Muita gente poderá ganhar dinheiro alugando suas casas, apartamentos e sítios durante a Copa das Confederações ano que vem e Copa do Mundo em 2014.
Na África do Sul foi a salvação para muita gente, devido a falta de hotéis e aos preços abusivos que estavam sendo cobrados pelos que estavam disponíveis.
Na França em 1998 e na Alemanha em 2006 muita gente se aproveitou desse costume de franceses e alemães, que unem o útil ao agradável: ganham um dinheiro extra, cobram muito menos que os hotéis e resolvem o problema de quem tem que passar uma curta temporada em suas cidades.
Bom demais e já tem muita gente garantindo clientes, conforme mostra esta reportagem da Folha de S. Paulo de ontem:
“Brasileiros já alugam suas casas para Copa”
Proprietários querem ganhar até R$ 35 mil com Mundial de 2014; Copa das Confederações, em 2013, também é alvo
Anúncios colocados em redes sociais visam estrangeiros; paulistano fecha negócio com britânico
Os titulares da seleção de futebol nem estão definidos e as obras dos estádios para a Copa estão longe do fim, mas já há brasileiros que fecharam contrato de aluguel de seus imóveis para o período da competição, em 2014.
O alvo são turistas estrangeiros e mesmo brasileiros fãs de futebol, que aceitariam pagar até R$ 35 mil por mês pela hospedagem.
A oferta parte de moradores das cidades-sede da Copa, como Manaus, Fortaleza, Recife, São Paulo e Brasília, ou de municípios vizinhos, próximos aos novos estádios.
Os anúncios são colocados em sites ou nas redes sociais -alguns escritos em inglês e espanhol.
Como a propaganda é a alma do negócio, os anúncios oferecem casas perto dos estádios e com fácil acesso a praias e a pontos turísticos.
E cada um exalta sua própria terra: um mineiro, por exemplo, define Belo Horizonte, em inglês, como “a capital brasileira dos bares para todos os gostos”.
Alguns já conseguiram fechar negócio, como Lucas Faggioni, 23, que alugou seu apartamento em São Paulo para um britânico, por R$ 6.000 durante dois meses na época da Copa.
ARGENTINOS
A 20 minutos de Brasília, o imóvel do enfermeiro Robert Neves Sales, 40, em Taguatinga, já foi reservado para um grupo de brasileiros e argentinos para a Copa das Confederações, em 2013.
Sales costuma alugar a casa, que tem churrasqueira e piscina, por R$ 2.000 para eventos. Na Copa, o enfermeiro planeja lucrar até R$ 20 mil em uma semana.
Outros brasileiros ainda não assinaram contratos, mas já fizeram as contas dos possíveis ganhos e publicaram anúncios.
A enfermeira Jailcy Sousa da Silva, 36, de Manaus (AM), pretende cobrar R$ 9.000 por um mês.
Em Fortaleza, um grupo de moradores de um condomínio fechado oferece as casas com um bônus: quem alugá-las poderá usar a piscina e a quadra de futebol coletivas.
O foco deles são os estrangeiros. A bancária Bruna de Sousa, 22, por exemplo, espera lucrar até R$ 35 mil em um mês com o negócio.
Em Cabo de Santo Agostinho, a 39 km de Recife, a ideia do aluguel surgiu de um papo com colegas estrangeiros do supervisor de obras Valdir Ribeiro da Silva, 40.
“Eles contam que já há procura na Europa por hospedagem na nossa Copa.”
Ele vai cobrar € 1.600 (aproximadamente R$ 3.700) por 30 dias pela casa, com café e jantar.
TETO DIVIDIDO

Longe da praia e da Amazônia, há quem dividirá apartamento com o hóspede, como Nathália Gasparini, 25, de Brasília. A única regra: que o turista aceite na casa Miu, seu cão lhasa apso.
O mineiro Mateus de Filippo, 34, fará o mesmo. Ele procura estrangeiros, como uma troca cultural.
“Meu interesse é desenvolver o inglês.”
Assinatura de contrato ajuda a proteger o locador de problemas
DE RIBEIRÃO PRETO
Para que o desejo de lucrar um dinheiro extra na Copa não se transforme em um pesadelo, é fundamental que o dono do imóvel e o turista assinem um contrato de locação, mesmo que a hospedagem dure poucos dias.
A orientação é de Carlos Samuel de Oliveira Freitas, diretor de locação da Abadi (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis).
“O contrato assinado é a prova para qualquer problema futuro. Um e-mail pode ajudar, mas não é o ideal.”
Ele sugere que o dono do imóvel procure ajuda de um advogado imobiliário ou de uma administradora.
O teor do contrato depende de cada caso, mas deve, por exemplo, indicar o período da hospedagem e prever a cobrança de multas, em caso de descumprimento das regras estalecidas.
Segundo Freitas, é desejável a cobrança de caução como garantia para o caso de danos ao patrimônio.
Além disso, alerta o especialista, o contrato precisa ser redigido em português para ser considerado válido.
Após a conversa com o interessado, diz Freitas, é fundamental procurar conhecer bem a pessoa para quem o imóvel será alugado -inclusive saber seus antecedentes.
Já do ponto de vista de quem quer alugar, o especialista sugere desconfiar da existência do imóvel.
“Veja se o anúncio é verdadeiro, mande uma pessoa para visitar o imóvel.”
O ideal, diz, é buscar uma imobiliária. Outra dica é checar se o número de registro de advogado ou das imobiliárias existe mesmo.
Indústria planeja estratégia 2 anos antes do Mundial
Com mais de dois anos de antecedência, as empresas que fabricam produtos para abastecer os grandes eventos nacionais -entre eles o Carnaval- já se planejam para faturar com a Copa de 2014.
Para parte dessa “indústria da diversão”, é cedo para estimar os ganhos que virão com um dos maiores eventos do planeta, mas há empresários que já sabem em quais mercadorias apostar.
Fabricante em território nacional das sonoras vuvuzelas da Copa de 2010, a Brasilflex, de São Paulo, vai apresentar sua linha de produtos até julho, segundo a diretora comercial Eliana Mason.
Ela ainda faz segredo sobre os itens que vão estar disponíveis em 2014, mas afirma que já está trabalhando a linha.
“Vamos iniciar com dois anos de antecedência. Mas temos de atender os eventos tradicionais para a empresa”, diz.
Para Mason, esses eventos devem representar algo entre 15% e 20% do faturamento anual da empresa.
No Rio de Janeiro, a Condal, uma das principais fabricantes de máscaras de políticos para o Carnaval, está só esperando a definição de qual será o mascote oficial da Copa para começar a fabricação.
O setor de sonorização e iluminação de eventos vive expectativa com as oportunidades da Copa.
Em Ribeirão Preto, a New Box já começou a trabalhar no projeto para a sonorização do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, um dos palcos do evento.