Sob um calorão danado estou pegando a estrada agora de Lviv para Kiev; umas oito horas de viagem, cortando a Ucrânia de oeste para leste. Agora a temperatura é de 34 graus. E imaginar que no inverno chega perto dos 30 negativos!
O leitor Paulo Assis lembrou a virada do junior do América, 3 x 2 para cima do Boca Juniors, pela Libertadores da América da categoria. É o Coelho mantendo a sua tradição de excelente garimpeiro de talentos.
Lamentável a derrota do time para o Avaí pela Série B, assim como a do Galo para o São Paulo ontem. Pelo que li, o Bernard perdeu duas oportunidades de ouro. Menos mal que reconhece que não pode errar desse jeito e que precisa treinar mais finalizações, se quiser continuar crescendo na carreira.
O Cruzeiro pegou o ritmo Celso Roth e chegou à sua terceira vitória consecutiva no Brasileiro, ocupando a vice-liderança. O Roth arrumou a casa até antes do previsto.
Sobre a Eurocopa, às 7h30 do ensolarado início deste domingo em Lviv, alemães e dinamarqueses já disputavam quem bebia mais cerveja e cantava mais nos muitos bares do centro histórico dessa cidade fundada em 1256 e que tem hoje 800 mil habitantes.
Dominada pelos poloneses de 1340 a 1772, quando passou a ser austríaca, seus suntuosos prédios e o traçado fazem lembrar Viena, de quem se libertou em 1919, porém só em 1939 se tornou cidade da Ucrânia, dominada pelos nazistas e depois pelos soviéticos.
Este foi o terceiro e último jogo que ela recebeu no ótimo estádio, reformado para a Eurocopa, com capacidade para 30 mil pagantes. Faz lembrar o nosso Independência, que se tivesse aquela “ferradura” fechada ficaria quase idêntico. Além desse jogo, a Alemanha já havia vencido Portugal aqui na primeira rodada, 1 x 0; e Portugal venceu a própria Dinamarca por 3 x 2.
Mesmo com toda a bebedeira desde a madrugada, no centro da cidade, a caminho do estádio e durante o jogo, nenhum incidente entre “tedescos” e “daneses”. Cantavam juntos, ironizavam mutuamente os refrões mais famosos de cada um e até embarcaram nos mesmos ônibus até o estádio, apesar da organização destinar veículos especificados para cada torcida.
Estes últimos jogos da primeira fase, todos decisivos, acontecem no mesmo momento; 21h45 na Ucrânia; 20h45 na Polônia, por causa do fuso horário entre os dois países. A Uefa tomou este cuidado para evitar polêmicas, já que todos os jogos decidem que passará às quartas de final.
Podolski e Krohn-Dehli fizeram o 1 x 1 no primeiro tempo de Lviv, enquanto Van der Saar abria o marcador e Cristiano Ronaldo empatava para Portugal, em Kharkiv, também na Ucrânia.
A diferença de estrutura e contexto social entre Polônia e Ucrânia é gritante. Os poloneses estão anos à frente em tudo. A Ucrânia faz lembrar um país Sul-Americano, com suas estradas ruins; comunicações sofríveis, transportes públicos difíceis e as inevitáveis recomendações de “cuidado” o tempo todo. Batedores de carteira durante o dia e surtos de violência nas ruas à noite, provocado pelo álcool exagerado. Costumam abordar qualquer um para tirar satisfações, inclusive entre eles.
Estrangeiros são recomendados a nunca andar sozinhos à noite. A maioria absoluta das placas de sinalização, nomes de ruas e cardápios de restaurantes é apenas no idioma ucraniano e pouca gente fala qualquer outra língua.
Mas a vontade de ajudar e a simpatia de todos facilita tudo e no fim tudo se resolve da melhor forma.
A estrutura montada para quem veio ao país assistir ou trabalhar na Eurocopa é excelente.
Neste aspecto, igual à Polônia.
Poucos minutos depois de Cristiano Ronaldo dar a volta por cima, marcando o segundo dele e de Portugal contra a decepcionante Holanda, Bender fazia o segundo da Alemanha. A Dinamarca também volta para casa mais cedo.
Expectativa hoje em torno da Itália que precisa vencer a Irlanda e torcer para a Croácia perder para a Espanha.
Amanhã outra decisão que pode deixar mais um dono da festa fora. Depois da Polônia eliminada, a Ucrânia tem de vencer a Inglaterra para não fica no meio do caminho.
Antes da vitória sobre a Dinamarca, torcedores alemães aderiram à campanha de milhares de ucranianos que fazem movimento exigindo a libertação da ex–primeira ministra do país, Yulia Tymoshenko, detida por motivos políticos e que estaria sendo perseguida pelo presidente Viktor Yanukovich.
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