais sérias e competentes que conheço no esporte brasileiro.

Teve uma curta, porém intensa, passagem pelo futebol e foi diretor do Cruzeiro, nomeado pela norte-americana Hicks Muse, que era parceira também do Corinthians, naqueles fins de anos 1990.

Diferenças

Características do povo de cada lugar. Se em Pequim é costume das pessoas cuspir, escarrar e não se preocupar com as suas “flatulências”, soltando-as em qualquer ambiente; em Londres fumam e falam ao celular em voz alta, sem se importar se quem está perto está sendo incomodado.

Tanto na China como aqui câmeras ficam de olho em você o tempo todo. A diferença é que na China quando você fotografa qualquer ambiente público, logo aparecem agentes da polícia para te intimidar. Aqui a polícia não importuna.

LIXOSELETIVO

Londres quer ficar marcada como a Olimpíada sustentável e as lixeiras seletivas estão em toda parte do Parque Olímpico
PROTESTOS1
Os protestos políticos locais e até mais internacionais são diários em frente a casa do Primeiro Ministro de plnatão. Este, do Sudão do Sul
LEITURANOMETRO
A leitura no metrô é obrigatória, de um dos jornais distribuidos de graça nas estações.

Tolerância com marginais tem que ser zero

O Bruno Silva pediu que eu e entre no assunto das brigas permanentes entre facções da torcida do Cruzeiro, que estão espantando gente do Independência e agora resolveram depredar o metrô.

Já falei disso aqui caro Bruno, e também nas colunas do Super Notícia e do O Tempo, e cobrei do Ministério Público, da Polícia e da Justiça o mesmo rigor que deve haver com marginais que se misturam às torcidas dos clubes para aprontar.

Os infiltrados na torcida do Atlético estão quietos, desde que alguns colegas deles receberam o tratamento que é preciso: cadeia.

Estes que estão aprontando agora usando o nome do Cruzeiro estão tendo uma tolerância maior e já passou da hora das autoridades agirem.

Só agora li no site do Super Notícia, o que saiu ontem:

* “SAÍDA DO INDEPENDÊNCIA”

Briga de torcida deixa 18 detidos

Confusão foi combinada pela internet, segundo testemunha

Lucas Simões

Pela segunda vez em pouco mais de três meses, torcedores cruzeirenses voltaram a se enfrentar após um jogo do time celeste, em uma briga generalizada que assustou moradores do bairro Santa Tereza, na região Leste de Belo Horizonte. A confusão aconteceu na noite de anteontem, logo após a partida entre Cruzeiro e Ponte Preta, no estádio Independência. Segundo a Polícia Militar (PM), 18 integrantes da Pavilhão Independente e da Máfia Azul foram detidos, após se enfrentarem com chutes e socos pelas ruas do e depredaram parte da estrutura da estação de metrô do bairro. Até um segurança do local foi agredido.

Conforme o relato de um adolescente de 17 anos que estava no jogo, existe uma rixa entre as duas torcidas celestes. “Os torcedores têm combinado de brigar pela internet. Eles marcam antes e se encontram depois, num lugar já específico”, disse o menor.

Ao todo, cerca de 50 torcedores celestes teriam participado da briga. Os militares do Batalhão de Eventos da Polícia Militar perseguiram alguns suspeitos até o cruzamento das ruas Mem de Sá com Maestro Delê de Andrade, no bairro Santa Efigênia. Oito homens e duas mulheres foram detidos no local. Outras oito pessoas foram presas ainda na estação de metrô Santa Tereza.

Segundo o capitão Luciano Barbosa, do 16º Batalhão da PM, a briga começou dentro de um vagão do metrô, por volta das 21h. “Um celular de um dos envolvidos registrou o tumulto, dá pra ver gente sendo agredida com tijolos e pedras”, disse Barbosa. Após assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência, os brigões foram liberados.

Parceria por mais segurança

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou, por meio de nota, que estuda novas ações de segurança para tentar coibir as ações de vândalos em dias de jogos no estádio Independência. Segundo o comunicado, uma parceria com a Polícia Militar está sendo traçada e deverá ser colocada em prática em breve.

A intenção é promover um policiamento abrangente em todas as 19 estações do metrô, conforme o comunicado. Apesar disso, a PM não confirmou a informação. A CBTU não revelou o prejuízo financeiro que os vândalos causaram com a depredação.

No jogo de ontem, pelo menos 156 policiais militares faziam a segurança interna e externa do estádio. Segundo o tenente-coronel Cícero Cunha, do Batalhão de Eventos da Polícia Militar (BPE), a polícia já realiza o trabalho preventivo no entorno do estádio. (LS)

* http://www.otempo.com.br/supernoticia/noticias/?IdNoticia=74044,SUP


Ouro em Londres, Zanetti cresceu sem apoio da Confederação de Ginástica e do COB

Aí gente, mais um medalhista de ouro que se virou sozinho, com apoio da família, amigos e do clube da vizinhança, mesmo com a gorda verba pública que a Confederação dele e o COB recebem para incentivar a formação de atletas.

Do portal Uol:

* “Campeão Zanetti foi formado sem ajuda da confederação ou comitê”

Arthur Zanetti é um atleta formado sem apoio da Confederação Brasileira de Ginástica, do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) ou de patrocinadores particulares. Só há poucos meses o ginasta passou a receber um suporte mais forte de algumas dessas organizações.

Antes disso, um trabalho de 14 anos feito pelo clube Sociedade Esportiva Recreativa Santa Maria, de São Caetano do Sul, e seu técnico Marcos Goto foram responsáveis por alçá-lo à elite da ginástica mundial.

Sua carreira começou em 1998, quando apareceu no clube aos oito anos. “Não fui eu quem o descobriu. Foi ele quem me descobriu”, brincou Goto. “Apareceram uns sete meninos lá. Ele era pequeno, forte e muito ágil. Tem o corpo ideal para as argolas.”

A partir daí, Zanetti teve apoio de uma equipe, incluindo psicólogo, com dinheiro da associação de pais do clube e do município. Ao apresentar resultados melhores, passou a ter viagens pagas pela confederação e pelo COB.

Mas sua estrutura para treino só melhorou com verba do clube. A confederação vendeu ao clube um tablado com subsídio. Há pouco tempo, Zanetti não tinha argolas de nível da Olimpíada. Isso apesar de a confederação ter ganho R$ 7 milhões do governo em 2011 para comprar aparelhos.

Só a três meses dos Jogos foi que ele ganhou as argolas do COB, após ser incluído no Time Brasil. No passado, chegou a usar aparelhos feitos pelo pai, que é marceneiro e estava ontem na arena.

Também foi só a dois meses dos Jogos que Zanetti passou a ser patrocinado pela Sadia. “Antes, teve proposta para ele sair do clube e ir para outro lugar para ganhar dinheiro”, contou Goto.

O treinador disse que espera que o resultado do atleta mude o cenário. “Vou cobrar”, afirmou o técnico.

Outra intenção do treinador, e do ginasta, é que o título olímpico acabe com o preconceito em relação à ginástica masculina no país. “Apesar de ser visto como esporte para meninas, os meninos também podem participar”, disse Zanetti.

MESMO APARELHO

“Para que mexer em time que está ganhando? Ele domina a argola”, disse o técnico sobre a possibilidade de o ginasta mudar de aparelho ou ampliar sua atuação. A intenção é que seja formada uma equipe masculina para os Jogos no Rio, em 2016.

* http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1132940-campeao-zanetti-foi-formado-sem-ajuda-da-confederacao-ou-comite.shtml


Cabeças cozidas são como baratas: tem no mundo inteiro e não tem distinção

Essa é para muita gente pensa que só jogador de futebol que é cabeça cozida ou fala pelos cotovelos.

Confira essa aí de um “aristocrata” verde e amarelo.

Li no Uol:

* “…responsável pela última colocação do Brasil na final por equipes do hipismo (após derrubar uma série de obstáculos ao longo do percurso), José Roberto Reynoso inovou: “A gente tem uma cultura em que a pessoa é voltada a ter um cachorro em casa. Aqui [na Europa], você passa no terraço das casas das pessoas, o cara tem um cavalo, uma criação de um ou dois cavalos”. Questionado sobre a diferença de preço entre um cavalo e um cachorro, Reynoso, estreante nos Jogos, insistiu: “Nós sabemos que, no Brasil, temos muitas pessoas que podem. Então, basta essas pessoas passarem a amar o esporte também e fazer. O próprio governo pode ajudar. Ajuda para tudo quanto é lado e pode uma vez ou outra ajudar a gente”.”

Dureza, hein!?

* http://www1.folha.uol.com.br/esporte/


Record está usando métodos da Globo de 2006 para barrar entrevistas

Esse mundo dá voltas. Em 2006 um colega nosso, de BH, que tinha sido da Globo-MG e nacional, estava “p” da vida porque os ex-colegas estavam impedindo que ele chegasse perto da zona mista, onde os jogadores da seleção brasileira davam entrevistas no hotel perto de Frankurt, durante a Copa da Alemanha.

Ele estava numa emissora concorrente, que não tinha os direitos de transmissão daquele mundial.

Chegaram a chamar a polícia para ele, que tinha que ficar a mais de 500 metros de distância.

Agora, a Record está fazendo a mesma coisa.

Por essas e outras é que a Globo não quer perder concorrência por direitos de transmissão nem de cuspe à distância mais.

Vejam aí:

* “SporTV diz ser vítima de boicote em Jogos Olímpicos”

Por que os atletas brasileiros, assim que terminam suas competições em Londres, quase nunca dão entrevistas para o SporTV? Segundo o canal pago, é porque a Record não deixa.

Fontes do SporTV dizem que a rede aberta, que é dona dos direitos de transmissão, tem boicotado o seu acesso à zona mista de várias competições, onde ficam repórteres de veículos credenciados à espera da primeira palavra dos atletas.

Cabe à Record distribuir os espaços na zona mista para os canais que compraram dela o evento, como Sportv, ESPN e Bandsports.

A Folha teve acesso a uma lista de pedidos do SporTV à Record para ter equipes na zona mista de várias modalidades em Londres. Desde o início da competição até o dia 2 de agosto, das 18 solicitações feitas pelo canal pago, dez foram negadas pela Record.

O canal da Globosat não pode ter equipes de reportagem no gramado do jogo Brasil X Nova Zelândia, pelo futebol masculino, no dia 1º.

Procurada, a Record diz que atendeu a todos os pedidos feitos pelo SporTV e que algumas solicitações extraordinárias não foram atendidas porque as posições estavam ocupadas.

Diretores do SporTV afirmam que foram negadas vagas na zona mista que estavam vazias.

A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta segunda-feira (6).

* http://f5.folha.uol.com.br/televisao/1132320-sportv-diz-ser-vitima-de-boicote-em-jogos-olimpicos.shtml


Esporte para qualquer país é questão de saúde pública

Mais uma medalha de ouro de onde ninguém esperava e muito menos se conhecia quem a conquistou. De quatro em quatro anos o público e a imprensa cobram medalhas nos Jogos Olímpicos, mas quase a totalidade de nós nunca ouviu falar nem o nome da maioria absoluta dos atletas. Quando sai uma medalha começa o corre-corre para saber de quem se trata para que o público seja informado.

Foi assim com César Cielo em Pequim 2008; agora com a judoca Sarah Menezes e o ginasta Arthur Zanetti.

Este quadro só vai mudar quando o esporte for tratado como questão de saúde pública no Brasil e não apenas voltado para a competição de alto rendimento. A China se tornou potência olímpica botando a população para se movimentar, da idade mais tenra aos idosos. Essas academias ao ar livre que várias cidades do Brasil vêm adotando são antigas entre os chineses, muito antes do país sediar a Olimpíada.

No tranco

Na China, do esporte sem maiores pretensões, apenas para cuidar da saúde, surgem talentos em várias modalidades, além, óbvio da política pública intensa, voltada para a inserção e competição de alto rendimento.

A maior potência esportiva do mundo, os Estados Unidos, têm como base as escolas para trabalhar todas as modalidades possíveis e dar show na maioria das competições das quais participa. Em toda Olimpíada é barbada e a discussão é sempre quanto a quem será o segundo colocado!

Não vejo ninguém no Brasil se mexendo neste sentido. Apenas muito falatório e gordas verbas desviadas para bolsos estranhos.

Jogo antigo

O governo não está preocupado com isso; os presidentes das federações, na maioria dos casos, e do COB só se preocupam em se reeleger e aproveitar as benesses dos cargos. Os atletas que virem sozinhos, enquanto ficamos na torcida para que surja algum talento acima da média, na esperança de pingar uma ou outra medalha. Se for de ouro, melhor ainda.

Estamos em plena campanha política no Brasil para eleger vereadores e prefeitos. Taí uma boa causa para ser abraçada pela enxurrada de candidatos. Mas se eleito, é preciso colocar em prática e não ficar apenas no discurso.

Dá gosto ver

Vivemos reclamando que a especulação imobiliária está acabando com os campos de futebol de Belo Horizonte, oficiais e de pelada, onde surgiam grandes jogadores de futebol. Pois Londres impressiona pela quantidade e qualidade de campos de futebol, críquete e vários outros esportes. Cada bairro tem vários; da melhor qualidade. Se tivessem talentos como o Brasil, seriam os donos dos maiores títulos do mundo, entre seleções e clubes, pois a meninada bate bola o dia todo.

E os pais por perto, assistindo e aguardando para levá-los para casa. Sai uma turma, chega outra.

Invejável

Aliás, andar pelas ruas de Londres, principalmente dos bairros, faz lembrar as nossas cidades do interior e Belo Horizonte de alguns anos atrás: sem muros, grades, cercas elétricas e nem aquele ridículo arame farpado no alto, que faz lembrar os campos de concentração nazistas ou penitenciárias.

Jardins bem cuidados, ruas limpas e quase nenhum barulho do trânsito, já que as leis são respeitadas.

As calçadas foram feitas para dar acesso a cadeirantes e deficientes visuais, e os ônibus são silenciosos, confortáveis, limpos e abundantes. 

Tem preço 

É claro que essa qualidade de vida londrina tem preço: câmeras de vigilância em todos os lugares possíveis para monitorar pessoas e o movimento. Um “Big-Brother” de causar inveja à Rede Globo, mas todo mundo gosta porque garante o ir e vir tranquilo e trava a ação de delinquentes.

Por outro lado, vivem o mesmo problema que a maioria dos países do mundo enfrenta: as drogas. É comum ser abordado por jovens pedindo £1. A fisionomia é semelhante a de tantos que vemos no Brasil, desesperados por uma pedra de craque ou coisa do gênero.

INFORMAÇÃO

Informação é o que não falta em todos os lugares de Londres para quem saber algo sobre os Jogos Olímpicos

Vizinhas, às margens do Rio Tâmisa, a Casa do Qatar, fica parecendo um barracão, quando comparada à Casa Brasil…

QATAR

… mesmo com o país árabe com muito mais dinheiro que nós e muito menos problemas sociais e estruturais internos.

CASABRASIL

Inacreditável!

OLDTRAFFORD2

Imediações do estádio Old Trafford, do Manchester, que voltará a receber o Brasil, agora pela semifinal contra a Coreia do Sul

OLDTRAFFORD

E como sempre, com a chegada e saída do público muito bem organizada e sem tumultos.

E como saideira de hoje, Duke, definindo muito bem a situação do Brasil nos Jogos de Londres…DUKE

hoje, no O Tempo.