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Tolima, adversário do Cruzeiro na Libertadores é bancado pelo governo

Algumas informações sobre o  Tolima, clube colombiano que eliminou o Corinthians e vai enfrentar o Cruzeiro na Libertadores da América.

Uma reportagem da Folha de S. Paulo, do dia 2:

 “Governo banca Tolima e seu estádio”

LIBERTADORES
Dinheiro público financia equipe, que chegou a falir

DO ENVIADO A IBAGUÉ

O Tolima é presidido pelo milionário Gabriel Camargo Salamanca, 60, ex-senador, mas depende da Prefeitura de Ibagué e do departamento de Tolima.
É a prefeitura que faz campanhas de incentivo para que a torcida vá aos jogos.
“Vejo o futebol como uma questão econômica, por isso minha administração investe tanto”, disse o prefeito de Ibagué, Jesús María Botero.
O político se orgulha de bancar a reconstrução do estádio Manuel Murillo Toro. “É um investimento público, não do clube”, sublinhou.
A primeira fase da obra vai custar R$ 700 mil, dos quais R$ 400 mil são da prefeitura. Os demais R$ 300 mil são divididos entre governo nacional e departamental.
Há dois anos, quando a cervejaria Bavaria (sem relação com a marca brasileira) retirou o patrocínio ao clube, a diretoria declarou falência.
Em 21 de janeiro de 2009, uma longa nota emitida pela direção do Tolima lamentava a falta de apoio da torcida e da iniciativa privada local.
E concluía: “Um time profissional de primeira divisão numa cidade como Ibagué é economicamente inviável”.
Acompanhando a conclusão, um pedido: “Se o governo de Tolima e a Prefeitura de Ibagué querem ter um espetáculo de futebol profissional, é necessário que paguem os custos que gera”.
O Tolima também ameaçava não disputar mais o Campeonato Colombiano.
Os outros clubes do país rejeitaram a ideia, mas o poder público cedeu aos apelos, e o clube ressuscitou.
O presidente e dono do Tolima, Gabriel Camargo Salamanca, É proprietário de uma indústria avícola e de uma rede de fast food. Seus negócios estão avaliados em aproximadamente de US$ 50 milhões (R$ 83 milhões).
Salamanca, que mora em Bogotá, é quem mais pede ajuda pública para o clube que preside. “Não posso mais colocar dinheiro do meu bolso, como já fiz”, costuma dizer o dirigente.
A classificação diante do Corinthians hoje vai valeu, para cada jogador, um prêmio de US$ 10 mil (R$ 16,6 mil) -o teto salarial do clube.
Enquanto prefeitura e província despejam dinheiro no clube, Ibagué sofre.
A cidade colombiana é a quarta do país no ranking do desemprego, com índice de 18,2%. A média do país é de 11,2%. (MARTÍN FERNANDEZ)

 

 

Estrutura escancara abismo entre os rivais

DO ENVIADO A IBAGUÉ

A diferença entre Corinthians e Tolima se percebe também na estrutura que cada clube utilizou antes da decisão entre eles.
O clube brasileiro ficou no único hotel cinco estrelas de Ibagué, onde a diária mais barata custa cerca de R$ 350. O local tem uma grande piscina e quadras de tênis, instalações que não foram usadas pelos atletas corintianos.
O hotel fica numa zona afastada do centro de Ibagué, cidade que possui cerca de 500 mil habitantes. Os carros que se aproximam do edifício têm de passar por uma rigorosa revista policial.
A presença de militares nos saguões do hotel é densa. Por determinação do clube, nenhum jogador corintiano pôde deixar o prédio.
O clima na concentração do Tolima é o oposto. O time colombiano escolheu um hotel três estrelas (diárias de R$ 150), no centro da cidade.
Para entrar no prédio, basta passar pela porta de vidro, que está sempre aberta.
Os jogadores da equipe colombiana costumam perambular pelo hotel. Conversam com funcionários ou batem papo na recepção.
Também são vistos com frequência passeando pelo centro comercial que fica atrás da concentração – em Ibagué, não se usa a expressão “shopping center”.
É frequente o entra e sai de atletas do Tolima com pequenas sacolas de frutas, refrigerantes e garrafas de suco, comprados na rua.
(MF)


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