Blog do Chico Maia

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Criatividade e capacidade de um povo

Comparo tudo que vejo aqui com a nossa realidade no Brasil, focando especialmente Minas Gerais e Belo Horizonte em 2014. Já imagino a nossa Copa do Mundo e a festa que entrará para a história, assim como os sul-africanos estão fazendo.

Acordei nesta sexta-feira com o barulho dos primeiros toques das vuvuzelas, por volta de 6h30. Bem distante do estádio Soccer City, porém, toda Johanesburgo estava envolvida com a abertura da Copa. Tráfego mudado em várias regiões, escolas sem aulas e clima de festa. Rádios e TVs transmitindo programas especiais e todos os jornais com fotos e manchetes voltadas ao dia em que o mundo voltou seus olhos para a África.

Casas, prédios e comércio embandeirados, buzinaços, automóveis com faixas e capas de retrovisores lembrando os 32 países que mandaram suas seleções para cá.

Uma das cenas que não vou esquecer é a de duas senhoras, na faixa de presumíveis 70 anos, bem agasalhadas com seus casacos de lã, bandeiras sul-africanas em punho, tocando suas vuzuzelas e dançando, antes das 8 horas, na Queens Street, no Bairro de Kensigton, que não tem nada a ver com o estádio Soccer City. Gente simples, feliz, no embalo da autoestima em alta, que o futebol está proporcionando à África do Sul.

País cheio de problemas, governantes complicados, porém povo animado, que sabe fazer uma boa festa e de calor humano fantástico. Grandes semelhanças conosco!

Por tudo que estou vendo aqui e pelo que conheço do Brasil, podemos fazer até bem melhor em 2014. É uma chance de afirmação perante o mundo, oportunidade do planeta conhecer nossos problemas e sentir a criatividade e capacidade de reação de um povo.


Transporte daqui deverá ser imitado em BH

O Bus Rapid Transit – BRT, que levou as quase 100 mil pessoas ao Soccer City ontem, não é novidade para o Brasil. Este corredor de ônibus articulados em faixas exclusivas, com estações de embarque e desembarque, já funciona em Curitiba desde os anos 1970. Mas, como o sonhado metrô cada vez mais distante da realidade de Belo Horizonte, poderá ser a alternativa para o problema do nosso transporte coletivo até o Mineirão.


Economia informal

Quem se aventurou a ir de carro ao Soccer City teve de enfrentar mais de três horas de engarrafamento, e a maioria foi obrigada a estacionar a quatro quilômetros do estádio, onde donos de terrenos se aproveitaram para ganhar um dinheiro extra.

Também no embalo da economia informal, ambulantes aproveitavam o trânsito parado para vender “tapa-ouvidos” para quem quisesse se proteger do barulho das vuvuzelas. Ao preço de 15 rands, cada, em torno de R$ 4,00.


Prós e contras

Se em termos de segurança pública a África do Sul é mais problemática que o Brasil, a população aqui tem alguns serviços muito melhores que os nossos, como na telefonia móvel, por exemplo. Tarifas incrivelmente mais baixas e cobertura superior, sem as irritantes quedas das ligações que interrompem as conversas.

Os sul-africanos levam vantagem também nos combustíveis, onde a gasolina aqui não passa de R$ 2,00 o litro.


O entorno do estádio vira um grande carnaval, onde o futebol é o que menos importa

O entorno do estádio vira um grande carnaval, onde pessoas de todas as nacionalidades se misturam, numa confraternização inesquecível. Neste momento, o futebol é o que menos importa.

Nessa foto, sul-africanos e mexicanos, que se enfrentam daqui a pouco, exibem juntos as suas fantasias e alegoriasDSC06431

Os patrocinadores oficiais da Fifa utilizam os espaços no entorno do estádio para fazerem exposição de seus produtos e, no caso da cerveja Budweiser, montar seus baresDSC06432

A garrafa de 300 ml custa 20 rands (R$ 5,00), a Coca-Cola, 14

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Confraternização e show de cores entre todas as raças. Teremos isso no Brasil em 2014 e valerá a pena comparecer a qualquer jogo, por menos importante que seja. Só a festa vale o ingresso.DSC06436


BRT, o transporte coletivo até o Soccer City, pode ser o mesmo de BH’2014

O transporte coletivo até o estádio aqui é o que está sendo falado para Belo Horizonte em 2014: BRT, que são ônibus articulados com metrô, em corredores especiais. O ideal seria o metrô, mas este está difícil.

Nesta foto, o público que utilizou o BRT desceu na estação ao lado do Soccer City, passou pelas catracas e portões com detectores de metal e se dirige às rampas de acesso às entradas do estádio. DSC06428

Só quem tem ingresso na mão chega nessa alameda que leva até aos portões do estádio. Comparando com o Mineirão, é como se os portões de entrada estivessem instalados antes do Mineirinho de um lado e perto da Usiminas de outro.

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Os companheiros Eugênio Moreira (esquerda) e Jaeci Carvalho, dentro do Centro de Imprensa do Soccer CityDSC06417


Dia histórico em Johanesburgo e imagens da chegada ao estádio Soccer City

Johanesburgo vive dia de festa desde as primeiras horas da manhã, com trânsito ruim para se chegar ao estádio Soccer City, fazendo lembrar o nosso para o Mineirão em dia de médios e grandes jogos.DSC06423

Bacana também paga mico e carro bom e caro também pifa. Perto do Soccer City, uma BMW precisou ser empurradaDSC06416

Também fazendo lembrar o Mineirão em dia de grandes jogos, os motoristas começam estacionar os carros bem distante do estádio. Estes usaram estacionamento particular do dono de um terreno que fica a 4 km do Soccer City, ao meio dia, quando faltavam ainda quatro horas para o jogo.DSC06421


Sem conexão

No enorme Centro de Imprensa de Johanesburgo, tudo funcionava bem quando apenas centenas de pessoas utilizavam suas instalações. Ontem, quando milhares lotaram o ambiente, a internet empacou, as máquinas de cartão de crédito passaram a recusar pagamentos e o trânsito no entorno do estádio ficou impraticável.

A boa vontade dos sul-africanos para resolver os problemas é comovente, mas apanham, pedem desculpas e cada um que se vire como puder.


Fazendo água e mais assalto no país da Copa

Até ontem tudo funcionava bem, em todos os aspectos, mas com a chegada de milhares de torcedores e jornalistas, a estrutura montada pelos organizadores começa a mostrar falhas graves. Três jornalistas portugueses e um espanhol, assaltados dentro do hotel na madrugada de quarta; e quatro chineses, ontem, quando pararam numa estrada e também foram assaltados à mão armada. Felizmente ninguém saiu machucado fisicamente.

Agora há pouco saiu esta notícia, que reproduzo do site do O Lance!

 “Jogadores gregos são furtados em hotel na África do Sul”

Assaltantes levaram pertences pessoais e cerca de R$ 3,5 mil

LANCEPRESS!

A seleção grega foi mais uma vítima da insegurança sul-africana. Nesta quinta-feira, três jogadores foram furtados no hotel em que estão hospedados, na cidade de Durban. Segundo a polícia local, os assaltantes levaram pertences pessoais e cerca de 1,6 mil euros (R$ 3,5 mil).

Apesar das perdas, a própria delegação grega pediu para que não fosse aberta uma investigação formal do caso. Os nomes dos jogadores assaltados não foram revelados.

Na quarta-feira, um grupo de jornalistas – dois portugueses e um espanhol – foram assaltados também no hotel em que estavam, em Magaliesburg, próximo à concentração da seleção lusa. Bandidos armados levaram equipamentos eletrônicos, dinheiro e documentos.


Cobertura entediante

Como diria o presidente Lula, “nunca na história desse país”, foi tão entediante cobrir uma seleção brasileira. A cada dia, só dois jogadores “escalados” para entrevistas coletivas onde só falam abobrinhas, ou então o Dunga aparece para dar patadas. É um personagem perfeito do Casseta e Planeta.

Na coletiva de hoje o Elano disse que considera a Argentina, Inglaterra e a Espanha como as concorrentes mais difíceis.

Daniel Alves falou que já se acostumou com a bola da Copa e que não está chateado em ser reserva, pois o que importa é estar no grupo.

O livro falando da vida do Tim Maia, muito bem escrito pelo Nélson Mota, está bem mais interessante.