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Os negros na história do futebol de Belo Horizonte

Um dos grandes jornalistas do país, José Maria Rabelo, está escrevendo um livro sobre Belo Horizonte.

Claro que vem coisa da melhor qualidade, pois o Zé sabe escrever como poucos.

Um dos melhores livros que li na vida é de autoria dele e todo brasileiro deveria ler: “Diáspora”, que narra um pedaço importante da nossa história, dos momentos pré e pós golpe militar de 1964.

Uma das abordagens desse livro sobre BH vai falar sobre a importância dos negros na cidade, e obviamente, o futebol não poderia ficar de fora.

Zé Maria enviou alguns nomes, selecionados por ele e pediu que eu ajude a conferir se os dados estão corretos, quanto a datas e clubes onde jogaram.

Peço ajuda aos senhores, já que não conheço a história de vários, especialmente dos mais antigos.

Lembrei ao Zé Maria que essa lista poderia ser aumentada em centenas e até milhares de nomes, porém, ele esclareceu que não tem espaço para tanto e que vai citar os mais representativos.

Por isso, se estiver havendo esquecimento de nomes fundamentais, ajudem aí, por favor.

* “OS NEGROS NO FUTEBOL”

Os atletas negros ocuparam um lugar importante no futebol belo-horizontino. Podemos citar, entre muitos outros, Alfredo Bernardino, ala da equipe do Atlético, campeã de 1936; o lateral Juvenal, do Cruzeiro, tricampeão de 1943, 44 e 45; Mário de Souza, centro-avante do Atlético de 1945; Massinha, tricampeão pelo Cruzeiro em 1961; Evaldo, Dirceu Lopes e Rodrigues, integrantes do time cruzeirense na campanha do pentacampeonato (1968); Dario, centro-avante do Atlético na campanha do título de campeão brasileiro de 1971. Mais recentemente, aparecem Luizinho, zagueiro direito do Atlético, tricampeão de 1978, 79 e 80; Zé Carlos, tri pelo Cruzeiro de 1972, 73 e 74; Dida, goleiro do Cruzeiro na conquista do 2º título da Libertadores da América; Gomes, goleiro do Cruzeiro campeão em 2003 da Tríplice Coroa (campeonato estadual, Copa do Brasil e campeonato brasileiro); Gilberto Silva, meio campista do Atlético, de 2000 a 2002, tendo ante atuado pelo América; Ramires, volante, bicampeão mineiro pelo Cruzeiro, em 2008 e 2009; Luisão, zagueiro direito, campeão mineiro pelo Cruzeiro e campeão brasileiro; Leonardo Silva, zagueiro, campeão mineiro de 2009 pelo Cruzeiro, atualmente jogando no Atlético, todos integrantes ou ex-integrantes da seleção brasileira. No time do Vila Nova, tricampeão em 1933, 34 e 35, jogavam Chico Preto, zagueiro direito, e o goleiro Princesa, ambos integrantes da seleção mineira da época; no Siderúrgica, campeão de 1937, atuou Paulo Florêncio, que depois se transferiria para o futebol carioca. Na equipe do América, campeão em 1948, atuava o ponta esquerda Lima, de grande prestígio na época.


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Comentários:
14
  • Mariana disse:

    para mariano

  • VILSON SILVA disse:

    Aqui no rio de janeiro, o primeiro time a ter negros foi o vasco da gama.
    Agora quero esclarecer o seguinte, só um ingenuo pode afirmar que no Brasilnão existe preconceito racial, esse papo que o preconceiro é social é papo furado , coloque um negro é um louro do Sul com o mesmo nivel social para disputar um emprego, eu pergunto quem será adimitido?

    Eu também venho observando o comportamento da midia brasileira que atualmente apoia
    incondicionalmente o movimento dos gays agora em relação as cotas…
    …..

  • Ulisses disse:

    Jogadores negros em Minas, a lista vai longe… só dos que tenho conhecimento e que vi jogar: Ary, ponta-esquerda de América e Cruzeiro. Jair Bala.
    Zé Carlos, Vanderley, Darcy Menezes, Carlinhos Sabiá, Erivelto, Eli Carlos, Eduardo Lobinho, Careca, Gomes, Balu, Orlando Fumaça, mais recentes Jonathan, Ricardinho, Marcos Paulo, Luizão, Léo Silva, Thiago Heleno, Espinoza, Ramires e Léo Fortunato.

  • Ulisses disse:

    Por ser negro e ter dois filhos na faculdade, sem que tivessem que recorrer ao sistema de cotas, falo com propriedade que o preconceito no Brasil e sócio-econômico e também estético, uma vez que quando se tem um rosto mais bonito, nem se é chamado e tratado de negro, vem sempre o adjetivo moreninho, escurinho, mulato. Gosto de ser tratado pelos amigos é de NEGÃO mesmo.

    Sempre me sobressaí em quase tudo o que até agora fiz na vida.
    Na época de escola era sempre o representante da turma, o orador e hoje a mais de 25 anos como funcionário público, jamais tive qualquer problema interno quanto a discriminação racial.

    A nossa miscigenação não nos deixa muita certeza de se afirmar de que raça somos. Quer ver preconceito, vá aos E.U.A. mesmo sendo branco tipo ariano, te tratarão como com desdém tratam qualquer latino com origens indígenas ou africanas.

    Chico Maia também pode esplanar com propriedade como é trilhar os tortuosos caminhos da vida sendo de origem negra.

  • Fabrício Melo disse:

    O sistema de cotas coloca o próprio negro como um ser que pensa menos, que tem menos raciocínio, menos inteligência e por isso deve ter mais oportunidade diminuindo a concorrência para entrar numa universidade. A competição deveria ser livre, quem for mais competente segue adiante. Entendo que as coisas no Brasil se resolve mais na base do vale quanto pesa. A discriminação e o preconceito é contra o pobre, seja ele branco ou negro.

  • Gilmar disse:

    Se bem que ninguém é branco somente,ou negro somente.Eu por exemplo,sou branquelo de doer as vistas,mais meu avô e 2 tataravôs são negros.
    Por isso que brasileiro é bom de bola.Mistura as características de todos os povos.

  • Flávio Azevedo disse:

    é bom citarmos o preconceito com os treinadores Andrade e Lula Pereira que não tem chances reais para terem sequencia no trabalho deles. quando tem chance parece que estão é fazendo favores a eles e não pela competência comprovada em ambos. não sei se estou equivocado, mas nunca vi o Pelé em campanhas contra o preconceito sobre os negros aqui em nosso país!

  • nem acredito que vcs estão riscando da lista UBALDO MIRANDA,LACY,PAULO ISIDORO,DIRCEU PANTERA,MACHADINHO,BARRICA,JARDEL,SINVAL,GENIVALDO,WANDERLEI,NECOBIBI,FIFFI,ERNANI,

  • J.B.CRUZ disse:

    incluo na lista: EVALDO, centro-avante 9 e PEDRO PAULO, lateral-direito, os dois do CRUZEIRO na época de OURO do futebol brasileiro e Mineiro: Décadas de 60 e 70..

  • Dudu GALOMAIO disse:

    Chico, passada a grande festa pela final da exposição agropecuária de Sete Lagoas no último domingo (o RURAL vencido pelo Cruzeiro), vamos falar de novidades?

    Quem bate à porta é o brasileirão. Uma das novidades do Galo é o atacante Marquinhos “Cambalhota”. Mas por que “cambalhota”?

    Tudo por causa de um lance inusitado em um clássico contra o Atlético-PR em 2001. Após marcar um gol no goleiro Flávio (hoje no América), que o provocara durante o jogo, o atacante chegou até ele deu um salto mortal pra trás, como mostra o vídeo abaixo:

    http://www.youtube.com/watch?v=OU_MTmf9WTo

  • Alisson Sol disse:

    Concordo totalmente com o Stefano.

    É preciso preservar não apenas a memória da participação negra no Brasil, mas também a memória dos nativos indígenas, dos imigrantes italianos, japoneses, etc. Como típico “brasileiro”, eu tive uma bisavó indígena que jamais falou português, um bisavô que nasceu escravo, e um bisavô de origem alemã.

    Eu costumo repetir sempre: o Brasil não tem discriminação racial. A discriminação no Brasil é sócio-financeira mesmo, e tentar resolver este problema com a solução para outro é o mesmo que dar xarope a quem está com um osso quebrado. Tive a oportunidade de estudar na USP, e na época eu pensei que devia haver alguma “cota para japonês” na Escola Politécnica. Mas a cota é mesmo baseada na competência, e no fato de que os pais destes alunos os colocavam (e ainda colocam) para estudar na “escola japonesa”, depois que saiam da “escola brasileira”. Apesar da origem, todos se consideravam brasileiros e tinham muito mais orgulho disto do que muita gente que vejo o tempo todo falando mal do país.

  • Aurélio Mendes disse:

    Uai, Chico, o Reinaldo não entra nessa lista? Coloca o Rei aí!!!!

  • STEFANO VENUTO BARBOSA disse:

    Chico,
    eu acho sempre importante, resgatar a memória da participação negra na história do país em geral, principalmente para valorizar e aumentar a auto-estima do nosso povo, só não concordo, em enfiar, por sistema de cotas, um monte de alunos, sem preparo, numa faculdade pública, como forma de pagamento, por séculos de escravidão. Mas deve ser muito interessante o livro e vou procurar.