As cidades sedes da Copa de 2014 procuram vender o seu peixe da melhor forma possível, e Belo Horizonte não é diferente.
No papel, tudo fica uma beleza; paraíso na terra.
Nos projetos da iniciativa privada a credibilidade é maior, mas quando envolve o poder público, sabemos que na prática, tudo é diferente; para pior, lamentavelmente.
Veja o que as nossas autoridades mostraram e distribuíram em seminários e entrevistas pelo país e mundo afora, na divulgação dos preparativos de Minas para receber o Mundial:
* “TRANSPORTE RÁPIDO POR ÔNIBUS – BRT”
O que é BRT ?
O Bus Rapid Transit (BRT) ou Transporte Rápido por ônibus é o sistema de transporte por ônibus, eficiente, de alta capacidade e alta qualidade,
operado de forma semelhante ao metrô, capaz de atender os usuários com rapidez e conforto. É uma combinação de infraestrutura viária,
veículos, operação, sistemas de controle e informação ao usuário, para oferecer ao cidadão um serviço de transporte público de qualidade.
Atualmente um sistema de transporte público que vem sendo implantado, com sucesso, em todo o mundo: Bogotá (Transmilênio), Santiago (Transantiago), México (Metrobus), Johanesburgo (Reya Vaia), em várias cidades da China, inclusive Pequim, Europa, Estados Unidos e Canadá.
Onde será implantado ?
Em corredores que apresentam uma grande demanda pelo transporte público na cidade:
* Corredor Antônio Carlos – Pedro I, com cerca de 16 km;
* Corredor Cristiano Machado, com cerca de 5 km;
* Corredor Pedro II – Av. Carlos Luz ,,com cerca de 12 km;
* Em vias de Área Central, com cerca de 5km.
Quando serão implantados?
Até meados de 2012 esses corredores deverão estar operando:
Corredor Cristiano Machado – janeiro de 2012;
Corredor Pedro II – Carlos Luz – junho 2012;
Corredor Antônio Carlos – Pedro I – agosto 2012.
Qual o investimento do poder público?
Corredor Antônio Carlos – Pedro I – 688 milhões de reais;
Corredor Pedro II – Carlos Luz – 231 milhões de reais;
Corredor Cristiano Machado – 51 milhões de reais;
Tratamento da Área Central – 56 milhões de reais.
HOTEL 5 ESTRELAS NO CENTRO DA CIDADE
Maior elefante branco de Belo Horizonte, enfim o inacabado arranha-céu de 32 andares que começou a ser erguido, no início da década de 1980, na esquina da Rua Rio de Janeiro com Avenida do Contorno, no Centro, será transformado num luxuoso hotel. O imponente prédio, com 44 mil metros quadrados de área construída, receberá aporte de R$ 220 milhões para ser repaginado e inaugurado, em julho de 2012, com o batismo de Ramada Plaza Boulevard. O empreendimento terá 336 apartamentos e vai gerar 370 empregos diretos. Este é o maior investimento, no Brasil, previsto, para os próximos três anos, pelo grupo norte-americano Wyndham, dono da marca Ramada e líder mundial do setor em número de hotéis, com mais de 7 mil endereços nos cinco continentes.
A famosa bandeira do grupo internacional estreou no Brasil, terça-feira, com a inauguração do Ramada Airport Lagoa Santa, na cidade homônima da Região Metropolitana de BH. O prédio, de 140 quartos, recebeu investimento de R$ 38,5 milhões e será administrado pela Vert Hotéis, especialista em reforma, decoração e administração de empresas deste mercado. De olho na Copa do Mundo de 2014 e no bom desempenho da economia doméstica, o Wyndham e a Vert fecharam parceria para investir, em conjunto, de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão nos próximos três anos. A cifra será usada para erguer outros 13 hotéis no país, sendo sete em Belo Horizonte.
O empreendimento mais caro será o do espigão inacabado da Rio de Janeiro com a Contorno. Apesar de carregar o rótulo de maior elefante branco da capital, o arranha-céu, que conta com um imponente heliponto e foi erguido para abrigar um hotel, o Beira Rio Palace, sempre foi cobiçado por grandes investidores, pois, além de boa parte da estrutura ter sido concluída ainda na década de 1980, sua localização é considerada privilegiada. Mas o edifício tem outro atrativo de peso para o setor hoteleiro: uma área de 5 mil metros quadrados que pode ser usada para eventos. “Não há outro hotel em BH com este espaço. Atende uma demanda que já existe”, justificou Amilcar Mielmiczuk, diretor de Desenvolvimento da Vert.
Outro interesse do Wyndham e da Vert no antigo prédio do Beira Rio é a missão de transformar a reforma numa espécie de
cartão de visita para a expansão dos negócios das duas empresas em outras capitais do Brasil. “Será uma grande vitrine.
O edifício, marco da feiura, vai ser o símbolo da renovação da região”, profetiza Mielmiczuk, acrescentando que, além dos 336 apartamentos
e da área de 5 mil metros quadrados, o Ramada Plaza Boulevard contará com três restaurantes e igual número de andares para escritórios.
Por enquanto, o inacabado espigão abriga apenas um estacionamento particular, que deverá ser desativado.
Os R$ 220 milhões que serão investidos pelo grupo americano incluem a compra do imóvel, segundo informou, Mielmiczuk,
que participou do almoço de inauguração do Ramada Airport Lagoa Santa.
O projeto originário do edifício previa a construção de um hotel, que seria batizado de Beira Rio em alusão ao Ribeirão Arrudas – parte
do leito foi coberto, em 2008, pelo famoso bulevar da capital. O hotel que jamais foi inaugurado tinha um projeto arrojado para a época,
cujo destaque era a fama de ser o único da capital com heliponto. Até então, o Othon Palace, inaugurado, no fim da década de 1970,
na Avenida Afonso Pena, era visto como o único concorrente de peso na capital.
Mas, poucos anos depois de começar o Beira Rio começar a ser erguido, o recurso secou. O espigão entrou no ostracismo: a fachada
começou a ser sujada por pichadores e o interior, invadido pela poeira. Em 2006, o poder público ventilou a possibilidade de
transformá-lo, em parceria com a iniciativa privada, num prédio residencial, mas os herdeiros do empresário que começou a construí-lo
declinaram da proposta por avaliarem que teriam baixa margem de lucro.
CENTRO DE CONVENÇÕES AO LADO DO MINAS SHOPPING
A infraestrutura que será montada para o Mundial de 2014 ajudará Belo Horizonte a se consolidar no cenário do turismo internacional de negócios.
Até o início do campeonato, a capital de Minas Gerais deve ganhar um novo centro de convenções – o Centro de Convenções de Belo Horizonte
e um hotel padrão cinco estrelas, que serão construídos no bairro União, em um terreno público na
Av. Cristiano Machado, ao lado do Minas Shopping, na região Nordeste da cidade.
Atualmente, Minas Gerais conta com um dos mais modernos centros de eventos do país – o Expominas –, que possui
72 mil metros quadrados de área construída e um projeto de arquitetura futurista, assinado pelo arquiteto Gustavo Penna.
O Centro de Convenções de Belo Horizonte será construído juntamente com um hotel padrão cinco estrelas, em um
terreno de 31 mil metros quadrados. O projeto prevê o seguinte conjunto de edificações:
Centro de convenções
Composto de dois setores/edificações: O setor de convenções, destinado à realização de congressos e
eventos com área em torno de 8 mil metros quadrados, com previsão de configuração flexível que permita eventos simultâneos;
e o setor multiuso, com espaço estimado em 7,9 mil metros quadrados, de funcionamento independente, mas
com possibilidade de integração com o setor de convenções.
Hotel
Composto por 300 unidades habitacionais, que deverá incluir em seu programa lobby, restaurantes,
businness center e espaços funcionais compatíveis com os padrões internacionais de hotelaria. Com relação à acessibilidade,
o projeto deve obedecer à Legislação Local e às normas do “The Americans with Disabilities”. O Hotel deverá possuir acesso
de público independente, mas fornecer acesso confortável ao Centro de Convenções.
Áreas Comuns
Estacionamento para 1.817 vagas; sistema viário e urbanização dos acessos de pedestres,
veículos leves, ônibus e veículos de carga; e áreas verdes.
HOTEL DE LUXO NA PRAÇA DA LIBERDADE
Mais do que simplesmente um hotel de luxo um marco na hotelaria de Belo Horizonte e a inauguração de um novo
padrão de serviços na capital mineira, que se prepara para receber a Copa do Mundo em 2014. Cinco estrelas, com serviços e
atrativos diferenciados, o empreendimento se destaca pela localização privilegiada: a praça da Liberdade, no antigo prédio
do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Diferenciadas também serão as características do hotel,
que irão preservar a arquitetura do prédio e se integrarão ao circuito turístico e cultural da praça da Liberdade.
O prédio do Ipsemg foi desocupado no início deste ano, com a mudança para a Cidade Administrativa. O edifício ocupa área
de 12 mil m2 e tem 11 pavimentos. O subsecretário salienta que o valor comercial do empreendimento será acentuado pela
possibilidade de construção de uma torre de onze andares atrás do prédio principal, também aprovada pela área de patrimônio.
Esse diferencial, ressalta, já se beneficia das alterações na Lei de Uso e Ocupação do Solo, recentemente aprovada pela
prefeitura de Belo Horizonte, que estimula a viabilização de empreendimentos hoteleiros na cidade.
O empreendimento contará com design de alto nível e variados serviços. Galeria de arte, auditórios, uma grande terraza no sexto
andar com uso para evento, dois cafés e um restaurante abertos à população, estão entre os atrativos, que combinam com
outro fator de peso na elaboração do edital: a interação com a sociedade. A iniciativa tem como objetivo, ainda, contribuir para a
revitalização da área central de Belo Horizonte.
A NOVA CATEDRAL
Duas colunas simbolizando os mistérios de Deus. Ou um barco com velas içadas pronto para ancorar na Região Norte da capital e, a
partir desse porto, navegar em águas de paz, esperança e promoção social. O projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, de 103 anos,
para a nova catedral da Arquidiocese de Belo Horizonte, já batizada de Cristo Rei, e publicado hoje com exclusividade pelo Estado de Minas,
permite várias leituras, mas traz de concreto um compromisso: pôr em prática um sonho dos católicos desde a época de
dom Antônio dos Santos Cabral, o dom Cabral (1884-1967), primeiro chefe da Cúria de BH. No próximo sábado, às 14h30, durante
missa festiva no ginásio do Mineirinho, na Pampulha, o arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo fará o lançamento
oficial do projeto da construção, que terá capacidade para 5 mil pessoas sentadas.
MINEIRÃO
O palco principal do futebol mineiro é o Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão. O estádio passa por modificações
para atender à extensa lista de requisitos e encargos exigidos pela Fifa. São necessárias obras para melhorar o acesso ao estádio, que fica localizado na região da Pampulha, ampliar o sistema de segurança e as condições de visibilidade do gramado, modernizar vestiários, banheiros, assentos, estacionamentos e áreas comuns de circulação, aumentar a qualidade de serviços e produtos, entre outras modificações.
O projeto arquitetônico do novo estádio, que conta com uma esplanada com cerca de 70 mil metros quadrados, é uma espécie de
convite à prática esportiva, ao lazer e às atividades culturais. O futuro Mineirão será um equipamento integrado ao acervo da Pampulha,
cartão postal e patrimônio histórico de Belo Horizonte.
O projeto de modernização do Mineirão também apresenta alternativas para assegurar a utilização racional de recursos naturais.
Um dos exemplosé a reutilização da água da chuva. O projeto prevê a implantação de um sistema de captação de água de
chuva com a capacidade de armazenamento de 6.270 m³ (6.270.000 litros). Esse volume seria suficiente, por exemplo, para
suprir a necessidade de consumo de água do Mineirão, antes do fechamento (o consumo médio mensal era de 4.400 m³ ao mês,
considerando-se sete jogos no período, o funcionamento administrativo e o atendimento a visitantes).
Outro bom exemplo é a produção de energia por meio de células fotovoltaicas. Essas células são dispositivos capazes de transformar
a energia luminosa, proveniente do Sol sol ou de outra fonte de luz, em energia elétrica. Estudo desenvolvido pela Cemig
aponta para a possibilidade de instalar no Mineirão um sistema com capacidade de aproximadamente um megawatt.
A geração de energia, que depende da luz solar, equivalerá à alimentação de 700 residências de médio porte.