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Pelas estradas argentinas

Hoje é para enfrentar estrada durante todo o dia, nos 800 Km que ligam Buenos Aires, capital, à Córdoba, também capital, e segunda cidade em população e importância econômica da Argentina, na província (estado) do mesmo nome.

Terra do Belgrano, que entrou para a história do futebol Sul-americano não só por mandar o poderoso River Plate para a segunda divisão, mas por ser a cidade do famoso Talleres.

Também, por ter sido uma das únicas cidades a aceitar a miscigenação entre os colonizadores brancos europeus, índios nativos e negros africanos, no período da colonização espanhola.

A história da independência e unificação da Argentina passa por essa região com importância especial.

Uma ilha genealógica no Cone Sul, terra do grande Mário Alberto Kempes, artilheiro argentino campeão do mundo em 1978, que desde o ano passado, cede o nome ao antigo Estádio Córdoba.

Não se trata de um estádio qualquer. Nele, foram disputados nada menos que oito jogos da Copa do Mundo, fato impossível de se repetir nos dias atuais, com mais seleções e mais sedes que naqueles tempos.

Brasil e Paraguai farão nele um jogo decisivo, de levantar ou manchar reputações, neste sábado. Vindas de empates frustrantes, precisam da vitória, nesse penúltimo jogo de ambos na primeira fase.

 

Trata-se de uma região bem diferente de Buenos Aires, estado e Capital Federal, onde tudo é globalizado e se parece cada vez mais com nossas Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e demais grandes cidade. Em Buenos Aires rádios e TVs tocam músicas brasileiras, os canais mostram as novelas da Globo e os programas da ESPN, TyC Sports e Fox são semelhantes aos nossos da ESPN, Sportv e Band Sports. Novidade aqui é a Fox, norte-americana, que está prestes a ser aportar em território brasileiro.

 

Na ânsia de se diferenciar e sair do anonimato, até o jeito de pegar no pé dos filhos mais ilustres da terra se assemelha entre nós e os argentinos. Lionel Messi é a bola a vez, a “Geni” preferencial da mídia portenha, apesar da criançada não estar nem aí e reverenciar de paixão ao ídolo do Barcelona.

Dizia Tom Jobim que, “o Brasil tem o grave defeito de perseguir as pessoas de bem!”.

Argentinos, idem! Messi é um exemplo.

 

No dia a dia, brasileiro se dá muito bem em qualquer cidade argentina, onde R$ 1 vale P$ 2,53; uma Coca-Cola de 600 ml custa P$ 3 ou R$ 1,8, o mesmo preço de um litro de gasolina comum. A aditivada vale P$ 5,6 que é R$ 2,2.

Nas rádios, jornais e Tvs o governo exalta o crescimento do turismo, e essa campanha surte efeito, já que todo visitante é tratado da melhor forma possível.

Táxi é em abundância, por ótimo preço. Anda-se em média, 6 Km por P$ 20 ou R$ 7.

 

A campanha política está em todas as ruas e praças e nenhum argentino foge do assunto. Todos se posicionam, numa terra onde o índice de alfabetização e leitura são semelhantes aos da Europa.

Maurício Macri, ex-presidente do Boa Juniors, atual governador do Distrito Federal, é candidato a reeleição neste domingo. Seu principal adversário é Daniel Filmus, apoiado pela presidente Cristina Kirchner, que tem uma cara estranha, de picareta.

 

De modo geral os argentinos têm uma ótima visão de Lula e Dilma Roussef. Principalmente as mulheres, acham que Dilma é mais séria, durona; contra a corrupção; que não tem medo de demitir auxiliares suspeitos. A degola do Palocci repercutiu muito bem aqui.

Também pensam que trata-se da mesma linhagem política de FHC e se assustam quando dizemos que são adversários ferrenhos, porém, “farinha do mesmo saco!”.

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Os argentinos exportaram para o Brasil essa arte que hoje toma conta também de nossas principais vias em todo o país. Na esquina da Afonso Pena com Augusto de Lima temos um portenho autêntico, como este, fotografado numa das esquinas mais movimentadas do Bairro da Recoleta.

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Comentários:
3
  • Anderson Palestra disse:

    Chico, a Afonso Pena nâo encontra com a Augusto de Lima.

    A Augusto de Lima, morre ou começa, não sei, na praça Afonso Arinos, no encontro da Goiás, Alvares Cabral e João Pinheiro.

  • Lincoln Pinheiro Costa disse:

    Chico,

    Aqui no Brasil nem candidatos falam de política, só se apresentam com a imagem, o nome e a fama.
    Os argentinos também elegem ex-jogadores e locutores esportivos para serem vaca de presépio no parlamento?
    twitter.com/lincolnpinheiro

  • Frederico Dantas disse:

    Chico.

    Seus relatos do cotidiano dos lugares que visita são ótimos. Aliás, no caso específico desta viagem, tem sido a melhor coisa da Copa América até agora.

    Do jeito que a coisa vai Brasil e Argentina se pegarão no meio do caminho, coisa que nenhum dos dois quer.

    Abs.