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Futebol x Violência

 A preocupação com a violência no futebol é geral em todos os cantos do país. Li um interessante artigo do gaúcho Rafael Limberger, no site www.capitalgaucha.com.br e repasso aos senhores:

 

Neste fim de semana começa o Campeonato Gaúcho de Futebol. Serão quase três meses de jogos em todo o Rio Grande do Sul. Vai ser uma boa oportunidade para sabermos se a barbárie que toma conta dos “torcedores” continua e se as autoridades terão mecanismos para coibir os baderneiros nos jogos.

A torcida, ou seja, o ato de torcer, parece transformar o ser humano. Talvez nem essa seja a palavra: ir ao estádio é um canalizador das frustrações que cada um leva dentro de si, mudando um pacato cidadão (pelo menos na aparência) em um criminoso em potencial.

No final do ano passado tivemos cenas lamentáveis em diversos estádios e cidades brasileiras. Em curitiba, um policial desmaiado foi alvo de cadeiras, pedaços de pau e outros tipos de violência. Nem mesmo a ação dos colegas refreou a fúria da torcida curitibana.

O pior de tudo é que não são apenas os perdedores que entram numa espécie de frenesi após os jogos. No Rio de Janeiro, do campeão Flamengo, a torcida brigou entre si, depredou bares e ruas da “cidade maravilhosa”.

Em 1989 a Inglaterra sofreu um revés no futebol. 89 pessoas morreram e centenas ficaram feridas após uma partida, o que levou as autoridades daquele país a tomarem medidas extremas. Hoje, a terra dos “hooligans” possui estádios sem grades nem fossos para separar o campo das torcidas. E, se algum torcedores invadir a partida, sabe que o time, e ele mesmo, sofrerá graves penalidades.

O Brasil precisa tomar medidas urgentes para contar os torcedores e as “torcidas organizadas”, celeiros de crimonosos que usam os jogos como uma válvula de escape para as próprias frustrações. Todos integrantes das organizadas são assim? Claro que não, mas talvez esteja no momento da maioria pagar pelos poucos, já que outras ações foram ineficazes.

Um bom começo seria banir os baderneiros identificados dos estádios. Brigou, invadiu campo, atirou objetos no gramado, que se faça a identificação e Boletim de Ocorrência (os estádios tem postos da Brigada Militar em suas dependências) e na próxima partida, barre o criminoso. Como? Com um simples leitor biométrico (aquelas maquininhas para colocar o dedão) que custa certa de R$ 30 e pode ser instalado junto às catracas. Se o fulano aprontou, a digital não é liberada, barrando o torcedor problemático.

Claro, os problemas não são apenas da torcida. Quem vai ao estádio sabe do medo do qual é tomado toda vez que vai no banheiro: cansei de pensar que seria puxado para dentro da privada por algum “tentáculo mutante”. Fora que sentar na pedra das arquibancadas por duas ou três horas, e ser obrigado a tentar a sorte com aqueles cachorros-quentes “morte lenta”.

O futebol é um espetáculo. Europeus e até mesmo norte-americanos já se tocaram disso e transformaram as partidas em um programa familiar, agregando valor aos dois tempos de 45 min. Só espero que não seja preciso uma tragédia como a do estádio Hillsborough para as autoridades verem no que se tornou o esporte nacional.

por Rafael Limberger

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Comentários:
8
  • Alisson Sol disse:

    Eu realmente não vejo como o que escrevi possa ser entendido como uma defesa de ingresso a R$150,00. Mas é preciso ter humildade, pois comunicação só ocorre quando a pessoa que houve/lê entende a mensagem que se tenta passar. Para ficar claro: eu não defendi isto.

    Em verdade, a minha mensagem é muito simples: é preciso que o Brasil faça um investimento imediato em educação em geral, depois em Educação Física, e só depois tenha objetivo de se tornar uma “potência Olímpica”. Caso contrário, o país terá o “efeito Romênia”: muitas medalhas Olímpicas, enquanto o povo passava fome.

    Ilude-se também quem acha que a violência ligada ao esporte acabou na Inglaterra ou qualquer outro país da Europa: apenas aconteceu de a maior parte da violência ir para as divisões inferiores. A manifestação violenta vem geralmente de uma pessoa já desiludida com a sociedade em geral, o que não vai ocorrer entre os que tem uma boa situação financeira, boa educação e uma vida familiar estável.

    Mas mesmo na “primeira divisão”, o futebol da Inglaterra tem problemas sérios. Os custos de ingressos e transporte estão tão caros, que mesmo entre os torcedores da “Premier League”, um em cada 5 tem dívidas relativas a futebol.

  • Frederico Dantas disse:

    Gente. O Alisson não defendeu o ingresso a R$150,00. Leiam de novo o que ele escreveu. As duas últimas frases do post não deixam dúvida sobre isso.

  • Eujácio Prates disse:

    Chico, a média de público dos jogos de voley do Moc/Funadem gira em torno dos 8.000 mil expectadores. Muitas famílias, crianças, senhoras e um verdadeiro desfile de mulheres bonitas. Mas, já tem mulheres postando mensagens no montesclaros.com contra este tipo de torcedor narrado aí no seu texto. Compram latinhas de cervejas fora do ginásio, tiram as camisas e agitam e provocam a todos. É o famoso “aparecido”, que vê nestes locais uma forma de aparecer… A continuar, daqui uns dias o público foge…

  • Bessas disse:

    Em relação a preço de ingresso, só lembrando que no SAntiagfo Bernabeu consegui comprar ingresso Madrid X Sevilla (2006/2007) a 15 euros ou seja 45 reais. Por tanto nem na Espanha se prtaica preço de ingresso abusivos como R$150,00 reais, como se defendeu aqui nesse blog.

  • Bessas disse:

    Não concordo também que se educa um cidadão por meio de ingresso a R$150,00, o problema é que a corrupção campeia entre os ditos ricos e milionários!!! Então o problema não é renda. O brasil é um país sui generis e não cabe comparação co Inglaterra, Franca, Alermanha etc. O que se deve fazer é passar o estado brasileiro a limpo, eliminando a corrupção e investindo em educação.

    PS: Se colocar o ingresso a R$150,00 como quer o britânico Alisson Sol não teremos nem 2 mil poagantes em jogos no mineirão, e isso não é só para agora não vale para os próximos 10 anos ou mais.

  • Eujácio Prates disse:

    Chico, o Capitalismo praticado pelos dirigentes de futebol fabrica o “fanatismo”. Pelos emails que você recebe você detecta um Fanático, e este é capaz de qualquer gesto pra defender sua instituição. O Fanático, não pode ver nada contra seu time, verdade ou não, ele responde de maneira ofensiva no ato.
    A violência é preocupante, mas achei o texto um pouco radical, porque estende ao torcedor em geral. É impossível detectar classes para tais crimes. Já vi Juíz de Direito e Delegado aprontarem no Mineirão portando armas. Uma coisa é certa: quase todos estão sob efeitos de álcool ou drogas em geral. Há aqueles que já vão pra roubar também. Os episódios narrados no texto é mais atos combinados de turmas, como foi em Curitiba, seja de torcidas organizadas ou não.
    Sei que o Brasil falta muito pra uma boa educação e existem localidades longínquas dos grandes centros necessitando de Escolas, mas já temos bastante Escolas, tem que mudar é o modelo de ensino e avaliações e rever muitos programas televisivos que adentram nossos lares ensinando como não se deve comportar.
    Acho que a educação que o Alisson se refere, já vem de “berço”, é no seio familiar que adquirimos os bons modos. Antigamente, íamos para a Escola consciente de nossos Direitos e Deveres de cidadão. A Escola era só um complemento na formação do homem, seu papel principal era o Conhecimento. Uma das coisa boas da Ditadura: eu sentia o maior orgulho em fazer uma oração e cantar o Hino Nacional antes de entrar para sala de aula.
    Entendo que este aspecto narrado no texto só vai mudar quando houver punição severa pra quem praticar estes atos de vandalismo.

  • Alisson Sol disse:

    O Brasil e sua ideolatria dos estrangeirismos… Tem gente que vai aos EUA e Europa, tira foto ao lado do monumentos, mas “viaja” mesmo é quando volta ao Brasil e quer aplicar no país o que viu “lá fora”.

    Alguém já viu notícia de Briga em Concerto no Palácio das Artes? Certamente não (deve ter visto que a Afonso Pena fica cheia de carros estacionados irregularmente quando há algum show, mas isto é outro problema!). Se os ingressos para jogos de futebol no Brasil custarem R$150,00 em média certamente vai diminuir a violência nos estádios.

    Mas provavelmente só esta melhoria vai acontecer. Porque quem já foi a um show caro no Palácio das Artes sabe que mesmo as pessoas com dinheiro para pagar um ingresso caro vão estacionar irregularmente fora do teatro, vão fumar fora do local marcado, falar alto ao celular como se estivesse comprando todos os investimentos do Bill Gates naquele momento (não sei como, pois o Bill Gates não carrega um celular!), tentar sentar-se no local errado, deixar os banheiros em estado lastimável, etc.

    É preciso investir primeiro em escolas, e depois em estádios. Não existe torcedor educado vindo de população mal-educada.

  • Leandro Alves disse:

    Chico nunca comcordei com as torcidas organizadas a maioria pode ser de boa índole mas a muitos também que se imfiltram para roubar, brigar e praticar vandalismo.