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BH tem hotéis suficientes para a Copa? III

Hoje Maarten van Sluys, um dos maiores entendedores do assunto, ex-gerente geral de grandes redes nacionais e internacionais como Othon e Ceaser Business, dentre outros, enviou e-mail à coluna do Mendicino que, para mim, é a visão mais próxima da realidade. E dá uma importante informação: uma grande rede está prestes a iniciar obra de um hotel com mais de 300 apartamentos.

Confira: 

“Como executivo do ramo hoteleiro e atualmente fazendo asset management para hotel de nivel internacional que eregiremos na Savassi (aprox. 320 aptos.) em prazo não superior a 3 anos desejo pontuar minhas convicções sobre o tema.
 
1) Concordo com a ABIH-MG quando fala sobre uma agenda de eventos sobreposta e uma já antiga falta de coordenação cronológica na captação de congressos, shows e tudo mais que sirva para ocupar a rede hoteleira.
É necessário saber no entanto que estas agendas são sempre conectadas com agendas nacionais (turnes de artistas por exemplo) e  congressos medicos e farmaceuticos que em geral promovem um rodizio de destinos.
Ou seja, é preciso que o parque hoteleiro esteja adequado a esta sobreposição (algumas datas repletas e outras ociosas). Constatei ao longo de anos no ramo que os gaps são sempre existentes e que existem datas (entre feriados e outros adventos) que simplesmente são aquelas que todos os organizadores de eventos desejam !
resumo > É preciso uma rede hoteleira realmente super dimensionada para atender a demanda.
O erro é fazer cálculos em cima de médias…
Já dizia um grande executivo da hotelaria hoje atuando no exterior.
Se voce tem uma mão num bloco de gelo (zero graus) e outra no chapa a 50 graus sua média será ótima (25 graus) mas voce perderá ambas as mãos….

2) É notório que nossa rede hoteleira está desgastada e insuficiente. Nem chego a falar em Copa do mundo pois como estive em 2 (Itália 90 e França 98) é absurdo pensar que a tual capacidade de Bh atenda as expectativas de um jogo inaugural ou mesmo jogo de fase de grupos. Não deve-se levar em conta a capacidade numérica pois cerca de 40% deste é desconsiderado para efeito de acomodação de hóspedes internacionais (média 150 Euros de DM). 
Por conta de minha atuação a frente da AFVV 447 tenho viajado pelo mundo frequentemente (cerca de 2 viagens internacionais ao mes) e assisto deslumbrado as ampliações e modernizaçãoes dos aeroportos alemães (Munique, Berlim e Frankfurt) para a ultima Copa. Estes aeroportos, acessos, trens, metros, restaurantes e hotéis foram amplamente modernizados. Conheci estes destinos antes do evento e vejo fascinado a diferença !!! Nosso Confins fica parecendo uma pista de pouso perto do que tenho visto. 
Poderia falar horas sobre o tema.

3) Soluções >
Além da ampliação com critério do parque hoteleiro (o que fatalmente acontecerá pois o mercado é livre e auto-regulatório) é preciso que invista-se na remodelação imediata dos hotéis atuais para que se tornem competitivos e assim façamos dos 40% atuais dos leitos em funcionamento inutilizáveis para uma Copa do Mundo passem a ser aproveitados.
Igualmente importante e não menos dificil investir na qualidade dos serviços e da infra-estrutura de apoio a hotelaria. Impensável imaginar turistas internacionais em BH com o nivel precário do receptivo local. Opções de tours e programas inexistentes. Colaboradores dos hotéis incrivelmente despreparados para receber este publico (faltam idiomas, falta gastronomia, falta abordagem cultural).
É preciso que a gestão dos empreendimentos hoteleiros se recicle e feito isto que crie-se um programa de apoio institucional na capacitação da mão de obra e no investimento de apoio logístico.
Seria catastrófico imaginar uma Copa do Mundo e seus desdobramentos (eventos que a antecedem e a sucedem) com nosso nivel atual de g estão e sucateamento dos equipamentos hoteleiros. 
Igualmente posso discorrer muito tempo sobre o tema.

Sobre o projeto no qual estamos atualmente trabalhando (FASE DE CAPTAÇÃO DE BANDEIRA). Ou seja, estamos recebendo em BH os Presidentes e Diretores de Desenvolvimento de quase todas as redes nacionais e internacionais para que após as propostas comerciais e planos de trabalho possamos escolher aquela que mais se adequa ao produto – Hotel top de linha que lançaremos dentro de no máximo 2 meses.

Grande abraço na expectativa de em breve revê-los.”

Maarten van Sluys


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Comentários:
1
  • luciano sampaio disse:

    Regiao proximo ao minerao, podemos afirmar que possui varias residencias vazias, que pode ser usadas como pousadas de luxo, assim diminuir o problema de acomodaçao, abraço