A torcida do América vai para a porta da sede da Federação Mineira de Futebol, o Ministério Público manda promotor acompanhar sorteio de árbitros da rodada decisiva das quartas de final na entidade, enfim, o pau quebra nos bastidores do futebol mineiro, e o presidente, Paulo Schettino viaja para Santiago com o Cruzeiro, numa fase tranqüila da disputa. Ele bem que poderia ter evitado mais esta polêmica, aceitando a viagem para o jogo do Cruzeiro nas oitavas.
O assunto está na coluna do Fernando Rocha, no Jornal do Vale do Aço, de Ipatinga
“Sob suspeita”
O Campeonato Mineiro está chegando ao seu momento decisivo, quando vamos conhecer os finalistas, depois o campeão, mas ao invés de falarmos do futebol dentro de campo, que também não é lá essas coisas, temos de abrir espaço para as mazelas, tudo por conta da desorganização capitaneada por essa Federação, que só quer manter seus privilégios e nada mais.
Agora, foi a vez do Presidente do Tigre, Itair Machado, à exemplo do América, pôr sob suspeita a arbitragem para seu jogo contra o Cruzeiro, solicitando entre outras coisas, que seja escalado um trio de outro estado.
A zorra é total e não se pode tirar a razão do Itair, até porque há um velho ditado aqui nestes grotões, que diz “casa onde falta pão ninguém tem razão”. Vou dar um mau exemplo, de como não se deve comportar um dirigente, principalmente sendo ele o presidente da entidade máxima do futebol no estado: o Sr. Paulo Schettino, presidente da Federação Mineira de Futebol, viajou ao Chile com a delegação do Cruzeiro esta semana, com tudo pago pelos Perrelas, por ocasião do jogo da Libertadores contra o Colo-Colo.
Tudo bem, se fosse uma decisão ou que o ambiente no Chile estivesse ruim para Cruzeiro, então, o cartola estaria lá, pronto para defender os interesses do seu filiado, etc, coisa e tal.
Mas, nada disso existiu, portanto, sua ida ao Chile foi apenas um “agrado” da diretoria do Cruzeiro, o que torna este gesto prá lá de suspeito, por estar às vésperas de uma decisão, de uma semi-final do Campeonato Estadual com o clube azul envolvido.
· Enquanto dirigente, o presidente do Tigre já viveu os dois lados da moeda, ou seja, sentiu-se prejudicado e também se viu beneficiado várias vezes pelos erros da arbitragem. Agora, só lhe restou pôr a boca no trombone, com uma diferença em relação ao América: está dando o grito antes de lhe passarem a perna.
· O problema é a disparidade de forças políticas entre os dois “grandes” clubes e os do interior, além do América, que é da capital mas hoje é um zero à esquerda na Federação. A entidade, que deveria zelar igualmente pelo interesse de todos os filiados, treme nas bases quando algum dirigente do Galo ou do Cruzeiro lhe ataca, então segue direitinho o que determina o interesse dos dois gigantes, o que torna este estadual um campeonato de cartas marcadas, onde é mais fácil uma galinha nascer dentes, do que uma equipe do interior chegar à final, conquistar o título.
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