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Neto pede desculpas à torcida do Atlético

O ex-jogador e hoje comentarista, Neto, pediu desculpas publicamente à torcida do Atlético. Reconhecer erros e pedir desculpas são gestos dignos e quem faz isso merece respeito e admiração, ainda mais num país onde reinam a hipocrisia e a mentira. Quem lê as minhas colunas no O Tempo e Super Notícia é testemunha que, durante a Copa das Confederações, em junho, na África do Sul, escrevi sobre isso. O Neto me disse pessoalmente que Belo Horizonte e Londrina são as únicas cidades das quais ele sente saudade e que era arrependido de não ter sido um bom profissional quando defendeu o Galo.

Agora ele usou o seu blog para falar isso e pedir desculpas à massa. O texto publicado por ele é o seguinte:

“A verdade sobre a “Selegalo”

Como prometido falarei hoje da minha conturbada passagem pelo Clube Atlético Mineiro. Quando o presidente Afonso Paulino comprou meu passe fiquei muito feliz. Era talvez a maior oportunidade de marcar meu nome fora de São Paulo. Uma verdadeira Seleção estava se formando. Para se ter uma idéia, antes de mim tinham sido contratados o lateral Luís Carlos Winck, o zagueiro Adílson (hoje técnico do Cruzeiro), e os atacantes Renato Gaúcho e Gaúcho. Na apresentação oficial no CT mais de 5 mil torcedores. Não demorou muito para esse grupo ser batizado de “Selegalo”.

Nos primeiros jogos o time até foi bem. Lembro que na estréia vencemos o Valeriodoce com um gol meu de falta. Já os treinamentos eram péssimos. O time titular perdia direto do reserva. O menino Reinaldo, centroavante recém-promovido dos juniores atormentava a vida do Canápis, um zagueiro uruguaio ruim de bola. Teve até um dia que ele apelou com o garoto. Desceu a paulada na maldade. Não tive dúvidas, fui pra cima dele. Acabei expulso do treino pelo Espinosa. A verdade é que o dono daquele time era o Renato. Ele deitava e rolava. Fazia o que queria. Não justifica, até porque o ele é um sujeito muito legal. Adoro o Renato como pessoa. Mas aquela equipe ficou sem foco. Não conseguiu formar uma identidade. Na verdade a pegada de boa parte daquele elenco, inclusive eu, era na noite de BH. E nós a “quebrávamos” com estilo. Minha nossa! Tinha cada mulher bonita.

Mesmo assim hoje percebo como fui burro de não ter feito sucesso no Galo. Hoje poderia ser ídolo de uma das torcidas mais apaixonadas do mundo. Ao menos encho a boca para falar que fui o único de todos que fizeram aquele papelão a deixar lucro para o Atlético. Fui vendido ao Santos e o Galo ainda ficou com o passe do Dinho. De quebra deixei de receber os quatro meses de salários que estavam em contrato. Não merecia aquela grana. Agora publicamente gostaria de pedir desculpas à massa atleticana. Foi uma pena aquele time não dar certo. E olha que apesar do fiasco ainda fomos vice-campeões mineiros em 94. Vai entender, né?”


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