Nos dois primeiros dias de realização dos Jogos Pan-Americanos a grande reclamação em Guadalajara é a mesma de torcedores em todo grande jogo ou evento: a venda de ingressos. Além das longas filas, não há quantidade suficiente para quem quer assistir a uma das competições mais procuradas ou que envolvem atletas famosos.
Às vezes ocorre do bilheteiro informar que não há ingresso e a arena não estar nem com 50% de sua capacidade ocupada, como aconteceu sábado, na natação.
A organização dá várias explicações, que mais irritam que satisfazem ao público. Diz que patrocinadores distribuíram sua cota, mas quem recebeu o ingresso não foi; ou que a segurança exigiu que fosse reduzida a capacidade de última hora. Sobrou até para o presidente Vicente Calderón, que empolgado com os aplausos da cerimônia de abertura, resolveu ficar na cidade para ir a algumas disputas, acompanhado de familiares e o enorme grupo de seguranças pessoais.
As explicações mais convincentes são as mais simples e dadas pela imprensa mexicana: não esperavam que o interesse do público fosse tão grande; e não há lugar para todo mundo nos ginásios e arenas.
Seja no futebol ou em qualquer esporte, isso sempre vai ocorrer. O problema é a falta de informações dos organizadores.
O que irrita o público é a perda de tempo à qual ele é submetido por quem organiza o evento. Depois de se deslocar e enfrentar horas em filas é que ele fica sabendo que não há mais ingressos.
Por outro lado os mexicanos comemoram o fato de a média de público já superou a do Rio de Janeiro no Pan de 2007. O preço é acessível, a partir de R$ 15 dependendo da localização.
As avenidas onde há eventos abertos ficam sempre lotadas.
São 42 países participantes do Pan, mas os direitos de transmissão pela televisão foram vendidos para 142. A Rede Record pagou US$ 10 milhões pela exclusividade para o Brasil e enviou 250 profissionais para a cobertura, entre jornalistas, apresentadores, técnicos e equipe de apoio.
A maior reclamação dos jornalistas é que os espaços reservados à imprensa nas arenas estão sendo ocupados por torcedores com ingressos de cadeira.
Bem humorado, Vicente Fernandez, um dos maiores nomes da música mexicana, deu entrevistas explicando os erros que cometeu ao cantar o hino nacional mexicano na cerimônia de abertura. Erros quase imperceptíveis pelo grande público, mas de grande repercussão na imprensa. Nada que se compare à famosa tropeçada da cantora brasileira Vanusa, dois anos atrás, ao tentar cantar o hino brasileiro na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Repercussão negativa foi a comemoração do atacante Fabian, do Chivas ao marcar o primeiro gol contra o Estudiantes, ontem, pelo Campeonato Mexicano.
Levou o dedo indicador à testa do colega de time, Medina, como se fosse mata-lo. Num país marcado pela violência, que tenta reverter este quadro, nada pior que essa imagem correndo o mundo. A imprensa foi dura nas criticas, e ontem o jogador se desculpou. Disse que foi uma brincadeira inspirada em jogos de videogame na concentração, e que não fará de novo.
SIGA CHICO MAIA NO TWITTER:
http://www.twitter.com/chicomaiablog
Deixe um comentário para Julio Celeste-Lagoano Cancelar resposta