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Direitos de transmissão e vendas da Copa do Brasil podem mudar de mãos

Pivô da operação do FBI que pôs os principais cartolas do futebol Sul-Americano na cadeia, o empresário, ex-jornaloista J. Hawilla, está disposto a vender a parte dele no negócio para quitar o débito que tem com a justiça dos Estados Unidos.

Do Uol:

* “Com dívida nos EUA, Hawilla coloca Copa do Brasil à venda”

Colaborador da Justiça dos Estados Unidos na investigação sobre corrupção no futebol internacional desde o fim de 2013José Hawilla, dono do Grupo Traffic, colocou à venda o contrato que tem com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) envolvendo os direitos de transmissão da Copa do Brasil.

Ao lado da empresa de Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo, a Traffic detém os direitos de comercialização da transmissão da competição para países estrangeiros, além de explorar a publicidade com o torneio, em placas e outras propriedades. O contrato, que vai até 2022, foi alvo de investigações do FBI (a polícia federal americana).

Atualmente, Hawilla vive em liberdade nos Estados Unidos, mas, pelo acordo que fez com a Justiça americana, não pode deixar o país.

Ao confessar extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça, ele concordou em devolver cerca de US$ 151 milhões (R$ 485 milhões no câmbio atual) — já pagou parte do valor e tenta arrecadar dinheiro para quitar o restante.

Seus depoimentos foram essenciais para que viesse à tona o maior escândalo da história do futebol, que ficou conhecido como Fifagate.

No meio do futebol, seus parceiros de negócios, ou antigos parceiros, afirmam categoricamente: Hawilla está vendendo tudo que tem relacionado ao esporte.

Segundo apurou a reportagem, o empresário paulista já se desfez dos contratos que tinha da Libertadores e da Copa Sul-Americana. Por enquanto, mantém os ativos que tem em porcentagem de direitos econômicos de jogadores e em diretos da Copa América, que não são negociáveis no momento.

INTERESSADOS

A principal interessada na aquisição dos contratos relacionados à Copa do Brasil é a MP & Silva, uma das maiores empresas de marketing esportivo do mundo.

Ela tenta se firmar na América do Sul e carrega como proposta organizar uma espécie de Liga dos Campeões das Américas, o que ainda está longe de sair do papel.

Segundo apuração da reportagem, a negociação atual chega a US$ 35 milhões (R$ 112,5 milhões).

Não necessariamente todo o dinheiro será transferido para a Justiça americana, mas é provável que parte do valor seja utilizado para ajudar a quitar a dívida de Hawilla com as autoridades dos Estados Unidos.

Procurado, Kleber Leite confirmou que há de fato interesse de Hawilla de vender sua parte no negócio e disse que em nome da Klefer (empresa de Leite) não colocou obstáculos para que as negociações sigam em frente.

Pelo acordo com a Justiça dos Estados Unidos, Hawilla não pode falar com a imprensa. Seu advogado, José Luís de Oliveira Lima, disse que não comentaria o assunto.

INVESTIGAÇÕES

As investigações do Departamento de Justiça dos EUA sobre a corrupção no futebol mundial indicam que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, dividiu propinas recebidas pela exploração dos direitos comerciais da Copa do Brasil (torneio disputado desde 1989 pelos principais clubes do país) com Ricardo Teixeira (também ex-presidente da confederação) e Marco Polo Del Nero (atual presidente da CBF).

A peça acusatória afirma que, desde 2012, o valor da propina seria de R$ 2 milhões por ano até 2022, dividida entre os três cartolas. O custo do suborno seria arcado em partes iguais pela Traffic e a Klefer, do ex-presidente do Flamengo Kleber Leite, empresa que passou a compartilhar os direitos da Copa do Brasil.

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2016/08/1807924-com-divida-nos-eua-jose-hawilla-coloca-copa-do-brasil-a-venda.shtml


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