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“O Flamengo resolveu blindar Ronaldinho Gaúcho na coletiva que o craque vai conceder para a imprensa após ser apresentado nesta quarta-feira na Gávea, às 16h30. O Rubro-Negro avisou que os veículos de comunicação terão de enviar as peguntas, que passarão por um filtro e, caso selecionadas, serão utilizadas na coletiva.”

Hoje cedo ouvi o Ricardo Boechat na Band News FM, flamenguista de “três gerações”, como ele próprio se definiu, desancando com esta medida estapafúrdia e completamente descabida.

Também cobrou uma postura de dignidade da imprensa, que normalmente aceita essas imposições, sem protestos.

Cordeiramente lá vão os repórteres com suas canetas, gravadores e câmeras, ouvir jogadores, cartolas, empresários e outros que sabem usar e manipular muito bem a mídia a favor de seus interesses.

O problema é que muita gente, entre profissionais e veículos, tem rabo preso com essa turma, e quando ocorre um absurdo desses, tem que ficar calada.

Boechat defende um boicote total dos meios de comunicação a essa coletiva, caso essa exigência prevaleça. E lembrou bem que os patrocinadores, que vão bancar tudo, ficarão irritados ao não verem suas marcas estampadas nos jornais, revistas e imagens das TVs.

Luiz Megale, auxiliar do Boechat no programa, lembrou que, em determinada época, Rubens Barrichello resolveu impor várias normas ridículas à imprensa, que, entretanto se recusou a aceitar e simplesmente parou de entrevista-lo. A Ferrari, escuderia dele na ocasião, entrou no assunto e acabou com as frescuras dele, fazendo a situação voltar ao normal.

Ano passado, Dunga e alguns jogadores da seleção brasileira, resolveram tratar a imprensa como lixo. Nas coletivas eram coices para todo lado.

José Geraldo Couto, colunista da Folha de S. Paulo, tomou a decisão de não comparecer mais a nenhuma coletiva da seleção. Foi seguido por vários companheiros, mas a maioria dizia que não poderia fazer isso porque a chefia não autorizava.

Eu não fui a nenhuma.