A tendência é que a situação no Brasil seja mais organizada, como é há muitos anos na Europa.
Aqui, há jogos onde centenas de repórteres ocupam a beira do gramado, sem a menor necessidade.
As rádios já já serão chamadas a comparecer $$$$$$$$ também.
Nunca pagaram direitos de transmissão no futebol brasileiro.
O Atlético do Paraná tentou cobrar anos atrás, mas diante de tanta reação, desistiu da ideia.
Estas notas estão na coluna Painel, de hoje, na Folha de S. Paulo
“Painel FC”
De escanteio
A Globo vai reduzir o espaço das mídias nas transmissões dos Brasileiros de 2012 a 2015. Pelo contrato firmado com os clubes, as rádios, por exemplo, só poderão colocar um repórter no campo, atrás de um gol -hoje, é comum ter dois radialistas no gramado. As TVs que não adquirirem os direitos da competição também só poderão colocar um repórter e um câmera durante as transmissões das partidas.
Quem tem, tem. Ainda de acordo com o contrato firmado com os clubes, os repórteres de emissoras que não adquiriram os direitos de transmissão terão de dar prioridade à Globo e a quem a emissora sublicenciar.
Dois pra lá. Os clubes que assinarem o contrato com a emissora carioca também se comprometem a liberar dois jogadores para serem entrevistados antes e depois das partidas.
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E esta, também da Folha, porém, de ontem, não tem nada a ver com futebol, porém, me traz lembranças de viagens diferentes, muito interessantes que fiz, por intermédio do futebol.
Durante a Copa das Confederações na África do Sul, em 2009.
Depois de um jogo do Brasil em Bloofontein, eu e os companheiros Eugênio Sávio e Fernando Valeika, da revista Placar, resolvemos voltar à Johanesburgo passando pela Suazilândia, um país encravado dentro do território Sul-africano.
Cortamos o território de Norte a Sul (ou do Sul ao Norte, sei lá) e fomos até à Capital, onde almoçamos, demos uma geral na cidade e retornamos à Africa do Sul.
Dizem que é um dos países mais pobres do mundo, mas essa pobreza não é tão visível para quem anda de carro.
Passamos em frente a entrada do Palácio Real, onde havia guardas armados até os dentes e ninguém podia se aproximar.
Como sempre, há um dono de poder que não está nem aí para a população, como mostra essa reportagem:
“Rei da Suazilândia viaja para casamento e revolta súditos”
DAVID SMITH
DO “GUARDIAN”
O rei Mswati 3º não é alguém que costume perder um casamento: o autocrático chefe de Estado da Suazilândia, pequeno país no sul da África, tem 13 esposas e promove um baile anual no qual pode escolher uma nova mulher entre dezenas de milhares de virgens de seios nus.
Na próxima semana, Mswati será um dos convidados VIPs na abadia de Westminster para o casamento do príncipe William e de Kate Middleton.
Vai assistir a um evento em versão um pouco mais austera promovido pela família real britânica.
Mas o convite ao rei provocou a ira de seus súditos, que acusam o Reino Unido de “legitimar” seu monarca, que reina sobre um dos países mais pobres do mundo e que é recordista no índice de doentes de Aids (um quarto da população adulta).
Quando o rei, que tem fortuna de cerca de US$ 100 milhões, embarcar para Londres, deixará para trás um Estado em turbulência. Na semana passada, suas forças de segurança reprimiram brutalmente manifestantes que reivindicavam reformas democráticas.
Mary Pais da Silva, coordenadora da Campanha Democracia na Suazilândia, condena Mswati por fazer grandes planos de viagem enquanto quase 70% da população suazi vive na pobreza absoluta. “Por nós, ele não iria a lugar algum”, disse ela.
Na Suazilândia, os partidos políticos são proibidos, e ativistas são regularmente detidos e torturados.
Ativistas suazis em Londres planejam montar um piquete na noite de terça-feira diante do hotel cinco estrelas onde Mswati deve se hospedar com seu cortejo de 50 pessoas.
Um porta-voz de Clarence House, onde os noivos viverão, disse que os chefes de Estado convidados são membros de famílias reais, “conforme requer o protocolo”.
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