O mais interessante nesse novo fracasso do futebol brasileiro nos Jogos Olímpicos é que depois das duas fases preliminares contra adversários de baixíssima qualidade, o oba-oba já tinha começado e o habitual “já ganhou”, baixou na turma do Mano Menezes também.
Agora é aguardar a decisão do presidente da CBF, José Maria Marin: mantém o treinador ou cumpre a promessa de dispensá-lo e escalar o Muricy Ramalho para a missão de montar um time para 2014.
Cabeças a prêmio
Marin, que deu as maiores mordomias aos seus aliados das federações aqui em Londres.
A essa altura até a cabeça do comandante do futebol, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanches, está a prêmio, já que seu padrinho era o Ricardo Teixeira, e a atual cúpula da CBF não morre de amores por ele.
Se der Muricy ramalho, como novo técnico, ficará de bom tamanho, pois é um dos melhores do país e de competência reconhecida para montar times. Ainda mais podendo escolher os melhores jogadores.
País rico
Na sequência do que escrevi ontem sobre a Rio’2016, passaremos a impressão de que somos um país rico, sem problemas sociais e que os nossos governantes são exemplares.
E quem vê tantos brasileiros passeando pelo mundo terá “certeza” disso. Em Londres é impressionante. Numa coluna anterior, disse que não chegava a ser como em Buenos Aires, mas estou revendo essa opinião. Impressionante.
Aqui, instalam placas nos dois lados das rodovias nas entradas das cidades, para diminuir o impacto nas casas vizinhas.
Virando moda
No Rio essas placas também têm sido instaladas, porém para evitar que os estrangeiros vejam as favelas ou que os bandidos façam arrastão nas famosas vias de acesso deles.
E tudo que o Rio lança vira moda, não é? Já já, possivelmente, teremos isso em BH também. Mais fácil esconder os problemas do que resolvê-los.
História parecida com as de tantas proibições de práticas salutares e tradicionais em nossos estádios, como, duas torcidas em um clássico, levar bandeiras e até o radinho de pilha.
Mineiros pelo mundo
Além de turistas, há também grande número de brasileiros que moram em Londres, para trabalhar e estudar; muitos mineiros, inclusive. E muitos são identificados facilmente porque usam os “mantos sagrados” dos seus times. Caso do Valdésio Gonçalves de Oliveira, de Teófilo Otoni, onde é conhecido como “Deda”, há 21 anos morando na Europa, 12 em Londres. O conheci porque ele usava uma antiga camisa do Atlético, carregando uma escada em seu trabalho dentro do Parque Olímpico.
De longe, foi só gritar Galo!!!, que a conversa começou.
É Caixa!
Deda, em Teófilo Otoni, “Vavá”! em Londres, ele foi lateral direito do América “Dragão” e trabalha numa empresa de manutenção aqui. Há sete anos não vai a Minas, mas se mantém informado diariamente pelos nossos jornais e rádios na internet. Tem um filho inglês, de cinco anos, Daniel, de seu segundo casamento, aqui, com uma goiana. O menino pouco fala português, não conhece o Brasil, mas quando ouve a narração de gol um, seja de quem for, grita: “Caixa, Caixa…”, por ouvir com o pai as transmissões do Mário Henrique, pela Itatiaia.
Wembley é investimento
O administrador de empresas Bruno Gonçalves Ferreira Santos é de Belo Horizonte, vive em São Paulo e está estudando e trabalhando em Londres.
Tem várias camisas atuais do Cruzeiro e usa-as nos fins de semanas e em eventos, como ontem, no jogo do Brasil contra o México. Pagou £160 (R$ 600) para ver a derrota, mas não reclama: “assistir um jogo em Wembley, vale qualquer preço!”, disse.
Também encontrei-me aqui com o Maurício Marques, que ficou famoso no futsal brasileiro, como “Chopinho”. Hoje é instrutor FIFA e veio com a esposa Raquel, curtir a Olimpíada.

Deda, de Teófilo Otoni, entre o baiano Antonílton, que também mora em Londres e o inglês Tom.

O administrador de empresas Bruno Gonçalves Santos entre o paulista Henrique (esq.) e o também belorizontino Diego Lanza.

Chopinho com a esposa Raquel, entre o casal australiano Alister e Margareth e o belorizontino Ricardo Machado.