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América precisa valorizar melhor os seus feitos

De vez em quando o professor Márcio Amorim nos brinda com algum texto, sempre muito interessante, sobre futebol. Aborda mais os assuntos do América, seu clube do coração, mas entra no futebol como um todo também.

Hoje ele enviou este, que faz um alerta importante a todo o futebol mineiro, em especial ao Coelho:

“Estou em recesso por causa do recesso do América. Sábado veio o bi do Campeonato Mineiro de Juniores. Mais um título “inútil” por vários motivos:
1 – não vale nada para a imprensa, a partir do momento em que não tenha sido o Cruzeiro ou o Galo;
2 – não serve como meio de revelar atletas porque, no final, os empresários “convocam” para as seleções de base atletas dos times que ficaram em segundo e quarto lugares – até um novato de Montes Claros ficou na frente do Galo;
3 – como não há cobertura,nem divulgação, os americanos que não acompanham as categorias de base ficam sem conhecer as promessas, que nunca aparecem;
4 – no ano passado, o América foi campeão invicto. Você, que é do ramo, poderia me apontar um destaque daquele time?
5 – neste ano, duas semanas atrás, ele enfiou 6 X 3 no Cruzeiro. Alguém ouviu falar? Se fosse o contrário, metade dos azuis teria convocação garantida em sub-23, sub-20, sub-17 e outros subs como alguns de categoria duvidosa já tiveram do tipo Thiago Heleno, Leandro Almeida, que se foi para a alegria de muitos, Welton Felipe – estes dois últimos do Galo, sempre “reverenciados” pela torcida com palavras nada elogiosas, e muitos outros.
Fica a pergunta: para onde foram os campeões do ano passado e para onde vão os desse ano?
Por isso é que o campeonato é disputado durante a semana, à luz de dias úteis, em vilas olímpicas, sem presença de público. Para quê? Para haver cobranças depois? E os nossos times principais – os três – são sempre verdadeiras legiões estrangeiras de atletas descompromissados com a camisa que vestem. Vêm, não ganham nada a não ser dinheiro e vão-se embora. O América conseguiu trazer de volta alguns americanos autênticos, apesar da idade, e subiu para a B. Se fosse um outro time de aluguel, não ganharia nada e poderia ir para a D.
Quer uma prova do que digo sobre o descaso da imprensa? Hoje no Tempo há uma reportagem de página inteira sobre atletas de Cruzeiro e Atlético que se deram bem em outros clubes. Por que não fazem com atletas do América? Talvez porque não caberiam em uma página. A imprensa refere-se ao Fred como ex-cruzeirense (jogou lá menos de sete meses); Ao Gilberto Silva como ex-atleticano (jogou lá muito menos do que no América). Há ainda em atividade o Rui, o Bruno Mineiro, o Alessandro, o Irênio, o Euller além de muitos outros que não começaram no América mas que só apareceram depois que aqui jogaram como o próprio Paulo Bayer, o Álvaro, o Índio, o Dutra, etc. Ô Chico, ajuda aí! Pelo menos você!

Sobre o brasileiro, venceu – parece que sim – o que chegou mais inteiro. Acho que o cansaço venceu a maioria dos times. Os sobe-e-desce mostraram que os times estavam esgotados. Gostaria que os jornalistas especializados esquecessem a paixão e pudessem apontar os quatro maiores jogadores do Campeonato: Petkowic, Guiñazu, Conca e Paulo Bayer. Como jogam! Mas e a coragem? Este último, um dos maiores injustiçados nas convocações. Quem engoliu e engole Elanos, Felipes Melos, garanto que aplaudiria aquele cidadão na seleção. Os dois argentinos teriam tirado a seleção do Maradona do atoleiro, juntamente com o D’Alessandro. Jogam muito mais do que os pernas-de-pau que o sonhador convocava. Aliás, o Campeonato Brasileiro ganhou muito em técnica e raça com a presença destes e de outros gringos. Não é preciso, como sempre, de concordar. São apenas observações de um neutro. Abraços.”


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Comentários:
1
  • Fabrício Melo disse:

    É histórico isso. Os melhorzinhos do América vão para o Cruzeiro por uma micharia. Realmente, se o América corresse atrás de seus ex atletas ainda em atividade, faría uma seleção.