Quando ocorre uma disputa envolvendo a maioria dos melhores jogadores e os mais badalados treinadores do mundo, a expectativa é grande em torno do possível surgimento de alguma novidade, individual, coletiva ou estratégica.
Mas isso tem se tornado cada dia mais raro no futebol, e a Eurocopa, em disputa, é uma mostra. Terminada a primeira fase, nada de espetacular ou que mereça empolgação especial. Pelo lado negativo, sim; a Holanda, por exemplo, foi uma grande decepção. Três derrotas e a volta mais cedo para casa.
Nas quartas
Espanha e Alemanha são apontadas como favoritas novamente. Gostei mais da Alemanha até agora; vice em 2008. A Itália no velho estilo dela; como quem não quer nada, classificação apertada, mas costuma crescer no momento certo. Terá a Inglaterra pela frente.
A Espanha enfrentará a França, que precisa recuperar a sua imagem, depois da derrota para a Suécia.
Os patrícios
Torço por Portugal, mas não vejo fôlego na seleção comandada por Paulo Bento para chegar à final. A dificuldade já começa contra a República Tcheca, quinta-feira.
A Grécia joga feio, mas é de uma obediência tática impressionante.
Bom de lábia
O técnico da Grécia é o português Fernando Santos, que fez uma média com a população grega após a surpreendente classificação às quartas de final. Mandou recado para a Primeira Ministra Alemã, Angela Merkel, dizendo que ela não tem nada a ensinar à Grécia, “berço da democracia, das ciências e da cultura”.
Referia-se à determinação da Premier alemã de enquadrar os gregos no controle da sua economia, para que continuem na zona do euro.
Enquadramento
Dentro de campo, porém, sexta-feira, os gregos são grandes candidatos a uma goleada dos alemães.
O futebol e a política se misturam na Eurocopa, nos dois anfitriões, mas principalmente na Ucrânia, onde é muito forte o movimento de defensores da ex-primeira ministra Yulia Timoshenko, presa desde fins de 2011.
Nas imediações do estádio em Kiev, ontem, milhares de pessoas exigiam a libertação dela e acusavam o regime do atual presidente, Viktor Yanukovytch, de ditatorial.
Bom demais
Por falar em estádio, o Olímpico de Kiev, além de bonito tem histórias que envolvem o contexto da política mundial. Já se chamou Stalin Respublikanskiy e depois Nikita Khrushchev, em homenagem aos titulares do poder na União Soviética na época. Fundado em 1923, passou por muitas reformas e numa delas, em 1941, foi bombardeado pela força aérea de Hitler, interrompendo a cerimônia. Na sua reconstrução e da cidade, depois da guerra, teve a continuidade da cerimônia, em 1948, com os ingressos de 1941, válidos.
Mais inveja
Hoje o Estádio Olímpico de Kiev recebe 83 mil pessoas e é usado pelo Dínamo e seleção ucraniana. Interessante é que fica no centro da cidade e ao lado tem um ginásio poliesportivo que atualmente serve como centro de imprensa da Eurocopa. Faz lembrar Mineirão e Mineirinho. Só que tem estações de metrô que deixam as pessoas a 300 metros dos portões de entrada. Sonho frustrado dos belorizontinos que esperavam isso para 2014.
Lada ainda é sucesso
Kiev é uma cidade de 3 milhões de habitantes, belíssima e mistura o novo e o velho em harmonia. Ao mesmo tempo em que são vistos automóveis de último tipo, vê-se também, em quantidade impressionante, os antigos Lada, orgulho da indústria automobilística soviética.
Muitos, caindo aos pedaços, mas grande parte muito bem conservada.
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