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Tempos em que comprar arbitragens era coisa corriqueira

Claro que a marcação de um pênalti para Atlético e Cruzeiro na primeira rodada geraria polêmica.

Nem tanto pelos pênaltis em questão, que foram aceitos como normais pelo Funorte e Caldense, mas pelo “conjunto da obra” na história do futebol mineiro.

O passado de arbitragens tendenciosas a favor da dupla RapoGalo é pesado.

Ouço histórias de “esquemas” a favor deles, desde quando eu era criança lá em Sete Lagoas e na vizinha Prudente de Morais, cidade do meu pai, onde está parte das minhas raízes e continuo convivendo e indo muito .

Democrata e Bela Vista tinham times competitivos nos anos 1950/1960. O Jacaré, inclusive, foi três vezes vice-campeão mineiro, e até hoje os democratenses da velha guarda são revoltados contra o “apito amigo” do Atlético e também do América, naquelas decisões.

A história registra que a armação de resultados através das arbitragens era coisa corriqueira, e que quase todos os clubes praticavam, porém, obviamente, quem tinha mais bala na agulha levava vantagem.

Com o crescimento do Cruzeiro, o América começou ficar para trás e perdeu grande “poder de fogo”.

Até que se juntou à turma do interior para acusar a “dupla do mal” da capital.

Não acredito que haja mais compra de arbitragens, mas a pressão de Atlético e Cruzeiro é incontestável, pela força natural que eles têm na mídia e nas ruas, através de suas torcidas.

Na dúvida, é raro o árbitro que não apita a favor deles.

Em compensação, no Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil ou Libertadores, o feitiço vira contra os feiticeiros.

Aí, quando os jogos são contra Flamengo, Corinthians, Vasco, Botafogo, São Paulo…

O filme sempre se repete!

Veja a notícia enviada agora há pouco pelo assessor de imprensa do Funorte, Heberth Halley, sobre a reação do técnico Wagner e do time a respeito da derrota de ontem para o Galo:

“Wagner Oliveira destaca atuação da equipe e diz que time precisa de peças de reposição”

Mesmo coma derrota por 2 x 1 para o Atlético, o técnico do Funorte, Wagner Oliveira, gostou da atuação da equipe na estreia do campeonato mineiro.
– Fizemos um bom jogo. Lutamos muito, mas infelizmente, perdemos nos detalhes – diz Wagner Oliveira.

O treinador ressaltou que o time atuou dentro do esperado e que buscou o máximo um bom resultado, mas que para jogar contra o Atlético é preciso redobrar a atenção e se o gol de Anderson Toto, que teve a maior chance do jogo, tivesse saído a história poderia ter sido outra.
O comandante do Funorte destacou também que o time tem muito a crescer de produção no campeonato, mas que são necessárias outras peças de reposição.

– Precisamos de outras peças de reposição, para ter opções para mudar um jogo. Colocar um time mais ofensivo ou mais defensivo dependendo do jogo. Ao contrário do Atlético, que tem inúmeras opções de banco, jogadores que inclusive poderiam ser titular como Mancini e Magno Alves – afirmou.

O treinador não pôde contar com o zagueiro Binho e o volante Luiz Henrique, que ainda não entraram no BID – Boletim Informativo Diário, e também com o atacante Elbinho.
O treinador disse que esta semana será de muito trabalho visando o jogo contra o Ipatinga, no próximo sábado, dia 05, às 16h. As duas equipes jogam pela reabilitação.

Wagner Oliveira


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Comentários:
8
  • Clayton Batista Coelho ( Claytinho - Só Boleiro do Nova Vista/BH ) disse:

    Será por que neste tópico, os Atleticanos ficaram caladinhos, só na moita ??? rsrsrs

  • Gilmar disse:

    com o cidinho bola-nossa o galo venceu muitos jogos.Mas aí veio o josé roberto wright bola-deles e nos fudemos.

    Mas atualmente o grande comprador de juizes de minas é a raposa.é só lembrar de ipatinga 2 X 0 Cruzeiro no ano passado,que o árbitro foi o mais esforçado do time do cruzeiro.

  • Clayton Batista Coelho ( Claytinho - Só Boleiro do Nova Vista/BH ) disse:

    Caros Mário César e Márcio Amorim,

    Agradeço muito pela pronta resposta !!!

    Alcebíades, o “bola nossa”… ( deles né ? rsrs )

    Abraços

  • Aldemário Filho disse:

    No Brasileirão Galo e Raposa pagarão seus pecados.

  • Marcos disse:

    Sobre os penaltis de ontem ando em dúvida, mas verdade seja dita. O que o eixo Galo-Raposa planta no campeonato mineiro colhe no campeonato brasileiro. Essa é uma das causas de os dois não progredirem em nível nacional.

  • Márcio Amorim disse:

    Clayton!
    Alcebíades Magalhães Dias. É (era) o nome da fera.

    Chico!
    Ainda bem que você registrou as dúvidas em prol da dupla desde o início. Depois daquela tentativa frustrada de se fazer um (mais um) “clássico sensacional” em 2010 com as garfadas no América e a mais escandalosa arbitragem que já presenciei no Cruzeiro X Ipatinga, nada nos garante que tudo não vai para o mesmo caminho. Interessante é que parece que nem precisa. A dupla montou times fortes e o meu América está encolhidinho de medo de adversários menores (jogando com três volantes). Contra a dupla deverá ser um esquema novo: 1-10. 1 é o goleiro.

  • Mário César disse:

    Clayton, só para você ver como eram as coisas:

    http://www.museudosesportes.com.br/noticia.php?id=7823

    Vou transcrever abaixo um “leve” exemplo do que seja a “idônea” arbitragem mineira em sua história:

    Cidinho – O juiz “Bola Nossa”

    Revista Placar

    Durante anos o Atlético Mineiro se beneficiou da paixão de alguns juizes, especialmente para ajuda-lo. Não ter seu busto entronizado na sede de Atlético Mineiro é a grande mágoa de Cidinho. Não pertencer ao Conselho do clube é a queixa de Geraldo Fernandes. Não ser chefe da sua torcida é a reclamação de João Felix Junior. Suportar a fama de Quim-Quim Carijó chega a decepcionar Joaquim Gonçalves. Estes juizes reclamam uma recompensa do Atlético pelos anos de apito fiel. Todos confessam sua paixão pelo clube, mas juram também que jamais recebera dinheiro para ajudar o clube. Era um caso de amor desinteressado.]

    Nos 25 anos como juiz, Cidinho – Alcebíades de Magalhães Dias – escapou de muitos linchamentos e ganhou o apelido de Bola Nossa devido ao seu amor pelo Atlético Mineiro. Ele mesmo conta esta história – “Atlético e Botafogo jogavam na inauguração do estádio do Cruzeiro em 1949. Afonso e Santo Cristo disputavam a bola para saber de quem era o lateral. Quando o beque do Atlético me perguntou de quem era a bola, deixei escapar uma frase que me acompanhou para o resto da vida – É nossa, Afonso, a bola é nossa”.
    O entusiasmo foi tão grande que Santo Cristo saiu sorrindo e contou aos companheiros. Augusto Rocha, jornalista de O Veneno, ouviu tudo e no dia seguinte conseguiu vender mais de 2000 exemplares em Belo Horizonte com a seguinte manchete – O Galo pariu um rato.

    Cidinho confessa que sempre foi assim desde do começo quando trocou o cargo de repórter da extinta Folha de Minas pelo apito parcial. Sua primeira atuação importante foi em um Atlético e América, jogo chave para decisão do titulo de 1945. E Cidinho relata – “Na primeira falta expulsei o ponta do América Fernandinho. A torcida do Atlético aplaudiu e eu me senti realizado”.
    Por causa da derrota, que lhe valeu a perda do campeonato, o America nunca perdoou Cidinho. Chegou a liderar, com o Cruzeiro, um movimento para expulsa-lo da Federação, mas não conseguiu. O Atlético era muito forte.

    Por causa do Atlético, Cidinho tem o que talvez seja recorde mundial de trabalho em campo, quando Asas e Sete, dois times extintos, jogaram durante três horas e dez minutos, no campo do Cruzeiro. –“Ajeitei a situação para que o gol não saísse. O vencedor ia jogar três dias depois com o Atlético, e o negócio era cansar o adversário”.
    Num jogo entre Bela Vista e Siderurgica, cujo resultado interessava ao Atlético, Cidinho quase foi linchado em Sete Lagoas. O juiz queria o empate e os time queria a vitória. Venceu o juiz. Ele quase morreu. Entrou nos vestiários do Bela Vista e se enfiou no saco de camisas. O massagista do Siderúrgica não conseguiu encontra-lo. Outra vez em Barão de Cocais, Cidinho marcou um pênalti (?) contra o Metalusina aos 40 minutos do segundo tempo. O Atlético venceu com aquele gol, mas o juiz ficou no meio do campo cercado pela policia e só saiu as 3 horas madrugada. E só saiu vestido de cigana, conseguindo enganar a população enfurecida.

    Geraldo Fernandes da Silva, outro juiz atleticano, é mais comedido em sua confissão: “ Sempre estive ao lado da massa, mas nunca prejudiquei os adversários”. No entanto, Antonio da Cunha Lobo, presidente do Cruzeiro em 1947, afirma que Geraldo foi responsável pelo bicampeonato atleticano naquele ano, valçidando um go em impedimento contra o então forte Vila Nova. Com a vitória do Atlético, o Cruzeiro perdeu as esperanças no titulo. Houve reunião do Conselho Deliberativo, protestos, ameaças do Cruzeiro. Mas tudo acabou com Geraldo Fernandes prestigiado na Federação Mineira.

    O mesmo aconteceu com João Felix Junior num América x Atlético em 1950, quando a torcida viu o primeiro clássico no velho Estádio Independência.
    – Foi falta ou impedimento ? Perguntou o atacante Vaguinho do América.
    E João Felix virava constantemente a palma da mão. Não entendendo, Vaguinho voltou a perguntar e foi expulso por desrespeito a autoridade.
    O juiz queria dizer que a bola era do Atlético, pois em sua mão estavam pintadas as cores do Atlético. Quando esta reportagem foi feita, João Felix Junior trabalho no Departamento de Futebol do Atlético como prêmio de consolação, quando foi obrigado a largar o apito depois de uma intensa campanha do América.

    E os juizes de hoje ?

    – São desonestos. A torcida da massa não pode sair de campo triste. O Atlético é sempre Atlético. (João Felix Junior).
    – Não têm sensibilidade. Não prejudicar o Atlético deveria ser o primeiro mandamento do juiz mineiro. (Cidinho).
    – A politica do Atlético com os juizes de hoje está errada. Tratam mal os juizes. Como receber gratidão ? (Geraldo Fernandes).
    De todos, o único que parece arrependido, não pelos atos, mas pelas conseqüências, é Joaquim Gonçalves – O apelo de Quim-Quim Carihjó me prejudica. Teria conseguido mais naminha carreira. Sou um juiz marcado por amar o Galo.

  • Clayton Batista Coelho ( Claytinho - Só Boleiro do Nova Vista/BH ) disse:

    Como é mesmo o nome daquele árbitro, Cidinho bola nossa, que operava muito na sua época e a quem um certo time da Capital tem que agradecer por vários títulos ??? rsrs

    Se alguém se lembra do nome correto deste “cirurgião”, fala aí…