Sábado de muito sol em Londres e enquanto o metrô percorre as estações, até me deixar na “Temple”, ao lado da Casa Brasil, e do rio Tâmisa, vou lendo e-mail e passando pelos jornais de Minas e do Brasil, graças à internet móvel da Inglaterra, que funciona bem demais da conta e barata em relação ao Brasil.
Aqui, você compra um modem 4G e eles te prestam serviços 4G.
Vejam esse trecho da sempre ótima coluna do Fernando Rocha, no Diário do Aço, de Ipatinga.
Será publicada amanhã e ele acabou de enviar ao jornal, dando-me a honra da leitura em primeira mão:
* “Excesso de poder”
Me lembrei desses bons tempos, sem computador, internet e celular, pois acabo de me deparar com uma entrevista do ex-craque Tostão, ao jornal “Estado de Minas” no dia 04/12/06 e vejam o que ele disse à respeito da pífia campanha do Cruzeiro naquele ano, onde ganhou o estadual mas terminou em 10º lugar no Brasileiro, provocando indignação geral na sua torcida: “Eduardo Maluf, que eu saiba, entende é de dinheiro, de fazer negócio. O Benecy trata de assuntos burocráticos. Quem é que faz o planejamento, que procura e que faz a seleção de jogadores? Quem contrata? O Perrella? O Perrella entende alguma coisa de futebol? O Perrella e o Maluf entendem alguma coisa de futebol? Não entendem nada, entende como qualquer torcedor entende. É por isso que estou falando que falta ao Cruzeiro alguém para selecionar atletas, ou seja, a deficiência hoje é não saber trazer o jogador certo”, disse.
Então, vejam que a situação de hoje no Cruzeiro, não é muito diferente de seis anos atrás, agravada ainda pelo fato do clube sequer ter ganho o Mineiro, pois o técnico Celso Roth declarou abertamente que as contratações feitas no início desta temporada foram ruins e que o clube estaria “pagando caro por isso”.
Maluf foi embora para o rival Galo e os Perrelas também se mandaram, mas o Cruzeiro continua dando poderes excessivos ao treinador, para definir contratações ou quem vai sair, quando o correto seria alguém do próprio clube dividir essa prerrogativa em partes iguais.
Um exemplo disso é o caso do zagueiro Victorino, titular na seleção do Uruguai, mas por má vontade do treinador, sequer tem sido relacionado para o banco do reservas.
Concordo plenamente com o que escreveu o Tostão, pois é mesmo um absurdo dar carta branca e poderes discriminatórios aos treinadores, que não costumam esquentar direito o lugar, mas deixam prá trás heranças trágicas para os cofres do clube, verdadeiras barcas de jogadores que depois não são aproveitados pelo outro que chega para ocupar o cargo, formando um círculo vicioso sem fim.
Por falar em troca de treinador, até com uma justa indignação, Dorival Júnior na sua primeira entrevista como novo técnico do Flamengo, desmentiu que tivesse acertado com o rubro-negro R$ 800 mil mensais, para ele e os auxiliares que leva a reboque, como fazem (quase) todos os colegas. Com a expressão mais calma e serena que já se viu, Dorival disse que é “apenas” R$ 450 mil mensais. Convenhamos: é ou não é uma irresponsabilidade, um escárnio, com o dinheiro do clube, que aliás não pertence aos seus respectivos dirigentes. Talvez, por isso, façam isso sem nenhum escrúpulo. Mas quem mandou botar os chamados “professores” em patamares de gênios da humanidade?
Aqui nestes grotões banhados pelo Rio Doce é comum a gente ouvir que “cachorro mordido de cobra tem medo até de lingüiça”. Mas não é preciso exagerar tanto, ao ponto de encarnar o “complexo de vira-latas” do grande Nelson Rodrigues, como li, vi e ouvi de colegas, que já estão prevendo um “complô” armado no eixo Rio-SP para derrubar o Galo. Ficamos assim: o árbitro Antônio Morais, que anulou dois gols legítimos do Galo na vitória de 2 a 0 sobre o Santos na quinta-feira é ruim, muito fraco. E, seu assistente Roberto Braatz, que é muito bom, estava numa noite ruim. Nada mais do que isso.
Hoje, o Galo vai ao Engenhão no Rio de Janeiro enfrentar o Fluminense, um jogo-chave para as pretensões de ambos visando a conquista do título. Seja quem for o árbitro irá sofrer fortes pressões, mas até prova em contrário, nem de longe penso em armação para favorecer os cariocas. Galo e Flu têm times de sobra para vencer a partida e o apitador está sujeito a errar e favorecer qualquer um dos dois lados. Isto só vai acabar de fato quando a dona FIFA decidir usar prá valer os recursos tecnológicos, a fim de resolver os lances duvidosos principalmente de impedimentos.”
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São opiniões do Fernando e do Tostão, com as quais concordo com a maioria, porém, discordo dessa de que o Perrella e o Maluf não entendem de futebol.
O problema do Perrella é que ele entende mais ainda de bons negócios para ele e resolveu deixar o Cruzeiro de lado, passando a cuidar da política e da sua vida pessoal, em seus últimos anos como presidente.
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