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New York Times chega a 100 mil assinantes on-line, em um mês

Essa moda vai pegar no Brasil também, breve.

Do caderno Mercado, da Folha, de ontem:

“NYT” obtém 100 mil assinantes on-line”

Empresa se diz satisfeita com números, menos de um mês depois do início da cobrança

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Menos de um mês após começar a cobrar pelo seu conteúdo on-line, o “New York Times” disse já ter conseguido mais de 100 mil assinantes para seu modelo digital.
“Estamos satisfeitos com o número de assinantes que conseguimos até o momento, à medida que o o volume inicial superou significativamente as nossas expectativas”, disse a presidente-executiva da New York Times Company, Janet Robinson.
Além disso, o número de pessoas que recebem o jornal em casa subiu, já que a diferença entre o preço da assinatura digital e o do jornal impresso não é muito grande -e estes podem ler o conteúdo on-line sem pagar mais.
É a primeira vez que a empresa revela o número de assinantes obtidos desde que passou a adotar o sistema de cobrança, em 28 de março. No início deste mês, Robinson já dissera que os números eram “encorajadores”.
O grupo, no entanto, não deixou claro quantos desses novos assinantes aceitaram a promoção inicial de US$ 0,99 (R$ 1,56) pelas primeiras quatro semanas. Fora dessa oferta, os pacotes de assinatura digital vão de US$ 15 a US$ 35 ao mês (R$ 24 a R$ 55).
O “New York Times” também não informou qual a sua expectativa para o primeiro ano de cobrança, mas se comenta que espera atingir 300 mil assinantes.
O sistema anterior de cobrança, que durou de 2005 a 2007, conseguiu 227 mil assinantes, mas era bastante diferente: o predecessor fechava apenas parte do conteúdo, como colunistas, e o atual libera o usuário para ler 20 artigos grátis por mês -só então exige o pagamento e torna o material inacessível.
Segundo a consultoria Hitwise, as visitas ao site do “New York Times” caíram entre 5% e 15% desde que a cobrança foi adotada.
A dúvida é como isso vai afetar a receita com publicidade on-line. O balanço do primeiro trimestre, divulgado ontem, não é um indicador, já que a cobrança foi adotada só no fim de março.
No primeiro trimestre, o grupo lucrou US$ 5,4 milhões, queda de 58% ante o mesmo período de 2010. O faturamento teve recuo mais brando, de 3,6%. As receitas com publicidade digital do setor de notícias da empresa continuaram se expandindo (14,9%), compensando em parte o declínio de 7,5% nos anúncios no setor impresso.

“INESCRUPULOSOS”
O modelo de cobrança do jornal é considerado por analistas bastante “poroso”, porque deixa várias aberturas para o usuário acessar o conteúdo sem precisar pagar.
Por exemplo, mesmo se estiver extrapolado o limite de 20 artigos mensais, uma pessoa pode ler o material clicando em links do Twitter ou do Facebook.
O diretor digital da New York Times Company, Martin Nisenholtz, disse que o número de pessoas que tentam burlar o sistema é até agora menor que o esperado e que elas não são uma preocupação, já que provavelmente não pagariam pelo conteúdo.
De acordo com ele, se esse número crescer, haverá “uma série de maneiras para combater esse pessoal inescrupuloso”.


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Comentários:
1
  • Alisson Sol disse:

    É preciso lembrar que, como um “jornal mundial”, é provável que metade deste assinantes do NY Times não more em Nova York, e muitos nem nos Estados Unidos. Infelizmente, este modelo pode pegar apenas para mais uma meia dúzia de jornais no mundo.

    Para os outros jornais, o jeito é a aposta intensa no modelo local, que é o que fazem até mesmo os jornais dos EUA. Há jornal local que publica até “notícia” de festa de aniversário nos subúrbios.