E muita gente acha que só a África é um continente atrasado: no voo de volta da África do Sul bati longo papo com um engenheiro da Embratel, do Rio de Janeiro, que ficou 60 dias em Johanesburgo, dando assistência técnica às emissoras de TV e rádio da América do Sul, antes e durante o Mundial.
Como este setor foi adotado como prioridade pelo regime militar brasileiro, nos anos 1960, nosso país tornou-se um especialista no assunto.
Perguntei a ele porque então que a nossa telefonia celular é a “péssima das péssimas”, como diria o José Luiz Gontijo, e ele respondeu:
“__Aí o problema é outro. Com as privatizações, cada empresa detentora de concessões tem de cuidar do seu próprio sistema, que demanda altos investimentos. Na maioria dos casos o problema da deficiência das ligações é simples: falta de torres de retransmissão do sinal.”
Ou seja: elas vendem serviços para o maior número de pessoas possível e não instalam torres suficientes para dar conta, tanto da quantidade de clientes, quanto da cobertura do território nacional que é gigante.
E parece que está pior ainda depois que retornei da Copa. Todas elas. Não se sabe qual é a pior!
O pior é que elas são unidas para ferrar o consumidor, sob os olhos omissos, cúmplices e suspeitos das autoridades que de deveriam fiscalizá-las.
Há pouco tempo vi uma campanha publicitária delas todas juntas, unidas com a Rede Globo!
Ih, agora é que danou tudo mesmo! Calaram a Globo para fechar o cerco para cima dos consumidores.
Agora leio na coluna do Fernando Rocha, de Ipatinga, sobre um outro problema das nossas telecomunicações, envolvendo as transmissões de futebol.
Ele começa falando de mais uma reclamação da imprensa contra a Arena do Jacaré e diz que o problema envolve todo o interior de Minas Gerais.
Confira:
“…Outro problema seria a precariedade do sistema de comunicação. Exemplo: a ligação entre o estádio e a central de telefonia no centro de Sete Lagoas ainda não é feita por cabo de fibra ótica, o que transforma o som das rádios no famoso “som de lata”.
Este é um problema crônico em Minas Gerais, por conta do péssimo serviço prestado pela concessionária, não sendo privilégio só de Sete Lagoas. Aqui no Vale do Aço temos de rezar e acender velas diáriamente, para que não ocorram “acidentes” com os cabos de fibra ótica desta empresa, que vivem expostos ou jogados ao chão, sem nenhuma identificação, ao longo da BR-262 e BR-381 no caminho de BH até o Vale do Aço. Há uns 15 dias atrás, caminhão de bebidas tombou sobre um desses cabos e toda a região ficou horas sem internet, comprometendo também os serviços da telefonia e dados, que dependem da fibra ótica.”
Mais um assunto que envolve a Copa de 2014.
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