O debate de ontem, em forma de entrevistas, do Alexandre Kalil e Eduardo Maluf deveriam ser permanentes para que o futebol brasileiro, como um todo, saísse ganhando. O problema é muito maior que a discussão sobre quem manda mais nos bastidores locais.
Confusões como essas que estamos assistindo no Campeonato Mineiro, acontecem em todos os estaduais, e só vão parar de acontecer quando houver seriedade e rigor no cumprimento dos regulamentos, ou seja: talvez nunca!
Ou então, no nosso caso, com a volta da Copa Sul/Minas, esta sim, interessante técnica e financeiramente, que nunca deveria ter acabado. Acabou porque o Torneio Rio/SP ficou desinteressante para a Rede Globo, já que a audiência e por conseqüência, o faturamento não estava satisfazendo aos padrões globais.
Aí, com a aliada CBF, resolveu acabar com ele e também com a Sul/Minas, com o apoio de dois dirigentes então aliados: o mineiro Zezé Perrella e o sulista, do Paraná, Mário Celso Petraglia.
No que se refere aos estaduais, com enfoque específico no Mineiro, todo presidente que se senta naquela confortável cadeira de presidente da Federação Mineira de Futebol se apega a ela e não quer largar de jeito nenhum. Na preocupação em angariar apoios para a próxima reeleição tenta agradar a todos e acaba prejudicando o “conjunto da obra” e o interesse coletivo. Nunca quer briga com ninguém!
São muitos interesses pessoais em jogo e o sujeito não quer perder as mordomias e outras benesses que o cargo proporciona, “nem que a vaca tussa”.
Exemplo: este ano tem Copa do Mundo. Adivinhem se a CBF vai convidar Paulo Schetino e demais presidentes de federações do país para uns bons dias de curtição na África do Sul?
Porque o senhor Ricardo Teixeira, por sua vez, também quer continuar naquela cadeira mais confortável ainda lá no Rio de Janeiro e precisa cativar seus eleitores e apoiadores! Só a desocupa se for para a presidência da Fifa, onde a cadeira na sede em Zurich gera mais benesses ainda.
Isso para ficarmos num único e transparente exemplo!
Ora, ora! Se a FMF quisesse agir com seriedade lideraria um movimento para exigir condições mínimas para que qualquer clube almejasse disputar a primeira divisão do nosso futebol. Um estádio decente, por exemplo!
Só ela tem este poder, porque cumpriria com a sua missão que é ser o agente moderador entre os clubes, cada um com o seu interesse.
Mas, predomina o paternalismo interesseiro, que rende votos e permanência no poder.
Quando entra interesse político/partidário aí é que a situação piora: quem se candidata ou apoia algum candidato a deputado ou a um cargo desses, quer votos, e para isso faz demagogia, acordos de toda ordem e tenta agradar ao maior número de pessoas em todo o estado.
E alguém conhece outra forma de tornar alguém mais conhecido que o futebol?
O problema é que os clubes que tem poder de pressão só dão o grito quando sentem que seus direitos ou interesses estão sendo feridos. O ideal é que este debate fosse permanente, pois dessa forma a opinião pública se envolveria. Envolvendo-se veria quem defende o interesse público e quem defende interesses pessoais e inconfessáveis.
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