Todo mineiro que gosta de futebol deveria apoiar o América. Claro que atleticanos e cruzeirenses que só enxergam seus próprios times não estão nem aí, mas a questão extrapola a mera rivalidade.
O futebol mineiro precisa ser mais forte; precisa do América, e pouca gente sabe a luta que está sendo para o Coelho se soerguer.
Aliás, a dignidade do futebol brasileiro deve ao América, o único que sustentou o enfrentamento contra a ditadura da CBF, em fins de 1993 e pagou caro por isso. Abandonado pela covardia de outros clubes, inclusive gigantes nacionais, foi o único que não retirou a ação da Justiça Comum contra a entidade do Ricardo Teixeira e ficou suspenso até 1996 das competições promovidas por ela.
A imprensa nacional prevê que ele será rebaixado. Como venceu, e bem, na estréia, ganhou destaque negativo na mídia pelo fato do menor público da primeira rodada ter sido dele.
Bem lembrou o americano Márcio Amorim, que o Atlético jogou este ano para 4.263 pagantes (a R$ 5) contra o Uberaba; e o Cruzeiro para 1.217 (a R$ 20) contra o Democrata-GV.
Ano passado, numa terça-feira, 5.940 americanos pagaram para ver o time perder para o mesmo Bahia, pela Série B; e contra o Sport foram 13.505.
Mas a mídia nacional não sabe que os maiores problemas de um jogo domingo, às 18h30, não é nem o horário incômodo, nem o ingresso a R$ 20, mas a necessidade de percorrer, no mínimo, 160 Km ida e volta, em péssimas estradas. E que a maioria absoluta da torcida do América vive em Belo Horizonte.
A mesma mídia que prefere transmitir em rede nacional, jogos menores da Copa do Brasil, enquanto o Cruzeiro enfrentava o Estudiantes, em Buenos Aires, pela Libertadores.
Se dependesse dessa turma, o futebol brasileiro seria restrito a Rio/SP, com coadjuvantes de Minas, Sul e um ou outro do Nordeste, apenas para legitimar a condição de campeonato “nacional”.
Porém, sabemos que as coisas funcionam assim. Não podemos é aceitar calados. Parece que muita gente quer rebaixar o América por antecipação, ainda que seja no grito, e caso não haja uma reação, isso pode influenciar até as arbitragens, que tendem a favorecer os mais fortes em lances de dúvida .
E o pior de tudo é que até em Minas haja mineiros que entrem nesse jogo de menosprezar o Coelho.
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