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MG primeira em ranking macabro: 1.344 mortos nas rodovias em 2010

A queda do avião da Air France em 2009, que matou mais de 200 pessoas, continua sendo apurada e ocupa os noticiários da imprensa mundial.

Um escândalo realmente, que precisa ser apurado para que não se repita. Porém, escândalo maior são os milhares de mortos no Brasil em nossas rodovias, diariamente, que de tão comuns, nem têm mais grande destaque na imprensa.

Mas deveria, todos os dias, em letras garrafais, cobrando vergonha na cara e providências dos nossos governantes, daqueles que fazem as leis e do judiciário, que deveria enquadrar a todos.

Com a maior malha rodoviária do país, pior manutenção e quase zero de fiscalização, Minas Gerais é a vergonha maior nacional: 1.344 mortos em 2010, seguida pela Bahia com 792, Paraná 708, Santa Catarina 562, Rio de Janeiro 522, Goiás 514, Rio Grande do Sul 497, Pernambuco 475.

São Paulo, que tem as melhores estradas, devido a políticos mais competentes e compromissados com o seu estado, aparece na 9ª posição neste ranking macabro, com “apenas” 399 mortos por ano, em média.

Reportagem da Folha de S. Paulo, do dia 5 de maio:

 

“Rodovias federais batem novo recorde de mortes”

 

Em 2010, 8.516 pessoas morreram nas estradas, 15,4% a mais do que em 2009

Estatísticas mostram que os acidentes ficaram mais violentos; infraestrutura melhora, mas fiscalização, não

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DIMMI AMORA

DE BRASÍLIA

Um total de 8.516 pessoas morreram no ano passado nas estradas federais de todo o país, número recorde pelo segundo ano consecutivo e 15,4% superior ao de 2009.
A variação das mortes é quase o dobro do aumento registrado no fluxo de veículos nas principais estradas do país, calculado em 7,9% pelo Índice ABCR (da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) e da consultoria Tendências.
Um relatório geral da violência nas estradas, que divide casos por rodovias, horários de acidentes e vítimas, foi elaborado pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
O estudo serve justamente para orientar as ações do governo federal para tentar reduzir o número de mortes, que cresce ano a ano.
A leitura das estatísticas mostra que os acidentes ficaram mais violentos, conforme a divisão do número de mortos pelo de envolvidos.
Em 2009, para cada 10 mil envolvidos, 112 morreram.
No ano passado, o número subiu para 148.
Outra taxa que cresceu foi a de mortos em relação ao número de acidentes. Para cada 10 mil acidentes, foram 464 mortes em 2009, contra 471 em 2010.
O cenário de maior risco nas estradas ocorre no momento em que o Dnit -ligado ao Ministério dos Transportes- retomou os investimentos nas rodovias. Segundo o diretor-geral do órgão, Luiz Antonio Pagot, foram aplicados R$ 9,9 bilhões em 2010 e estão previstos R$ 10,3 bilhões para este ano.

FISCALIZAÇÃO
A melhoria na infraestrutura viária, no entanto, não foi acompanhada por um aumento na fiscalização.
Como a Folha revelou, só no início do ano, com três anos de atraso, o Dnit passou a instalar 2.696 lombadas e radares. O sistema havia sido desligado em 2007.
Entre todos os Estados e o Distrito Federal, em apenas cinco os números recuaram -SC, PI, DF, PB e AC. Em Minas, que tem a maior malha federal do país e lidera em vítimas, houve salto de 9,89%.
Santa Catarina, apesar da queda de 0,88%, continua com números altos. Neste ano, registrou um dos mais graves acidentes do país, a colisão entre um ônibus e uma carreta em Descanso. O acidente matou 28 pessoas.
O registro da Polícia Rodoviária Federal afirma que a carreta “perdeu o controle” na BR-282 após sair da curva por estar com “velocidade incompatível”.

Governo culpa velocidade; polícia aponta traçado ruim

Departamento do Ministério dos Transportes diz que está investindo no setor

Polícia Rodoviária Federal afirma que é preciso aumentar o efetivo de policiais para fiscalizar as estradas

DE BRASÍLIA

Órgãos federais culpam a falta de qualidade do traçado das rodovias e a melhoria do pavimento pelo aumento do número de mortes.
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), órgão responsável pela gestão das rodovias federais, afirma que melhorou a qualidade do asfalto e da sinalização, o que é uma das causas do aumento dos acidentes e mortes por causa do excesso de velocidade.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal), no entanto, atribui o crescimento do número de mortes ao aumento da malha, à falta de qualidade do traçado das rodovias e ao aumento de veículos no país.
A Folha revelou, em abril, que a maioria dos acidentes nas estradas federais ocorre sempre nos mesmos pontos, sem que haja medidas efetivas para combatê-los.
O engenheiro Dario Rais Lopes, ex-secretário de Estado dos Transportes de São Paulo, diz que a conjunção de situações pode ser responsável pelos dados negativos.
“Você tem estradas melhores, sem fiscalização adequada, e os motoristas acabam abusando”, afirma.
O Dnit afirma que investe em restauração, aumento da capacidade, duplicação, sinalização e reforço da fiscalização das rodovias federais.

SINALIZAÇÃO E RADAR
Segundo o Dnit, a despesa vai alcançar R$ 17 bilhões, entre novos trechos e pagamentos de dívidas dos anos anteriores. O órgão pretende investir ainda outros R$ 2,6 bilhões em sinalização, controle de velocidade e peso nas rodovias.
Também estão sendo realizadas intervenções nos chamados “pontos concentradores de acidentes” -trechos de estradas em que as ocorrências superam muito a média do restante da via, e investimentos em sinalização e sistemas de controle de velocidade de veículos.
Já o coordenador-geral de Operações da PRF, Giovanni di Mambro, afirmou que seria necessário um aumento do número de pessoal para fiscalizar. Hoje, a polícia tem 9.100 homens, o mesmo de dez anos atrás, quando deveria ter 13,1 mil.
Segundo ele, os investimentos necessários em tecnologia para melhorar a fiscalização estão prontos para serem licitados, mas impedidos pelo contingenciamento de recursos determinado pelo governo.


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Comentários:
2
  • Basílio disse:

    Chico, o quoeficiente menor de São paulo nas estísticas, não é menor por causa de “políticos mais competentes não”, é por causa da privatização das BRs, pedágio, mais paradas obrigatórias que diminuem a velocidade, pode ser que lá tem até mais corrupção que aquí, mas arrumaram um jeito melhor de fiscalizar as estradas, que realmente são melhores, com asfaltamento melhor, mais vigilância, pistas com menos curvas, mais taxas para os infratores e outros exemplos. Minas precisa melhorar sua malha ferroviária e boas.
    Outra coisa, como gostam de impor problemas para Minas (que realmente existem, mas menor que lá), na tentiva de esconder os seus.

  • Basílio disse:

    Chico, o quoeficiente menor de São paulo nas estísticas, não é menor por causa de “políticos mais honestos não”, é por causa da privatização das BRs, pedágio, mais paradas obrigatórias que diminuem a velocidade, pode ser que lá tem até mais corrupção que aquí, maes arrumaram um jeito melhor de fiscalizar as esatradas q