Escrevi esta coluna momentos antes de Bayern x FC Basel, da Suíça, pela Liga dos Campeões da Europa, no Allianz Arena, estádio inaugurado para a Copa de 2006, onde o Brasil venceu a Austrália na primeira fase.
Na maior cervejaria do mundo, Hofbrauhaus, cerca de 500 torcedores suíços cantavam a todo pulmão seus hinos e outros tradicionais gozando derrotas históricas do Bayern. Desnecessário dizer que esta cervejaria, maior do mundo, é o ponto de encontro dos alvi-rubros alemães desde que o clube do Franz Beckembauer existe.
Mesmo com tanta cerveja ingerida pelos mais de mil presentes à casa, nenhuma confusão; pelo contrário. Os alemães dão troco dizendo que a resposta será no Allianz Arena.
Isso vale para lembrar mais uma selvageria vivida por nós, mineiros, em Belo Horizonte. Fiquei absolutamente chocado com as cenas da covardia de bandidos armados com barras de ferro contra um jovem durante uma briga na saída do Chevrolett Hall, na Zona Sul da nossa capital.
As recebi em meu blog, e todos temos que nos envolver neste assunto.
Engano
Quem vê as cenas, sem saber de onde se trata, pensa que são num país de neonazistas da pior espécie, do Leste europeu ou alguma outra parte do mundo. Mas não; o fato foi bem debaixo dos nossos narizes, durante um show de luta na nossa BH. E pior: vincula como mais uma conseqüência de atritos entre atleticanos e cruzeirenses, das torcidas organizadas de ambos!
Nada a ver
Estes assassinos e brigões não são e nunca foram atleticanos nem cruzeirenses, e sim delinqüentes comuns, em busca de notoriedade, se aproveitando da fama dos clubes.
Os presidentes de Galo e Raposa deveriam rechaçar com toda a veemência possível o vínculo de torcedores seus com estes grupos de marginais.
Passado
Tudo isso me remete ao livro que estou lendo, “1822”, de Laurentino Gomes, que fala da Independência do Brasil. Em determinado capítulo relata a insistência de José Bonifácio Andrada, o “Patriarca”, em abolir a escravatura, inserir os negros na sociedade, dividir os latifúndios em pequenas propriedades e espalhar universidades pelo país. Defendia que só através da educação teríamos uma sociedade justa.
Tinha razão
Andrada também apostava que, a miscigenação, tornaria o Brasil um país perto da perfeição. Com essa pregação, foi desmoralizado, exilado e expulso do poder. Hoje, o que vemos é que as pregações dele eram as corretas e que seguidores dele atuais, Darcy Ribeiro, estavam e estão completamente certos. Sem educação e cultura, não vamos a lugar nenhum.
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