* A torcida do Atlético tem motivos de sobra para cobrar e ligar o alerta vermelho, quando o time despenca na tabela, como agora.
Além do time atual, ela precisa ter uma preocupação a mais: novembro, quando haverá eleição no clube. Se está ruim com Alexandre Kalil, sem ele e essa diretoria, será a volta ao caos.
Diariamente recebo centenas de e-mail com “explicações” pelas campanhas ruins de 2010, 2011 e os motivos dos fracassos de treinadores e jogadores de ponta no clube.
São teorias e achismos que vão da cor do manto da Santa, passando por “sapo enterrado” no campo de treino e até que a CBF e Globo querem se “vingar” do Atlético, por causa da briga do Kalil pelos direitos de transmissão.
Teve um que sugeriu que o Arcebispo Dom Serafim reze uma missa na sede de Lourdes, com mais um pedido de perdão à Santa. Repetindo o ano passado, atendi ao telefonema de um Pai de Santo, que disse estar às ordens “por um preço especial, claro”, para tirar o “encosto” e desfazer um “serviço” que foi feito por um inimigo do Galo. Tem também os que culpam Eduardo Maluf, dizendo tratar-se de um “infiltrado” do Zezé Perrella.
Claro que não faltam aqueles que afirmam peremptoriamente: “eu avisei que a contratação de fulano não daria certo”. Aliás, a maioria! São os profetas do acontecido, muito comuns entre nós da imprensa também. Como se tivessem uma bola de cristal com verdades que só eles enxergaram antes.
Há também as opiniões com as quais concordo: contratações de jogadores que estavam há muito tempo sem jogar. Tipo de aquisição que raramente dá certo. O Atlético é contumaz nisso.
Jogadores que minam o ambiente, não dão o retorno que se espera deles, mas por serem bons de lábia, ficam amigos de repórteres e dirigentes e escapam de toda degola, como o lateral Leandro, por exemplo.
Jogadores que nunca entram em forma física, mas que também não são dispensados, como o Daniel Carvalho.
Todo clube passa por isso, mas consegue resolver em curto ou médio prazo, dependendo do treinador.
Dorival Junior salvou o time do rebaixamento e esperava-se que ele montasse um grupo durante o Campeonato Mineiro. Foi demitido na 15ª rodada do Brasileiro sem um time definido. Para melhorar o ambiente ficou apenas na dispensa do Ricardinho e Zé Luiz, mantendo outros no elenco.
Tirava jogadores até da lista de reservas, para depois retornar com eles como titulares, e vice versa.
Que grupo ganha confiança desse jeito? Como fica um ambiente de trabalho em um time assim?
Cuca pode dar certo, mas terá trabalho dobrado, pois pega o barco em alto mar.
Aí leio que a culpa do time mal na tabela é do Kalil, que deveria atrasar os salários dos jogadores e voltar com os treinos para a Vila Olímpica, que não tem as “mordomias” da Cidade do Galo. Que não deveria contratar medalhões; outros reclamam que contratou jogadores desconhecidos!
Ou porque o Maluf era do Cruzeiro e bla, bla, bla…
Como diz o Mestre Rogério Perez: “menos gente! menos…”
Sim e não!
O Cruzeiro deveria se esforçar mais para segurar Thiago Ribeiro, um jogador importante dentro e fora das quatro linhas. Testado e aprovado!
Keirrison é uma aposta. Mais um jogador de sucesso meteórico, no Coritiba; motivo de briga do Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras; contratado por uma fortuna pelo Barcelona, e que agora perambula por grandes clubes, que apostam em seu renascimento.
Pode dar certo sim, mas também pode repetir o fracasso que foi no Santos.
O Barça continuará pagando R$ 200 mil do seu salário; o Cruzeiro R$ 150. Vale o investimento, mas seria bom também manter o Thiago Ribeiro.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no Super Notícia!