O domingo na imprensa da Argentina foi de discussões em torno do futebol ruim do Brasil e da seleção anfitriã, que deverão se classificar a duras penas para a próxima fase da Copa América.

Também, da derrota deles para a seleção brasileira de vôlei, na Liga Mundial, e mais tarde da conquista do título pela Rússia.

O noticiário esportivo, das rádios, jornais e TVs é grande e variado. Não se concentra quase 100% no futebol, como ocorre no Brasil. Rugby, hóquei, tênis e basquete ocupam enormes espaços nos noticiários deles.

Os programas de futebol têm formato parecido com os nossos, com mesas redondas e debates, com muitos ex-jogadores como convidados.

O ex-zagueiro do Cruzeiro Roberto Perfumo, marca presença no canal ESPN, e fala sempre bem do futebol brasileiro, referindo-se muito a Belo Horizonte, falando dos tempos em que morou na cidade.

Dia desses o atacante francês Davi Trezeguet, filho de argentinos e criado durante muitos anos em Buenos Aires, foi entrevistado durante quase uma hora e aproveitou para dizer que quer ter uma como jogador de algum clube da América do Sul. Falou que “sonha” jogar no River, clube do seu pai, mas que teve sondagens de clubes brasileiros e que pode optar pelo Brasil também.

O que se percebe é que Trezeguet está louco para sair do seu atual clube, o Hércules, da Espanha, mas o dono dos seus direitos, a Juventus de Turim, não o quer de volta.

Por isso é que meses atrás o nome dele andou sendo especulado na imprensa brasileira, num possível interesse de Atlético, Cruzeiro, Vasco, Corinthians, São Paulo e Grêmio.

Possivelmente trabalho de seus empresários, para elevar a sua cotação no nosso mercado.

Trezeguet marcou muitos gols por onde passou. É um dos cinco maiores artilheiros da história da Juventus e foi um dos atacantes da seleção francesa, campeã do mundo em 1998. Vai completar 34 anos em 15 de outubro e disse que continua jogando por gostar da profissão, pois está rico.

Perguntado sobre a questão salarial, que seria o grande empecilio para que ele jogasse na América do Sul, disse que não seria problema.

Outro assunto do dia na Argentina foi a surpresa de ver a Venezuela como primeira classificada do grupo brasileiro e a Colômbia repetindo o mesmo feito no argentino. Hoje é dia de mais uma prova para Messi, pressionado junto com todo o time para vencer a Costa Rica, em Córdoba, no mesmo estádio onde, na quarta-feira, o Brasil enfrentará o Equador, decidindo a sua classificação em primeiro, segundo ou até terceiro no grupo.

Mineiros se encontram em Córdoba. Estive no Estádio Mário Kempes com o cruzeirense Carlos Alexandre, de Lagoa da Prata; e os atleticanos, pai e filho, Ademilson Silva e Vinícius. Alexandre veio com um grupo de mais 12 mineiros; Ademilson, é de Martinho Campos, mas mora em Santiago do Chile, onde é diretor do Banco do Brasil.

Córdoba tem sido um dos destinos turísticos mais visitados da Argentina e possui atrativos muito interessantes num raio de 120 Km da capital da província. Em La Falda, a 82 Km, o Hotel Eden, de 1895, é a maior atração. Já hospedou Albert Einstein, maestro Arturo Toscanini, e dizem, até Adolf Hitler, que era amigo dos alemães construtores do hotel, que filiaram centenas de argentinos ao partido nazista, na década de 1930.

A 36 Km de Córdoba está Alta Gracia, declarada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, para onde a família de Ernesto Che Guevara se mudou para que o futuro guerrilheiro tratasse de asma em sua infância. O museu em sua homenagem é visitado por milhares de pessoas mensalmente.

Há 30 Km está Carlos Paz, onde está um dos grandes cassinos argentinos, sempre lotado de turistas , de segunda a segunda.

Casa onde Che Guevara passou a infância

Escultura de Che, criança, na entrada da casa