Notícia na edição de O TEMPO, ontem: “…a Justiça do Trabalho de Minas Gerais, determinou que o clube não pode utilizar garotos abaixo de 14 anos em suas peneiradas, devendo afastar os que já estejam treinando… para o Ministério Público do Trabalho esse tipo de ação fere a Lei Pelé e o Estatuto da Criança e do Adolescente…”
A notícia se referia ao Atlético, mas vale para o Cruzeiro, América e todos os clubes que querem formar jogadores.
A cada dia um segmento da população é prejudicado pelos excessos das leis brasileiras. No afã de “proteger” e garantir “segurança”, acabam abrindo espaço para câmbio negro, tráfico e todo tipo de marginalidade. O Estatuto do Torcedor, que na prática, não atende aos interesses de quem torce, só cria restrições e desencoraja as pessoas de ir aos estádios. A parte boa da legislação, que determina que os flagrados em delitos nas arquibancadas sejam proibidos de ir aos jogos do seu time por determinado período, não é cumprida.
Eu, e certamente a maioria da minha geração, comecei trabalhar com 11 anos de idade, escrevendo no “Jornal do Centro de Minas”, em Sete Lagoas, mas o meu sonho mesmo era ser jogador de futebol. Aos 13 era repórter da Radio Cultura, e aos 18 estava cobrindo o América, pela Rádio Capital, em Belo Horizonte.
Hipocrisia
De uns anos para cá crianças, nem tão crianças assim, foram proibidas de trabalhar, em qualquer atividade, como se isso fosse a solução para a incompetência do país em garantir a elas o mínimo exigido pela Constituição Federal.
A aplicação da lei ao pé da letra está ceifando o sonho de milhares, ou milhões de crianças, cujo maior sonho é se tornar jogador de futebol. Os clubes estão proibidos de realizarem os testes, chamados de “peneiradas”, e ameaçados de processos.
Sonhos
Não passei no teste para me tornar goleiro do Atlético, mas me realizei como jornalista ligado ao esporte. De lá até aqui, foram sete coberturas de Copas do Mundo, estou indo para a quinta Olimpíada, em Londres, e vou cobrir a Eurocopa, na Polônia e Ucrânia, que começa dia 8 de junho.
E tudo começou com aquele sonho que toda criança tem, de ao menos fazer um teste em um grande clube.
Inclusão
O esporte, futebol principalmente, é um dos maiores meios de inclusão social desse país miserável e injusto. Ao não poderem nem tentar realizar o seu sonho, incontáveis crianças vão abastecer o tráfico de drogas e a criminalidade em geral.
O Ministério Público do Trabalho tira as crianças do futebol e as coloca à disposição da arregimentação dos bandidos.
E assim caminha o Brasil.
Otimismo
– Celso Roth foi a melhor escolha que o Cruzeiro poderia fazer. Sabe armar times competitivos com elencos limitados e sem grandes investimentos. Seus times nunca passam nem perto do rebaixamento.
– Confio piamente na volta do América à Série A 2013 e o time já começa a disputa da B c
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