Ninguém está livre de falar ou escrever besteiras, por mais culto ou intelectual que seja.
Todos nós temos nossos momentos de idiotice. Muita gente é idiota permanente. Felizmente, minoria, mas são muitos.
Eu estava na África do Sul quando li e guardei uma frase infeliz do ex-presidente do Flamengo, Márcio Braga, para escrever a respeito em momento oportuno.
Esqueci onde a guardei e hoje encontrei.
Coincidiu que estamos às vésperas de eleições que mudam o destino do país e ajuda a refletir, e lembrar que tem gente que senta no próprio rabo e desanda a falar dos rabos alheios.
Disse ele:
“Esse Bruno não é da família do Fla. Ele veio de outro lugar, era só agregado”
MÁRCIO BRAGA
ex-presidente flamenguista, sobre o caso do goleiro Bruno – Folha de S. Paulo – 18 de julho de 2010.
Pode um ex-deputado federal, ex-presidente do clube de maior torcida em todo o Brasil, dono de cartório no Rio de Janeiro, falar uma coisa dessas?
Claro que ele estava em seus 20 minutos de idiotice no dia!
Seria a mesma coisa que alguém dar razão aos marginais que o agrediram fisicamente na sede do Flamengo, quando ele tinha voltado à presidência em 2004, aos 70 anos de idade.
Até parece que existe algum lugar no Brasil ou no mundo onde só haja nascimento de pessoas do bem.
Recorri ao mesmo jornal e vi numa edição do dia 16 de dezembro de 2008, onde o mesmo Márcio Braga era alvo de notícia negativa em sua vida particular. Dizia a manchete: “Câmara pode efetivar dono de cartório sem concurso”
Beneficiados
Entre os beneficiados pela PEC, segundo a associação, está Valter Sâmara, amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Marisa Letícia, de Ponta Grossa (PR); o presidente do Flamengo, Marcio Braga, do Rio de Janeiro; e um irmão do advogado do empresário Marcos Valério (acusado de ser o operador do esquema do mensalão)…
…Procurados ontem, Márcio Braga, do 9º Ofício do Registro de Distribuição do Rio, e Maurício Leonardo (irmão do advogado de Valério, Marcelo Leonardo), do 8º Ofício de Notas em Belo Horizonte, não responderam aos recados deixados pela reportagem…”
Dia desses li a colunista da Folha, Eliane Cantanhêde, choramingando porque o Tiririca será o deputado federal mais votado do país, pelo PR de São Paulo.
Essa mesma senhora que adora tentar ridicularizar em seus artigos, políticos dos outros Estados, de forma especial Minas Gerais. Quando explodiu o caso Marcos Valério ela chegou a se referir aos mineiros como, “sempre eles”, como se não houvesse políticos e empresários corruptos paulistas.
Em 2000 eu estava na Austrália, cobrindo as Olimpíadas e li pela internet um lamentável vacilo do grande escritor gaúcho Luiz Fernando Veríssimo. Ele tentava ridicularizar o então governador Itamar Franco, que mobilizou a PM mineira e ergueu barricadas na represa de Furnas para impedir que FHC a privatizasse.
Em outras palavras Veríssimo disse que o governador mineiro devia estar lelé da cuca, mas que merecia atenção porque o golpe militar de 1964 saiu de Minas, insinuando que os mineiros são golpistas.
Como se o grande Getúlio Vargas, gaúcho como ele, não tivesse comandado um levante que derrubou um presidente eleito constitucionalmente e exercido um período ditatorial como “pai da pátria”.
Importante frisar que atos falhos, ou frases e textos infelizes, não apagam o brilhantismo das pessoas que estou citando, em suas respectivas áreas, mas é para lembrar que somos um único país, apesar da extensão territorial continental e diferenças culturais.
Não se mede a qualidade, caráter ou competência de alguém pelo local de nascimento.
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