Interessante essa reportagem de hoje no caderno de esportes da Folha de S. Paulo sobre a baixa média de público no Engenhão, mesmo com a ótima performance dos clubes cariocas no Brasileiro.
O estádio mais moderno do país não atrai as multidões.
Para mim, por um motivo simples: a localização. é difícil chegar e sair de lá, numa região perigosa demais da conta:
* “Engenhão, que substitui o Maracanã neste Brasileiro, não consegue atrair torcedores, apesar das campanhas convincentes dos clubes cariocas”
Os times do Rio voam em campo. Mas a nova casa do futebol carioca agoniza.
Enquanto Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense fazem deste Brasileiro o mais carioca da era dos pontos corridos, o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, amarga públicos cada vez mais decepcionantes.
Os números mostram isso.
A média de torcedores no Engenhão, que até a 18ª rodada recebeu 23 partidas, é de apenas 12,1 mil pagantes.
Desempenho abaixo até mesmo da média geral do campeonato: 13,1 mil.
Nem mesmo o Flamengo, dono da maior torcida do país, que vê Ronaldinho brilhar em campo e faz ótima campanha, salva o estádio. A média do time na arena, construída para o Pan-07, é de 19,9 mil pagantes -bem abaixo de, por exemplo, Bahia e Corinthians como mandantes.
“Se estivéssemos jogando no Maracanã, com o Ronaldinho voando em campo como está, nossa média de público seria europeia, com mais de 50 mil por jogo”, disse Luiz Augusto Veloso, diretor de futebol do Flamengo.
Em 2009, último ano em que a arena fez parte de todo o Brasileiro, a média do time foi de mais de 40 mil. “Estamos elaborando novos planos e estratégias para estimular a presença do torcedor do Flamengo no Engenhão.”
O fechamento do Maracanã, em obras para o Mundial de 2014, é apontado também por Botafogo e Fluminense como a principal causa da baixa média de público.
“A ausência do Maracanã, que é a nossa casa, foi realmente muito sentida”, declarou o presidente do Fluminense, Peter Siemsen.
Atual campeão brasileiro, o time conquistou o título em um Engenhão lotado, contra o Guarani. Mas neste ano vê sua média de público não passar dos 7.000 pessoas.
“O Botafogo tem feito de tudo para minimizar esse impacto. E de nossa parte haverá esforço conjunto para fortalecer o uso do Engenhão”, completou Siemsen.
O Engenhão pertence ao município do Rio, mas está arrendado ao Botafogo. Segundo Antônio Carlos Mantuano, vice-presidente do clube, o problema é cultural.
“É difícil mudar o hábito de 60 anos. Mas não tenho dúvida de que o Engenhão vai se consolidar como a nova casa do futebol carioca.”
Outro fator, apontado principalmente por torcedores, é a localização da arena, distante das zonas mais ricas.
Mas, para Mantuano, não há queda gritante. “Se analisar os últimos anos, a média do Maracanã não foge muito do que é hoje no Engenhão.”
ARENA TEM APAGÕES E QUEIXAS DO GRAMADO
O estádio carioca já sofreu com pelo menos três apagões nesta temporada -o Botafogo chegou a ser julgado e absolvido pelo SJTD por causa de um deles. Outra queixa frequente dos clubes é em relação ao gramado do Engenhão. Em vários confrontos, os próprios árbitros relataram más condições do campo em suas súmulas.
Quarteto do Rio faz seu melhor 1º turno desde 2003
A primeira metade do Nacional ainda não acabou, mas já representa um recorde para os times do Rio. Desde a adoção dos pontos corridos, em 2003, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo jamais haviam feito um primeiro turno tão bom como agora, na atual edição do Brasileiro.
Até a 18ª rodada, as equipes do Rio somaram 125 pontos -35 do Flamengo, 34 do Vasco, 31 do Botafogo e 25 do Fluminense.
No primeiro turno do ano passado, eles somaram 117 pontos. Até mesmo em edições do Brasileiro com mais times -e, consequentemente mais partidas jogadas no primeiro turno-, a média de pontos conquistados pelos clubes cariocas jamais foi tão alta como agora.
O desempenho supera, também, o do quarteto paulista, que reina como maior vencedor da era dos pontos corridos. Até aqui, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos têm 118 pontos.
Dos cinco primeiros colocados deste Nacional, três são cariocas -fato também inédito em primeiros turnos da era dos pontos corridos.
Somente o Fluminense, atual campeão, foge à regra. Amarga neste momento uma modesta nona posição.
Também pertence ao Rio o melhor ataque do campeonato: o Flamengo, com 33 gols, lidera a lista, com média de 1,8 tento por jogo.
É flamenguista também um dos artilheiros. Ronaldinho, em sua volta ao Brasil, já anotou dez gols, empatado com Borges, do Santos.
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