Dudu GALOMAIO disse:

PARABÉNS Gustavo Nascimento.
Comentário inteligente e de alto nível técnico. Existem pessoas que não possuem opinião própria e se deixam levar por “boons midiáticos” que querem infulenciar leitores e telespectadores.

Stefano Venuto Barbosa disse:

Hoje os times não conseguem manter um elenco à altura e depositam muita responsabilidade nos ombros dos técnicos, tudo bem que ganhem muito pra isso, mas não podemos esquecer que eles são humanos e falham como todos nós. Melhoras pra ele, mas que não venham para o Galo, porque de técnico estamos muito bem, aliás com um dos melhores do mundo.

Klaillton Saraiva disse:

Melhoras para o RG, saindo desta, peça a ele para não vir para o Galo.

Éderson Bisinoto disse:

Melhoras para o Ricardo.
Você mencionou o nome do repórter Paulo Roberto, por onde ele anda?

lúcio vieira disse:

Força para ele, espero que ele supere esta.

Gustavo Nascimento disse:

Chico,

Meu nome é Gustavo, sou de BH, tenho 35 anos e acompanho e adoro futebol desde menino. Sempre gostei de aprender sobre a história do futebol e principalmente do nosso Galo.

Essa mensagem é para falar sobre um tema que há muito me incomoda, pois percebo que muitos atleticanos que vêm sendo influenciados por uma falsa verdade, acabam por desanimar e, pior, acreditam nessa falsa verdade.

Virou lugar comum dizer que o Atlético nunca ganhou nada, é monotítulo, possui uma torcida que quase toda não viu o time ser campeão brasileiro, etc. O Cruzeiro, por outro lado, é o papatítulo, é o campeão do século, etc. A todo momento essa tese é reforçada (inclusive por atleticanos), o que tem se tornado um câncer para o nosso clube, cada vez mais pressionado a ter que ganhar um título chamado de vulto, algo que quebre esse estado de coisas.

Pois bem, gostaria de denunciar a falta de respeito que está havendo com a história. Ganhar um título mineiro hoje não significa quase nada, pois existem várias competições mais importantes, aliás, o que segura a existência dos regionais é puramente a tradição destes. No entanto, não podemos dizer o mesmo dos estaduais realizados até o fim da década de 80. Até esta época, praticamente só havia o campeonato nacional e o estadual, com apenas dois clubes na Libertadores. Os estaduais chegavam a ter seis meses de duração! Os grandes clubes devem aos estaduais, até aquela época, a grandiosidade de suas torcidas. Ser campeão mineiro até aquela época, tinha peso enormemente maior do que ser campeão mineiro hoje. É um desrespeito com o torcedor daqueles tempos, menosprezar os títulos ganhos naqueles tempos (não vou nem citar os campeonatos regionais de antes da década de 60, que eram os únicos existentes e faziam a cidade parar). As pessoas têm memória curta, mas até pouco tempo, os corintianos consideravam o título paulista de 77 o mais importante da história de seu clube. O Flamengo tinha junto a seu escudo 3 estrelas que significavam 3 tricampeonatos cariocas.Não estou defendendo os estaduais de hoje, o futebol evoluiu. Mas há tempos atrás, paravam as cidades, alimentavam a rivalidade entre os clubes.

O Atlético não pode ter sua linda história manchada por uma coincidência histórica que não lhe foi favorável. Se a regra de hoje do campeonato brasileiro em relação a vagas na Libertadores (1° ao 4º lugar) valesse nas décadas de 70, 80 e 90, o Atlético teria participado simplesmente de mais oito Libertadores. O Cruzeiro se gaba de ter ganho títulos de um ou dois jogos (Recopa Sulamericana, Copa Máster), se gaba de ter ganhos 2 Supercopas e goza o atleticano de ter ganho 2 Conmebol. Veja você, o critério para participar das duas Conmebol que o Galo ganhou era técnico, para participar das duas Supercopas que o Cruzeiro ganhou, o critério era histórico (o time podia estar caindo pelas tabelas mas estava garantido pelo simples fato de ter sido campeão da Libertadores). Essa forma de competição era tão esdrúxula que desapareceu, enquanto a Conmebol evoluiu até chegar ao que hoje é a Copa Sulamericana. Outra coisa, se o estado de coisas presente até a década de 80 continuasse até hoje, o Cruzeiro não seria tido a chance de ter tido os títulos que possui hoje. Todas as competições que o Cruzeiro ganhou na década de 90 eram competições novas, ou competições em que ele obteve o direito de participar por ganhar competições novas.

Enfim, para concluir, gostaria de dizer que em nenhum momento estou desmerecendo a história e os títulos do Cruzeiro. Só gostaria que não desmerecessem a história e os títulos do Atlético. Os clubes de futebol vivem de ciclos. O Cruzeiro teve a sorte de estar na parte positiva do ciclo numa época em que o grande número de competições, a forte entrada da TV nos campeonatos e a maior entrada de dinheiro prevaleceram. Com isso, conseguem, competentemente, se manter por mais tempo na parte de cima. O Atlético, por sua vez, foi bem alto numa época em que não havia essa facilidade, e pior, numa época em que o Flamengo ainda não havia ganho nada de importante então com pressão forte para mudar esse estado de coisas. De qualquer forma, o Galo será lembrado por ser base (junto ao próprio Flamengo) da seleção brasileira que jogou o futebol mais bonito da história.

Atleticanos, não caiam nessa de time que não ganha nada. Ganhamos muitos, que foram muito importantes nas suas épocas e fizeram crescer essa que é a mais fanática e presente torcida do Brasil.

– Belo Horizonte