Depois de assistir essa última rodada do Campeonato Mineiro escrevi em minha coluna de amanhã nos jornais o Tempo e Super Notícias, algumas coisas que mostram a minha frustração com essa disputa do jeito que ela é, e sobre o pensamento pequeno que muita gente tem em relação ao nosso futebol: penso no Brasileiro, que este ano sofrerá interrupção de quase um mês, durante a Copa, em junho. O Mineiro, todos sabemos que vai dar Cruzeiro ou Atlético, salvo uma zebra colossal. Com essa fórmula ridícula de oito se classificando entre 12, já deu para ver a ruindade e impotência dos demais, apenas coadjuvantes. O Atlético melhorou em relação ao início da disputa, mas continua inferior ao Cruzeiro. Porém, ambos não ainda não inspiram confiança, quando se pensa nos concorrentes nacionais.
Andam vencendo no preparo físico, pois são muito superiores neste aspecto aos times do estado, além de terem jogadores e comissões técnicas mais estruturados.
Sábado o Cruzeiro mostrou isso contra o América de Teófilo Otoni, na vitória de 2 x 1, depois de perder o primeiro tempo. O empate contra o Deportivo Itália, pela Libertadores, mesmo sendo em Caracas, foi frustrante. Primeiro ponto do time venezuelano na competição.
O Atlético monta um novo time mas já deveria mostrar mais serviço. Perdeu para o pior time do Campeonato de Santa Catarina, Chapecoense, pela Copa do Brasil. Venceu ontem o Villa Nova, até com facilidade em Nova Lima, mas é importante lembrar que este é um Leão sem dentes. O Villa tem um dos piores times dos últimos anos, apesar de integrar o grupo dos oito que decidirão.
Também é preciso ressaltar que há um fator fundamental para que Atlético e Cruzeiro demorem mais a colocar seus times no nível dos concorrentes nacionais: dinheiro. Paulistas, cariocas e até gaúchos têm muito mais que eles. A diferença é enorme. Tenham certeza que o trabalho em Minas Gerais é calcado na competência dos treinadores e dirigentes. Esses são muito bons.
Luxemburgo dispensa comentários, Adilson é hoje, um dos melhores também. Da nova safra, o melhor. Defeitos? Quem não tem? Com isso, respondo a uma dúvida do professor Paulo Bento que perguntou-me sobre o Ricardo Gomes. Respondi que se o São Paulo tivesse um Vanderlei ou um Adilson, estaria atropelando todo mundo tanto no Campeonato paulista como na Libertadores.
Falo dessa situação porque é preciso alertar a quem gosta e a quem vive do futebol em nosso estado, que é preciso pensar grande. Ficar batendo boca sobre quem manda mais ou menos na FMF ou a camisa de treinos rosa do Atlético, ou se teremos ou clássico Maria x Rosa, é ridículo. Somos muito maiores que isso.
Com toda a ira e discordâncias que cada um desperta na sua própria torcida e, principalmente, na adversária, Alexandre Kalil e Zezé Perrella, são dirigentes acima da média nacional. A rivalidade tem que existir e será eterna, mas não podemos perder o foco: o Campeonato Mineiro tem que ser repensado e o futebol mineiro tem que ocupar é o topo nacional.
Raciocinemos!
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